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02 fevereiro 2008
A morte comanda o cangaço
01 fevereiro 2008
Cineasta fica nu para a platéia horrorizada
30 janeiro 2008
Tropa de elite vence o jogo de cena
Na pesquisa que fiz neste blog, aqui ao lado, e que se encerrou hoje, dia 30, para a escolha do melhor filme brasileiro de 2007, houve quatro opções, quando poderia, reconheço, ter havido mais uma ou duas. O fato é que dentre os 47 votantes, 31% escolheram Tropa de elite como o mais expressivo do ano ou, pelo menos, o que mais agradou a uma maioria votante. Em segundo lugar, empatados, Jogo de cena, de Eduardo Coutinho, e O dia em que meus pais saíram de férias, de Cao Hamburguer, cada um com 25% das preferências. O menos votado foi Santiago, de João Moreira Salles.
Na minha opinião, porém, o melhor filme brasileiro do ano que passou foi, sem dúvida, Jogo de cena, de Eduardo Coutinho, que estabelece, aqui, uma reflexão tensa sobre as fronteiras tênues entre o documentário e a ficção, a fazer surgir, como o próprio título sugere, um jogo de cena. Santiago também é um documentário que se indaga como tal, a permitir que seu autor reflita sobre o processo de criação cinematográfica durante o desenrolar de sua narrativa. O filme de Coutinho, no entanto, é o mais envolvente, uma grande obra que ratifica o seu talento de documentarista criador, a exemplo de tantos filmes importantes como Cabra marcado para morrer, O fim e o princípio, Edifício Master, etc.
Cao Hamburguer conseguiu introduzir muita sensibilidade na descrição dos anos de chumbo, durante um campeonato de futebol, quando os pais de um garoto são pressionados pela ditadura militar em seu auge. Já Tropa de elite, thriller competente de José Padilha, divide as opiniões. Alguns o consideram de teor fascista, e outros, menos macomunados com as idéias fixas, um exercício para a exposição das fraturas expostas do nervoso centro urbano carioca, onde uma guerra civil já se instalou há muito tempo.
29 janeiro 2008
Entrevista exclusiva com José Umberto
José Umberto: O cinema sendo aquilo que bate na tela... e o resto é sobra. Revoada se constitui num filme em busca de uma dramaturgia popular. O cangaço, para mim, converge para uma fenomenologia de juventude sertaneja pré-industrial. O jovem sem perspectiva que opta pela revolta através da lei do talião: olho por olho, dente por dente. Historicamente representa uma posição de vanguarda ética. Baseando-me nesses pressupostos, criei então uma estória linear (dando ênfase à oralidade de uma época que se foi) em que acentua o aprofundamento de personalidades originais dentro de um habitat. Um filme de personagens, portanto. E desenvolvo uma perseguição em que o último bando de cangaceiros é ceifado pela volante policial. A morte como limite da existência. Daí ultrapassar o regional e penetrar na dimensão universal. Embora centrado na dinâmica da cultura brasileira que deseja dialogar com o público inteligentemente.
AS: As leis de incentivo fiscal fazem com que o cineasta escreva um roteiro já a pensar no gosto da empresa patrocinadora. Os filmes nacionais, se, por um lado, ganharam em técnica, perderam, no entanto, em linguagem e estética, a considerar que o mercado não tolera experimentações. A extremada concepção autoral de Revoada não provocou certo atrito neste particular?
JU: Meu caro André, o filme ainda não está pronto. Realizei no Rio de Janeiro, com o montador Severino Dadá e o seu filho André Sampaio, uma pré-montagem/edição que ficou com 130 minutos. Analisei este material e estou com 148 alterações de mudança neste primeiro rascunho, vamos dizer assim. Acontece, porém, que retornei a Salvador para sofrer uma cirurgia de urgência e, por conta disto, o Sr. Rex Schindler se aproveita desta vulnerabilidade humana para seqüestrar todas as imagens e os sons de Revoada. Um total de mais de 16 horas. Um gesto truculento, maquiavélico, covarde e desumano que me obriga a tornar pública a questão. Não pela polêmica de torre de marfim... mas pela abertura saudável e lúcida de uma discussão que amplie a nossa visão do significado da situação atual do cinema brasileiro. Não devemos e nem podemos jogar a sujeira para baixo do tapete. Isso não. Enfrentemos de cara os nossos problemas sem subterfúgio.
