Clique na imagem para vê-la maior em outra janela e, feito isso, dê mais um clique para aumentá-la ainda mais. |
Seguidores
16 setembro 2010
1959: O Ano Mágico do Cinema Francês
15 setembro 2010
Pérolas do cinema italiano
Marcello Mastroianni e Jacques Perrin em Dois Destinos (Cronaca familiare), de Valerio Zurlini |
- Oito e meio (Otto e mezzo, 1963), de Federico Fellini
- Divórcio à italiana (Divorzzio all'italiana, 1961), de Pietro Germi
- A aventura (L'Avventura, 1960), de Michelangelo Antonioni
- Quando o amor é cruel (Incompreso, 1967), de Luigi Comencini
- Rocco e seus irmãos (Rocco i suoi fratelli, 1960), de Luchino Visconti
- A doce vida (La dolce vita, 1960), de Federico Fellini
- Os eternos desconhecidos (I soliti ignoti, 1956), de Mario Monicelli
- Teorema (1968), de Pier Paolo Pasolini
- Nós que nos amávamos tanto (C'eramo tanto amati, 1974), de Ettore Scola
- Aquele que sabe viver (Il sorpasso, 1962), de Dino Risi
- Dois destinos (Cronaca familiari, 1962), de Valerio Zurlini
- Venha tomar um café conosco (Venga prendere il caffè da noi, 1970), de Alberto Lattuada
- Ladrões de bicicletas (Ladri di biciclette, 1948), de Vittorio De Sica
- Roma, cidade aberta (Roma, città aperta, 1945), de Roberto Rossellini
- Investigação sobre um cidadão acima de qualquer suspeita ( Indagine su un cittadino al di sopra di ogni sospetto, 1970), de Elio Petri
- O belo Antonio (Il bell'Antonio, 1959), de Mauro Bolognini
- Era uma vez no Oeste (C'era una volta il West, 1968), de Sergio Leone
- Aconteceu na Primavera (Fiorili, 1992), de Paolo e Vittorio Taviani
- Antes da revolução (Prima della rivoluzzione, 1963), de Bernardo Bertolucci
- Suspiria (idem, 1977), de Dario Argento
- Umberto D (idem, 1950), de Vittorio De Sica
- O leopardo (Il gattopardo, 1962), de Luchino Visconti
- Na estrada da vida (La strada, 1954), de Federico Fellini
- A moça com a valise (La Ragazza con la Valigia, 1961), de Valerio Zurlini
- Demonia (Demonia, 1990), de Lucio Fulci
- Hércules no centro da terra (Ercole al centro della terra, 1961), de Mario Bava
- Pais e filhos ( Padri e Figli, 1957), de Mario Monicelli
- A noite (La notte, 1961), de Michelangelo Antonioni
- Ciúme à italiana ( Dramma della gelosia, 1970), de Ettore Scola
- Esposamente (Mogliamante, 1977), de Marco Vicario
- Senhoras e senhores (Signore & signori, 1966), de Pietro Germi
- Conheço bem essa moça (Io la conoscevo bene, 1965), de Antonio Pietrangeli
- Enquanto durou o nosso amor (Le stagioni del nostro amore, 1965), de Florestano Vancini
- Arroz amargo (Riso amaro, 1949), de Giuseppe De Sanctis
- Os companheiros (I compagni, 1963), de Mario Monicelli
- Férias à italiana (L'ombrellone, 1966), de Dino Risi
- Confissões de um comissário de polícia (Confessione di un commissario di polizia al procuratore della repubblica, 1971), de Damiano Damiani
- Omicron (idem, 1963), de Ugo Gregoretti
- O conformista (Il conformista, 1969), de Bernardo Bertolucci
- Due soldi di speranza (1951), de Renato Castellani
- Quatro dias de rebelião (Quattro giornate di Napoli, 1962), de Nanni Loy
- A garota de Triste (La ragazza di Trieste, 1982), de Pasquale Festa Campanile
- Amarcord (idem, 1973), de Federico Fellini
- Os indiferentes (Gli indifferenti, 1963), de Francesco Masselli
- Caprichos de mulher (Nata di marzo, 1958), de Antonio Pietrangeli
- Cinema Paradiso (Nuevo Cinema Paradiso, 1989), de Giuseppe Tornatore
- O corcunda de Roma (Il gobbo, 1960), de Carlo Lizzani
- Boccaccio 70 (idem, 1964), de Monicelli, Fellini, Visconti, De Sica
