Encontrei esta notíca na internet: "O prédio de número 45 da Rua Senador Dantas, no Centro do Rio, onde funcionou o Rio Cine Vitória, foi invadido na noite de domingo (30) por cerca de 150 famílias ligadas ao Movimento Nacional de Luta pela Moradia. Segundo a integrante do movimento, Maria de Lourdes Lopes, a construção estaria abandonada há mais de 10 anos. Os sem-teto aproveitam o Dia Mundial do Habitat, celebrado nesta segunda-feira (1º), para chamar atenção das autoridades para o grande número de pessoas sem domicílio no país. Maria de Lourdes informou que seriam oito milhões de desabrigados no Brasil, enquanto cinco milhões de imóveis estariam abandonados. Os ocupantes do prédio no Centro esperam que o proprietário apareça para negociações. Eles reivindicam permanência no local para habitação, atividades culturais e geração de renda. “Esperamos que quem apareça aqui não seja a polícia”, declarou Maria de Lourdes. (Foto: Alaor Filho/Agência Estado)" A segunda foto é de autoria de Jonga.
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06 julho 2009
Imagens da desolação
Ninguém pode me contestar, mas o fato é que não existem mais cinemas como antigamente. Quem frequentou, por exemplo os Metros do Rio de Janeiro (quantos metros tem o Rio?) e, principalmente, o de Copacabana, sabe disso, a exemplo do publicitário João Carlos Alves Olivieri, conhecido na roda da malandragem como Jonga, bloguista (http://novaspensatas.blogspot.com/), que, hoje, passando pela Cinelândia, deparou-se com as ruínas do cine Vitória, sala de exibição que está na sua memória afetiva de cinéfilo. A imagem reflete a desolação: grafites tomam conta do quadro branco onde se colocavam os nomes dos filmes em cartaz e os horários das sessões; dentro, a escuridão não deixa ver, mas o que se pode encontrar é um verdadeiro pardieiro.
A Cinelândia, inclusive, tem este nome porque no local havia muitos cinemas. Recordo-me do Pathé, deste Vitória em ruínas, do Odeon (que se salvou milagrosamente, foi reformado e hoje serve de pré-estréias para alguns filmes e é lugar de destaque quando dos festivais cariocas). No Passeio Público, o Palácio, que, como o nome indica, era um verdadeiro palácio. Comprado o ingresso, andava-se, quase a flutuar no macio tapete vermelho escuro peculiar à cadeia Luiz Severiano Ribeiro, por quase, força de expressão, um quilometro, até se chegar ao porteiro e, dado o bilhete, adentrar-se na magnífica sala de projeção. No itinerário, um itinerário de pura emoção e magia, ia-se a olhar os cartazes na paredes (de a seguir, breve, etc). Quase vizinho, o Metro Passeio, que, embora não se comparasse ao Palácio, era um cinema imenso, capaz de transportar o cinéfilo para a fantasia do espetáculo cinematográfico.
Chocado com a desolação do seu querido cinema Vitória, Jonga, que, por acaso estava a portar uma máquina fotográfica, tirou algumas fotos. E foi para casa desolado, acreditando que o cinema, como era, não existe mais.
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12 comentários:
Pode notar, caro professor Setaro que a decadencia é total. A foto da matéria do G1 (leia-se Rede Globo) eu já havia visto, mas achei que não dá ideia da decadência real. Aquelas luzes que estão acesas eu nunca as vi assim desde que o cinema fechou, virou estacionamento e outros bichos. Tentaram fazer (bem ao estilo Globo) uma superprodução que falseou a realidade. A explicação é que o G1 pertence à famigerada emissora.
Mas deixemos estes que tanto mal fizeram e até hoje fazem a este pobre país chamado Brasil e vamos ao que interessa. E que, infelizmente também é mal.
Mais de uma vez tenho falado no meu blogue sobre cinemas do Rio nos tempos em que existiam cinemas... Não esses “cinemas” pasteurizados que habitam os shoppings.
Mais de uma vez também citei o Vitória em seu estilo art-deco, a exemplo do Edifício Rivoli, onde ele se situa, e que, pasme foi tombado. Na última vez em que falei dele foi sobre a estreia de “A Volta ao Mundo em 80 Dias” na versão de 1956, Lembrei que fui com minha mãe comprar os ingressos alguns dia antes, pois não se vendiam na hora e havia lugares marcados. Era uma sala nobre do circuito Luiz Severiano Ribeiro, ao lado do São Luiz, do Roxy e tantos outros até citados nesta postagem de Setaro’s Blog.
Entretanto está aí o seu triste fim. Assim como o do Palácio, que fechou mais recentemente, mas está cheio de madeiras pregadas na sua ex-majestosa entrada.
Resta-nos recordar. E chorar o que nos foi violentamente arrancado...