AS: Não há, no cinema brasileiro, mais espaço para um Candeias, um Mojica Marins, entre tantos outros rebeldes e criadores. Tudo está muito moldado ao mercado - e Deus é o mercado!. A visceralidade do pretérito, os arroubos lingüísticos do Cinema Novo, por exemplo, deram lugar a um certo classicismo na concepção do espetáculo cinematográfico. Revoada é um filme que contraria a ação em movimento, a privilegiar, ao que parece, as tomadas longas e um excessivo tom teatral das interpretações. O que você tem a dizer sobre isso?
JU: Há espaço para tudo: basta querer e não ser conformista. E me desculpe, professor, eu não pretendo sair do foco deste presente debate. O nosso cinema está sendo subsidiado por incentivo fiscal. Logo, os cineastas têm responsabilidade pública. A nossa liberdade passa então pelo sagrado erário popular. Esse 1 milhão de reais aplicado em Revoada poderia ter ido para a educação, saúde ou para a segurança de nosso País. Mas não, foi para um filme, foi para o patrimônio cultural brasileiro. Quando percebi que o “produtor”, por mim indicado ao Ministério da Cultura, estava com um balancete onde apresentava indícios de corrupção... então me indignei como cidadão e apresentei uma Ação Popular na Justiça Federal e no Ministério Público desde agosto do ano passado. E aí minha consciência está tranqüila, André. Durmo em paz... uma vez que, quem não deve não teme. Busco a justiça dos homens: espero a sentença correta. E assim presto contas ao meu espírito. Só quero isso, e concluir meu filme para que o mundo possa assisti-lo e contemplá-lo.
AS: Apenas constatando fatos. O cinema experimental, se, algum dia, já pôde ser visto no mercado, não tem mais nem hora nem vez. A estética do videoclipe e as tomadas rápidas dão a tônica do espetáculo cinematográfico contemporâneo, chegando a haver, na minha opinião, uma morte agônica do verdadeiro cinema. Você não estaria, neste ponto, a se imaginar ainda nos tempos áureos do Cinema Novo?
JU: O meu tempo é este: aqui-e-agora. Quando converso com você, por exemplo, dedico o meu tempo a lhe ouvir e, se possível, responder. Costumamos a dedicar tempo às abstrações. No entanto, vivo um instante concreto de minha vida. Estou sendo violado como artista. Sinto-me na era da Inquisição: perseguido pela intolerância. Não aceito a impunidade, tão em moda. Não aceito a mediocridade, tão cultuada.
Assumo o meu exílio voluntário. Cultivo a minha solidão construtora. Por ventura, não estou só. Sei que tenho boas companhias, meu caro crítico de cinema. É uma sensação que me conforta, creia. Encaro o ceticismo como alto grau de evolução. Agora, não sou niilista.Aposto no crescimento interior. Na luz que se traz dentro de cada um. Acredito nos homens e nas mulheres de boa vontade, assim na terra como no céu.
O meu tempo é o tempo da criação. Sem me guiar por modismo ou por ortodoxia. Não acredito no novo nem no velho. Tenho fé na eternidade de um artista como O Aleijadinho, marco da imortalidade. Vidas Secas de Nelson Pereira dos Santos e Graciliano Ramos está no Panteón. A obra verdadeira transgride a temporalidade. Muitas vezes reconhecemos certos gênios após séculos. E o cinema é uma linguagem ainda na era infantil. Muita água rola debaixo da ponte. “Cinema é cachoeira” declarou o clássico Humberto Mauro.
AS: Há, creio, uma certa literatice no roteiro de Revoada, quando todo roteiro deve ser, antes de tudo, indicativo. Sei disso porque o li certa ocasião quando de um concurso de roteiro do qual ele fez parte. O discurso de seus cangaceiros é um somatório de literatura e teatro, a se perder de vista, nisso, o cinema. Por que não procurou um dínamo mais vibrante haja vista o que li nas mensagens em relação à montagem feita no sul?
