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09 julho 2009
Ó tempo, suspende o teu voo!!
A bela Brigitte Bardot
08 julho 2009
Leonel Mattos a 24 quadros por segundo
"Leonel Mattos a 24 quadros por segundo é o mais novo documentário do cineasta Tuna Espinheira, que durante dez minutos narra a trajetória artística do artista plástico baiano Leonel Mattos.
O projeto foi premiado em concurso do Ministério da Cultura (MINC), e realizado por uma equipe 100% baiana: produção executiva: Yara Maria Espinheira;
direção de fotografia: Claude Santos; operador de câmera: Roque Araújo;
direção de arte: Lígia Aguiar; projeto gráfico: Davi Caramelo; montagem: Claude Santos/Tuna Espinheira; edição: Claude Santos; narração: Maria Rosa Espinheira; trilha musical: Aderbal Duarte; roteiro, texto e direção: Tuna Espinheira; assistente de direção: Mônica Bahia.
Leonel Mattos é uma das mais singulares expressões das artes plásticas da Bahia, com contundente repercussão fora do seu Estado e além das fronteiras do país.
No currículo, inúmeras exposições em Galerias, Salões de Arte, Bienais e Mostras diversas. Artista premiado e reconhecido pelos bons nomes da Crítica Especializada, como Ferreira Gullar, Radha Abramo, Olívio Tavares de Araújo, Matilde Matos, Olney Kruse, são alguns dos nomes de peso que, já analisaram, com entusiasmo, a sua obra.
Antenado com o seu tempo, jamais se contentou apenas com o pincel e o cavalete. Embrenhou-se no aprendizado das diversas técnicas que a sua arte permite: Intervenções urbanas, instalações, esculturas, etc.
Ficha Técnica
Documentário: Leonel Mattos A 24 Quadros Por Segundo
Duração: 10 minutos
Produção Executiva: Yara Maria Espinheira
Direção de Fotografia: Claude Santos
Operador de Câmera: Roque Araújo
Direção de Arte: Lígia Aguiar
Projeto Gráfico: Davi Caramelo
Montagem: Claude Santos/Tuna Espinheira
Edição: Claude Santos
Narração: Maria Rosa Espinheira
Trilha musical: Aderbal Duarte
Roteiro, texto e direção: Tuna Espinheira
Assistente de Direção: Mônica Bahia
Contato:
Tuna Espinheira – (71) 3359- 4480/ 8853-4480
07 julho 2009
O cinema de Jean-Luc Godard
06 julho 2009
Imagens da desolação
Encontrei esta notíca na internet: "O prédio de número 45 da Rua Senador Dantas, no Centro do Rio, onde funcionou o Rio Cine Vitória, foi invadido na noite de domingo (30) por cerca de 150 famílias ligadas ao Movimento Nacional de Luta pela Moradia. Segundo a integrante do movimento, Maria de Lourdes Lopes, a construção estaria abandonada há mais de 10 anos. Os sem-teto aproveitam o Dia Mundial do Habitat, celebrado nesta segunda-feira (1º), para chamar atenção das autoridades para o grande número de pessoas sem domicílio no país. Maria de Lourdes informou que seriam oito milhões de desabrigados no Brasil, enquanto cinco milhões de imóveis estariam abandonados. Os ocupantes do prédio no Centro esperam que o proprietário apareça para negociações. Eles reivindicam permanência no local para habitação, atividades culturais e geração de renda. “Esperamos que quem apareça aqui não seja a polícia”, declarou Maria de Lourdes. (Foto: Alaor Filho/Agência Estado)" A segunda foto é de autoria de Jonga.
05 julho 2009
Como Jane Fonda era bela!