- Verão violento (State violenta, 1960), de Valerio Zurlini
- Telefones brancos (Telefones bianchi, 1976), de Dino Risi
13 setembro 2010
Claude Chabrol está morto
Integrante do triunvirato da Nouvelle Vague (ao lado de François Truffaut e Jean-Luc Godard), Claude Chabrol morreu aos 80 anos na manhã de ontem, domingo, dia 12 de setembro. Mestre da mise-en-scène, apesar de uma filmografia irregular, tem, porém, obras antológicas, a exemplo de Trágica separação (La rupture, 1970), A mulher infiel (La femme infidèle, 1969), O açougueiro (Le boucher, 1970), Uma garota dividida em dois (Une femme coupée en deux, 2007), As corças (Les biches, 1968), Quem matou Leda? (A double tour, 1960), entre muitas outras.
Crítico de cinema da revista Cahiers du Cinema, antes de virar realizador, escreveu, em parceria com Eric Rohmer (outro que já se foi no ano em curso), Le Cinema selon Hitchcock, obra pioneira na afirmação de Hitch como um completo e importante autor de filmes, com constância temática e marca pessoal indiscutível. Vejam os meus filmes preferidos de Claude Chabrol em http://www.facebook.com/home.php?#!/note.php?note_id=101283983268972&id=638138533&ref=mf
Crítico de cinema da revista Cahiers du Cinema, antes de virar realizador, escreveu, em parceria com Eric Rohmer (outro que já se foi no ano em curso), Le Cinema selon Hitchcock, obra pioneira na afirmação de Hitch como um completo e importante autor de filmes, com constância temática e marca pessoal indiscutível. Vejam os meus filmes preferidos de Claude Chabrol em http://www.facebook.com/home.php?#!/note.php?note_id=101283983268972&id=638138533&ref=mf
12 setembro 2010
A avalanche de filmes digitais é impressionante. Qualquer pessoa pode, agora, fazer um filme e se intitular cineasta. O fazer cinema perdeu seu mistério e a sua magia. Claro, há a possibilidade de que qualquer se expresse por meio das imagens em movimento, o que é democrático. Ouso comparar o fazer cinema, hoje, com os poetas de antigamente. Em tempos não tão priscas assim, as pessoas viviam a cometer poesias e ficavam satisfeitas quando uma delas era publicada em jornais e revistas. Mas se existia muitos versos, poucos os poetas verdadeiros. Tinha-se, na verdade, uma enxurrada de versejadas.
Aplico o dito aos filmes feitos em digital por qualquer mané. O lixo da história está cheio desses arroubos expressivos e o tempo será o seu maior juiz. Pelo que tenho visto, a maioria dos filmes realizados em digital é de péssima execução cinematográfica, principalmente os curtas realizados por amadores. Para se fazer um filme é necessário, salvo raras exceções (como o documentário filmado in loco), uma elaboração a priori, um pensar cinematográfico antes da execução propriamente dita. Os cineastas digitalizados, porém, na sua grande maioria, preferem pegar a câmera e ir logo filmando. Os resultados, como não poderiam deixar de ser de outra forma, são lamentáveis.
Nelson Pereira dos Santos, numa palestra no Memorial da América Latina, há algum tempo, disse que não gostava da expressão audiovisual para a denominação de tudo que fosse imagem em movimento. Qualquer filme é chamado de produto audiovisual, o que, para ele, não expressava bem o significado e a dimensão do cinema. Quando se fala cinema, segundo Nelson, vem logo à mente nomes como Orson Welles, Fellini, Luchino Visconti, Roberto Rossellini, entre outros, ao passo que quando se fala em audiovisual nada vem à lembrança. Concordo em gênero, número e grau com esta opinião.