JU: Nossa mente ainda está dominada pelos conceitos da física clássica. A dicotomia, por exemplo, é um vício ultrapassado de análise. A literatura, o teatro e o cinema são “dínamos vibrantes”. Eu não separo o que é íntegro: a unidade estética. Walter da Silveira nos ensinou que o homem pré-histórico já fazia cinema virtual nas cavernas rupestres: a busca da decomposição da imagem é um sonho arcaico. O cinema contemporâneo superou esse debate. O nó foi desatado. “O Ano Passado em Marienbad” (1961) de Alain Resnais e Robbe Grillet encerrou a fronteira do “específico cinematográfico”. As portas da percepção estão abertas. Basta entrar por elas e dar vez ao seu potencial criador. Tudo é possível, inclusive o impossível. Só é preciso estar atento e forte.
AS: Quem, na verdade, roubou seu samba?
JU: Parodiando Noel Rosa, cinema não se aprende no colégio, não é mesmo Tuna Espinheira?. O samba ta no sangue, camaradinho.
Aprontei o projeto integral de Revoada para participar do concurso “Baixo Orçamento” do MINC/Sav, em 2005. Confiei no Rex Schindler, que só teve o trabalho de dar sua assinatura, reconhecer firma em cartório e alugar o CGC. Foi ingenuidade, da minha parte. Reconheço meu erro: o erro da confiança. Pois bem, André. A obra foi aprovada e, da condição de Autor do Projeto eu passei a ser Refém da produtora Rex Schindler Filmes e Serviços Ltda. Sofri um golpe, enfim.
Lembremos, vale a pena relembrar, em 1960 foi produzido Barravento com o roteiro de autoria do Luiz Paulino dos Santos que também rodou, inicialmente, 40 por cento da totalidade do filme. O Sr. Rex Schindler também aplica o mesmo golpe: Paulino é expulso... e assume Glauber Rocha a realização.
Nós sofremos de profunda crise ética. Essa é a enorme tragédia. Pois ela degenera a alma. E a cultura do esperto se apega à impunidade. A maldade, então, ganha status de instituição. É uma forma de ascensão social: nos Autos da Justiça Federal o Sr. Rex Schindler anexa uma foto ao lado de Jorge Amado. Para mim é como se a foto legitimasse a situação atual da cultura baiana: poderia ser também ao lado do Elevador Lacerda ou, alguns meses atrás, abraçado com ACM. Cultura do cartão postal, da fachada ou do sistema de coronelismo. A estrutura de dominação esboça-se pela artimanha que o poeta satírico barroco Gregório de Mattos já versava na Bahia colônia.
AS: Tenho notado que a lista dos chamados cineastas baianos não se manifestou a respeito, privilegiando os apupos e os parabéns corporativos. Você se acha, no momento, um peixe fora d'água do cinema baiano atual?
JU: O poeta Drummond se achava gauche. Eu também. Mas é que vivemos uma época sem lucidez. Ta difícil ser lúcido. Não é só Revoada que parou. Pau Brasil de Fernando Belens também paralisou. Por que? Quais as razões? Quais os motivos, pessoal? Hein?... Não podemos ir empurrando a miséria com a barriga. Um dia a casa cai... E são todos filmes promovidos pelo Estado brasileiro. Dão-se recursos financeiros e não se cobram resultados? É assim? Desse jeito... reticências.
AS: Hitchcock disse que todo filme tem que, obrigatoriamente, envolver o espectador. Mas você, assim é se me parece, segue a linha de um Tarkovsky em seu cinema, um cinema mais de mise-en-présence do que de mise-en-scène. Aqui não vai nenhuma crítica mas uma constatação. O que tem a dizer?