Um domingo com Joseph Losey
Losey (1909/1984), cineasta sempre presente em minha trajetória de cinéfilo, não tem, nos dias atuais, o destaque que merece. Parece esquecido. O criado (The sevant, 1963), obra de mestre, lembro-me que, quando o vi, recebi um impacto surpreende. O roteiro, de Harold Pinter, a direção, rigorosa, de Losey, os atores, estupendos, a começar por Dirk Bogarde, James Fox, Sarah Miles. Mas esta preciosidade já saiu em DVD. Que o domingo não fique, portanto, neste blog, em vão.
Em 1950, O cúmplice das sombras (The prowler), que significa um passo importante na sua carreira ao transcender um tema melodramático - um policial que seduz a uma mulher depois de assassinar o marido - para realizar um profundo estudo psicológico da condição humana de um personagem, a evidenciar Losey, neste filme, como um seguro realizador no controle da técnica naturalista e uma exatidão extraordinária na apresentação psicológica dos personagens. A seguir, no mesmo ano, M, o maldito, nova versão do célebre filme de Fritz Lang, que lhe permite descobrir outra de suas facetas: a faculdade de uma fusão expressiva entre o cenário e o seu protagonista. A maior parte da história e muitos dos arranjos de câmara são conservados e, quase cena por cena, o filme americano segue o alemão. As modificações principais se referem à época e ao local, com a transferência da ação de 1929 para 1950, e de Dusseldorf para uma cidade não identificada dos Estados Unidos. Em ambos, porém, o cenário é o mesmo: uma cidade agredida e aterrorizada por um psicopata cuja especialidade é matar meninas, após captar-lhes a confiança, sem uma pista a seguir, sem um delator, e que invade diariamente o bas-fond. Depois de M, Losey faz The big night, onde Robert Aldrich aparece como figurante: um dos espectadores da luta de boxe.
Em O homem que o mundo esqueceu (Stranger on prowl), filme que se segue a The big night na filmografia de Joseph Losey, a ação está situada em um porto não identificado, que apenas se sabe, pela insistente focalização de suas ruínas, ter sido duramente atingido pela guerra, num passado próximo. Um estranho percorre as ruas faminto e sem esperanças e, mais tarde, se vê perseguido e encurralado como se fora um animal por ter morto acidentalmente a dona do armazém que ameaçava entregá-lo à polícia ao surpreendê-lo com umpedaço de queijo na mão. Dois anos depois, 1954, O monstro de Londres (The sleeping tiger), com Dirk Bogarde (que mais tarde seria um ator constante do cineasta), com Losey a amargar o exílio forçado (é vítima do estupidez maccartista e taxado de 'comunista', deslocando-se para a Europa), assinando a fita como Victor Hanbury. Um homem em desespero (The intimate stranger, 56), assinado, também com pseudônimo, parece refletir a angústia do exílio. E a partir de A sombra da forca (Time without pity, 57), cuja fotografia é de Freddie Francis (o mesmo de Cabo do medo), o realizador já se sente mais livre para assinar seu próprio nome. Thriller policial britânico, apesar de realizado por um norte-americano, tem a britanicidade necessária para que se não lhe perceba a origem direcional: atmosfera sufocante, rictus narrativo, imagens rápidas, cheias de emoção visual e personagens enfocados oniricamente. Após o que, Losey realiza Por amor também se mata (The gypsy and the gentleman), de 1957, com Melina Mercouri e Patrick MacGoohan. Em 1959, um filme muito acima de sua média, e que muitos críticos consideram um de seus momentos altos: Entrevista com a morte (Blind date), com Hardy Kruger, Stanley Baker. Jovem pintor holandês em Londres leva à sua amante um ramalhete de violetas, mas não a encontra em casa e, de repente, chega a polícia. Há impressão de kafkanismo na narrativa com a tensão se fazendo à custa de um equívoco produzido pela usurpação de identidade da vítima. A direção de Losey se mostra menos preocupada com a trama policial do que com o exame psicológico de dois de seus três personagens centrais. Um filme que marca a presença de um autêntico cineasta.The damned, de 1962, nunca foi exibido nos cinemas brasileiros, restringindo-se a uma histórica exibição na TV Tupi do Rio de Janeiro em março de 1973, com o título de O mundo os condenou. Losey, entretanto, já se encontra, dois anos antes, com alta cotação entre os críticos, principalmente porque The criminal revela um realizador inusitado, estilista admirável. Mas é com Eva que a admiração total a Losey se estabelece de maneira definitiva, e seu nome se inclui, definitivamente, na galeria dos grandes cineastas. Com Jeanne Moreau, Stanley Baker, Virna Lisi, Eva é o ponto mais grave de uma acidentada carreira, pois a fita mais ambiciosa, concebida sem preconceitos e realizada num regime de absoluta liberdade de criação. Talvez seja Eva ainda a resultante dos estímulos recebidos por Losey de um grupo compacto da crítica francesa, que o elegeu um dos seus ídolos, para o seu espanto e estupefação, com o elogio descontrolado de suas obras menores. Um ano antes de O criado, que é de 1963, Eva tem uma narrativa pictoricamente sufocante por causa da poderosa beleza da iluminação de Gianni di Venanzo, um artista da luz.