Está a acontecer uma revolução no audiovisual e ainda não cheguei a um processo mais consciente do que se encontra por vir. As imagens em movimento perderam a sua magia de somente serem vistas nas salas exibidoras e tomaram uma amplitude nunca dantes imaginada. Estão por toda parte: nas gigantescas televisões de plasma, nos DVDs, nos celulares, nos computadores. Baixa-se filmes a torno e a direito pela internet. O filme, algo meio inacessível, como em coluna passada me referi com um caso, hoje se vulgarizou a tal maneira que se pode encontrar no balaio das Lojas Americanas obras-primas a preço de banana. Ou espalhadas pelo chão das ruas e avenidas das cidades em cópias piratas. É verdade que, nesta oferta, predominam os filmes inferiores, para consumo imediato, mas, de repente, vê-se um grande momento do cinema à disposição do cliente transeunte.
Os eventos cinematográficos se proliferam e em qualquer cafundó de judas há atualmente a realização de um festival de cinema (apoiados, diga-se assim de passagem, pelas burras da Viúva). Muitos deles são bons e proveitosos, mas não se pode negar que alguns cheiram a picaretagem. Abre-se uma produtora com fito cultural e basta apenas captar patrocínios. Os organizadores gastam o necessário e o troco fica com eles. Urge que os órgãos governamentais tenham mais rigor ao patrocinar tais eventos, pois muitos não passam de pura picaretagem.
Há também uma profusão de oficinas, mesas redondas e quadradas, seminários disso e daquilo, alguns chatíssimos, recorrentes, repetitivos. Para ficar num só exemplo: a das oficinas de crítica cinematográfica., que, geralmente, são realizadas em dois, três dias. Creio-as um absurdo, um non sense. Como se pode ensinar a ver um filme em tão pouco tempo? E, principalmente, criticá-lo? A crítica é a arte da paciência, como disse uma vez o grande Inácio Araújo. Antes de mais nada, o vestibulando a crítico deve ver e ver filmes e, para alcançar um razoável repertório cinematográfico somente o tempo está a seu favor. É preciso se entender que o cinema é uma estrutura audiovisual, que tem uma linguagem autônoma. A crítica, portanto, é um processo a posteriori. Mas, na geleia geral na qual se afundou o audiovisual, assim como todo brasileiro se considera um técnico de futebol, também se acha apto para criticar um filme. Confesso que ministrei uma oficina de crítica, mas, num processo de autocrítica, nunca mais a farei. Tenho, também, culpa no cartório, mas, creio no meu bom senso, e, se o tenho, não participo mais de tais oficinas, que, no meu bom tempo, conhecia-as para conserto de carros e bicicletas.
A concentração de filmes numa determinada mostra, é contraproducente. Segundo Georges Sadoul, famoso historiador de cinema francês, na introdução de seu Dicionário de Filmes, os filmes gravados na memória tendem a se confundir. Conta que passou décadas a analisar uma sequência de determinada obra cinematográfica vista há muito tempo e que a tinha como fundamental. Quando teve a oportunidade de vê-la, constatou, estupefato, que ela não existia no filme que anunciava. Pertencia a outro.
Como no título da antologia de críticas de Antonio Moniz Vianna, um filme por dia é o ideal de contemplação de um cinéfilo – até poderia conceder: no máximo dois. Há pouco tempo, no entanto, os eventos cinematográficos que se faziam no Brasil não empurravam, cinéfilo abaixo, uma avalanche de filmes. É bem verdade que da profusão pode aquele que se interessa escolher os mais interessantes e deixar os outros para uma próxima ocasião – se a houver.
Cada vez mais fica imperativo que se refine o que se vai ver. O ideal também é que se refinasse mais o que está a ser produzido. Uma das metas do cinema brasileiro deveria ser esta: não aporrinhar o pobre do cinéfilo já tão aporrinhado com as coisas da vida.
Assinar:
Postagens (Atom)