JU: Você assistiu ao meu último filme: Lua Violada? Se assistiu, você mesmo pode responder a questão como crítico de cinema. Quanto a Revoada só posso me pronunciar com o filme pronto. Não só eu me posicionar (minha posição é o filme em si), mas sobretudo a platéia. Já fiz vários filmes: não falo com a parede. Falo com gente: tou falando agora com você. Tou dialogando. Não vivamos com idéias pré-concebidas. Tarkovski não tem linha: ele é um poeta e se expressa com o cinema. O Bergman gostava muito dele. Como eu gosto de John Cassavetes, por exemplo. Porém isso não quer dizer nada. Não existe filme que não envolva espectador. Não existe nenhum. Agora, de que modo se envolver ? De que modo se relacionar? Há mil faces de heróis. Há mil perfis de cinema. Há, inclusive, o conceito do quase-cinema. A expressão é heterogênea: isso enriquece, companheiro. Veja só o padrão global de televisão (uniformização) engessando até o cinema, o teatro... sem falar no modo de falar do povo brasileiro. Vá num igarapé no alto Amazonas que tem lá uma cabocla falando igual à novela das oito. Isso é apocalíptico.
AS: Qual o interesse dos 'seqüestradores' em montar o filme à sua revelia?
JU: Pra dizer a verdade: Rex Schindler só pensou no dinheiro do Ministério da Cultura. Em nenhum instante ele pensou no filme: nunca leu o roteiro de Revoada, pra você ter uma idéia... até surrealista. Mas nosso País é o Febeapá do samba do crioulo doido. Esse folclore tem que acabar. Senão, permaneceremos subdesenvolvido em berço esplêndido. E o Brasil não merece esse atraso.
AS: Cavalo desce escada?
JU: Estarei sempre subindo escada. Ela nos eleva. Voar é com os pássaros. Todos têm direito de terem asas... e saírem em Revoada. Porque a solidariedade, o perdão e a compaixão salvam. E a libertação se oxigena nas alturas. Gagárin subiu além da atmosfera e gritou como uma criança: “A Terra é azul”. Foi a frase mais bela do século XX. Por que? Pelo simples fato dela estar repleta de espiritualidade: foi o coração que falou alto naquele momento iluminado.
Por favor, senhores, deixem-me terminar meu filme em paz e com liberdade de expressão. É só o que peço. E tenho todo o direito deste mundo: Revoada saiu de minhas vísceras. Só desejo produzir beleza para todos que o assista. Não mereço essa mutilação, meu povo. Afastemos o Demônio e nos rejubilemos com a consciência cósmica que é Deus, causa sui.
28 janeiro 2008
Revoada de mensagens
Ainda sobre o "seqüestro"
27 janeiro 2008
Que fique bem entendido
Consumido pela febre da indignação
Tuna Espinheira, indignado
Do seqüestro: e a transparência?
Ora, em aritmética simples, tendo a rodagem do filme “Revoada” sido feita em quatro semanas na Chapada Diamantina, neste Estado, logo, o custo pelo aluguel do equipamento totalizaria no período de sua utilização, retro firmado, R$32.256,00 (trinta e dois mil, duzentos e cinqüenta e seis reais).
Perceba, nobre magistrado, num único e singelo tópico da demonstração de gastos encaminhada pela Rex Schindler Ltda., a discrepância de valores, entre os reais, manejáveis no mercado, e aquele que objetivou a anunciada contratação pela pessoa jurídica privada acionada: diferença dos orçamentos da monta de R$57.436,00 (CINQUENTA E SETE MIL, QUATROCENTOS E TRINTA E SEIS REAIS)!!!
Há , igualmente, menção nas contas da Rex Schindler Ltda., à efetivação de “empréstimo”para pagamento com a última parcela. De maneira vaga e imprecisa há referência a “empréstimo”, sem caracterização da destinação dos valores tomados a este título...
Ademais, acusa, a Rex Schindler Ltda., em sua demonstração de contas, o recebimento de R$940.000,00 (NOVECENTOS E QUARENTA MIL REAIS), quando no edital, item 8, resta consignada a fórmula de pagamento dos valores para a produção do longa metragem de R$ 1.000.000,00 (HUM MILHÃO DE REAIS), através da qual ficam reservados 10% deste total (R$100.000,00 – CEM MIL REAIS) para “após a entrega das cópias” (grifos, item 8, alínea d), remetendo-se ainda ao item 9.1. alínea “a” do ato convocatório.
