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01 janeiro 2006

Desrespeitando os assinantes, os canais Telecine estão cada vez piores. Acabaram as mostras de realizadores importantes (como a do inesquecível Ernest Lubitsh, ou a de Jean Renoir, entre tantas outras) e, com elas, decretou-se a morte do Classic, que, em seu lugar, deu origem ao híbrido Cult. Mas o que causa espécie é o atentado contra a integridade da obra cinematográfica, com o espichamento do quadro nos filmes originariamente em cinemascope em função da sempre abominável tela cheia (full screen). Soube que houve uma mudança na gerência dos canais, e os novos responsáveis pensam somente em angariar audiência. Volto ao assunto, pois já postei uma reclamação semelhante, porque realmente considero inadmissível, por exemplo, que um filme O dirigível Hindenburg, de Robert Wise, disaster-movie com George C. Scott, que nada tem de cult (ou o que isso queira dizer), e abstraindo juízo valorativo, seja apresentado na horrenda tela cheia, pois espetáculo que requer o enquadramento íntegro. O Cult é um somatório de filmes sem muito critério: obras antigas se misturam com novas, provocando uma grade heterogênea. O Hindenburg, de Wise, diretor que já fez obras-primas (Punhos de campeão, Quero viver, entre outras), é um de seus filmes mais fracos e longe estar de uma cultuação, mas obra que mais parece adequada à vala do esquecimento. Quanto ao Canal Brasil, os intervalos continuam de amargar e desesperar. Alguns programas são completamente dispensáveis, como Tipos, de Oswaldo Montengro. E Pereio devia escolher melhor os seus entrevistados. Por, talvez, preguiça, entrevista amigos que ninguém conhece. Neste ponto, Selton Mello sabe escolher e é mais dinâmico, deixa o entrevistado falar. O que não acontece com Pereio, que, na recente reprise da entrevista com Gabeira, quando este ia abrir a boca, tinha que incontinenti fechá-la, por que Pereio o atrapalhava, falando, falando muito - e embolado.