Obra de mestre, obra-prima, O criado (The servant), com Dirk Bogarde e JamesFox, traduz bem a relação hegeliana do senhor e escravo. É o melhor filme de Losey, um trabalho exemplar, que se encontra, de repente e para surpresa de todos, em DVD. Vi o filme nos bons tempos do Cinema 1 em Copacabana. O criado é representativo desse enfoque de personagens cuja transparência de status social só tem igual na opacidade psicológica. Tony (James Fox), um jovem e sedutor aristocrata britânico, contrata um camareiro, Barrett (Bogarde). Como observou o ensaísta francês Claude Beylie, "A fábula é límpida: herdeiros de um mundo condenado, o escravo torna-se amo e vice-versa. Losey deleita-se com o espetáculo desse processo inexorável de degradação. Aí encontramos aquela 'exigência em perpétuua tensão' de que falava Michel Mourlet a propósito de À sombra da forca."
A seguir, um inédito em território brasileiro: King and country. Depois uma brincadeira satírica em tom descontraído: Modesty Blaise, com Monica Vitti, Terence Stamp, 1966, uma sátira ao bondianismo, desta vez colocando, como a heroína, uma mulher, e movido por chave irônica em linguagem de história em quadrinhos. E posteriormente uma quase obra-prima: Estranho acidente (Accident, 67), análise de comportamentos e de idiossincrasias, pintura ácida (como de hábito) de um meio corrompido (desta vez o acadêmico), com, novamente, Bogarde e o Stanley Baker de tantos filmes. O casal Burton reviveria Tennessee Williams em Boom (O homem que veio de longe), que se passa nos interiores do elizabetano palazzo onde tudo é ostentação. Vieram a seguir: Cerimônia secreta (Secret cerimony, 1968). No limiar da liberdade (Figures in a landscape, 1970), O mensageiro (The go-between, 71, Palma de Ouro em Cannes), O assassinato de Trotsky, 1973), Casa de bonecas (A doll's house), com Jane Fonda, baseado em Henrik Ibsen, Galileo (74), A inglesa romântica (The romantic englishwoman, 74), Cidadão Klein (76), Don Giovanni.
Em Cerimônia secreta, uma mulher (Mia Farrow, recém chegada de Rosemary's baby) adota uma prostituta (Elizabeth Taylor) como sua mãe. Segundo Losey, Secret cerimony é um filme sobre a terrível necessidade que os seres humanos têm uns dos outros e a incapacidade que todos temos de nos satisfazer." Moral da história: dois ratos caem num balde de leite. Um morre afogado. O outro debate-se a noite inteira e acorda na coalhada
A foto é de Cerimônia secreta, com Mia Farrow, logo depois de Rosemary's baby, ao lado de Elizabeth Taylor, que para muitos foi a última estrela do cinema.