Não tendo sido entregue cópia “standard - 35mm do filme”, posto que em estágio final consubstanciado nas práticas de edição de som, mixagem, gravação da música, captação de sons adicionais, gravação de ruídos em sala etc., como pôde o Ministério da Cultura já ter pago 40% do valor atinente à última parcela, em ofensa o que reza o próprio edital?"
Filme baiano é seqüestrado pelo produtor
A confusão está armada. Em 2005, o realizador baiano José Umberto Dias ganhou concurso de roteiros do Minc com Revoada, filme que tenta resgatar o cangaço no cinema brasileiro através da fuga de cangaceiros do bando da Lampião após a morte de seu chefe.
Revoada assinala a segunda incursão longametragista de José Umberto, cujo primeiro filme de longa duração, O anjo negro, data de 1973, há, portanto, 35 anos que espera uma segunda chance para poder se expressar pelas imagens em movimento de maneira mais efetiva e profissional. Nunca deixou, no entanto, de fazer filmes, a registrar, em sua carreira, iniciada em 1967, com Perâmbulo, e com destaque maior em Vôo interrompido (1969), média metragem que se considera o primeiro filme realmente marginal baiano, uma incursão por todas as bitolas. Quando do boom superoitista, realizou, entre outros, Urubú e Brabeza, a obter prêmios em festivais nacionais. O cangaço sempre esteve nas suas cogitações e em sua fita de estréia no longa, O anjo negro, há uma alusão explícita com a introdução de um personagem que é cangaceiro. O registro, porém, ficou mais forte quando conseguiu finalizar A musa do cangaço, nos idos dos 80, depoimento exclusivo de Dadá, que foi mulher de Corisco, que, aqui neste filme, faz surpreendentes relatos sobre a vida dos cangaceiros. Corisco e Dadá foram estilizados em Deus e o diabo na terra do sol, de Glauber Rocha, o grande filme do cinema brasileiro. O primeiro, em interpretação inexcedível de Othon Bastos, e Dadá personificada por Sônia dos Humildes.
Mas o que interessa saber é que José Umberto, depois de tanta luta, um verdadeiro calvário, uma via-crucis, para realizar Revoada, tomou uma rasteira quase no final da escapada, a bout de souffle. Amargurado com o que aconteceu ("Há dor que a palavra é intraduzível."), José Umberto lamenta a sorte: "O cinema é uma arte infeliz", que diz ter ouvido da boca russa de Tarkovski. O que ele conta é estarrecedor e não pode ficar sob o pano quente das conveniências, como é praxe no cinema baiano: "Meu filme foi "seqüestrado" pela dupla diabólica Rex Schindler/Walter Webb da casa do montador Severino Dadá, no Rio de Janeiro"
Vítima de um problema de saúde grave, que precisou da intervençao cirúrgica, segundo o realizador a 'dupla diabólica' se aproveitou de sua condição de inválido para exagerar a gravidade de sua doença e, assim, intervir no copião e levá-lo para longe. A deduzir de seus comentários, o autor do "seqüestro" parace que foi Walter Webb, mas com o apoio e a conivência da velho produtor Rex Schindler. Está a se repetir, como farsa, a história de Barravento mais de quarenta anos depois, quando o controle do filme foi retirado das mãos de Luís Paulino dos Santos, num verdadeiro golpe, para instalar o comando sob Rex Schindler e Glauber Rocha. Tenho, eu aqui André Setaro, um grande respeito pela figura de Rex Schindler e fiquei estarrecido, a ser verdade o que se conta, o seu ato e o seu comportamento de seqüestrador de fitas, um homem que, atualmente, se diz tão cristão e tão evangélico.
Conta Zé: "Rex entrou no concurso MINC só por eu não ter CGC. Somente. Pois sou o AUTOR de todo o projeto, como você sabe. Assim que ele foi aprovado (coisa que ele não esperava nem contava), eu saí da condição de Autor e passei à situação de Refém: nunca vi um extrato bancário do R$Hum milhão recebido do erário público!"
Este post é apenas o primeiro de outros. A história continua. E já se encontra na Justiça Federal uma Ação Popular com Pedido de Liminar. Aguardem.
A coisa é, como estão a ver, simplesmente estarrecedora.