Setaro, grande flagra de Jonga ! Foi aí que ví, pela segunda vez, "Romeu e Julieta" de Zefirelli.Sugestão ao amigo on-line Jonga: quando puder. câmera em punho, mande imagens de hoje do Ricamar, Copacabana, Roxy, Leblon, Capitólio, Império, Bruni Copacabana( esse morreu faz tempo), Pirajá( como se diz aqui: é o novo !), Botafogo( ví grandes sessões duplas lá), Guanabara( onde ví "Butch Cassid" já em reprise)etc. Na sequencia de abertura de "Amor Bandido" de Bruno Barreto, o terreno onde acontece o crime que vai conduzir a narrativa é o local exato onde antes existia o exuberante Metro Copacabana. Lembro também do simpático Cine Jóia onde ví "Yellow Submarine". Em Botafogo também tinha o velho Ópera, embaixo do lendário edificio Rajah.E por aí vai.
Romero, Jonga,
A idéia de Romero, Jonga, é boa. Se você pudesse tirar fotos dos cinemas citados (sei que é pessoa ocupada) poderíamos fazer uma série dos cinemas do Rio (um por semana). Fui a muitos deles. Recebi um livro luxuoso, editado pela empresa de Luiz Severiano Ribeiro, que mostra imagens de suas salas. Um luxo! O São Luiz, nos anos 40, por exemplo, é de cair o queixo. O amplo espaço, os tetos altos, as pessoas bem vestidas, dá a impressão de um palácio real. Ficava, como vocês sabem, no Largo do Machado. Uma característica dos cinemas de Severiano é que as entradas de alguns deles não dá uma idéia de sua imensidão interior. O Vitória, por exemplo, tem uma entrada acanhada. Adentrando-se é que se percebe o amplo espaço.
A psicologia da percepção aponta para uma transformação radical no ato de 'ver um filme', 'assistir a um espetáculo cinematográfico'. Há uma diferença, o que reflete sobremaneira na recepção da obra cinematográfica, entre um filme visto num São Luiz, por exemplo, e um filme visto num laptop. Mas agora muita gente baixa da internet (e o 'baixar', aqui, nada tem a ver com 'baixar o santo') o filme e o vê no seu computadorzinho de mesa. Outro dia, num shopping aqui de Salvador, vi um sujeito sentado numa mesa na praça de alimentação a ver, na "dele", nada menos que "Ben Hur", de William Wyler.
Há ou não uma abissal diferença?
Romero, pra resumir os atos desta ópera (se trocadalhos), vou enumerar os que ainda existem, e senão, o que viraram. Pela ordem: o Ricamar virou um centro cultural da prefeitura. O Copacabana é uma luxuosa academia de ginástica para dondocas e boiolas. O Roxy continua lá, dividido em várias salas, mas está lá. O Leblon continua. Capitólio? Este virou a Igrja “católica” do reino de deus. Aquela mesmo do bispo Macedo. Império? Já foi pro beleléu há long time a go. Bruni Copacabana (pelo menso é a Modern Sound uma loja em que se enontram DVD’s raros a preços também raros). O Pirajá nem me lembro mais quando fechou... O Botafogo pelo menos é o Estaçao Unibanco. O Guanabara (onde onde viu "Butch Cassidy) foi fuzilado que nem ele. Na sequência o Metro Copacabana. Todos os Metros eram do cacete. O velho Ópera, que não ficava embaixo, mas ao lado do edificio Rajá, hoje é uma loja da Casa & Vídeo.
André, concordo que a idéia do Romero é boa. Tenho planos de tirar fotos dos cinemas citados, e mais algumas ‘carcaças” hirishimianas dos cinemas do Rio. É tirste e tenho que fazer aos poucos, mas vou me esforçar para todo mês lhe mandar uma,
Obrigado, Jonga, fotógrafo da desolação dos cinemas cariocas.
Não sei se serve de consolo, mestre Setaro, mas foi reinaugurado em São Paulo o famoso cine Marabá, na esquina da Ipiranga com a São João. Agora são cinco salas, tendo sido preservadas as principais características do cinema, até mesmo o lustre do hall, num projeto assinado pelo arquiteto Ruy Ohtake. Eu estava em São Paulo no começo de junho e pude ver pela mídia local diversas reportagens que mostravam a beleza indiscutível do ambiente e o entusiasmo de todos com uma possível retomada da "cinelândia" paulistana. Que a restauração do Marabá seja um sinal de novos tempos para a cinefilia. Abr (Carlos Barbosa)
Pelo visto, a idéia de Jonga, ontem, tirar fotos do cinema Vitória surtiu efeito no blog.
Caro Jonga, lembrei também do Caruso, do Cinema Um (na Prado Jr.), do Capri( parece que é o Estação Botafogo), Paissandú (que fechou recentemente), tinha ainda o Bruni Ipanema, o Pax (onde ví a pré-estréia de Amor Carnaval e Sonhos de Sarraceni), o Art Copacabana( entre o Metro e o Copacabana), Bruni Flamengo( nunca ví um filme lá), o Rian( parece que é uma casa de shows), o Riviera( tinha umas "feiras" do cinema brasileiro bem legais),Condor Copacabana e o Miramar.
Como se pode perceber, apesar de paraibano, Romero tem uma vivência impressionante dos cinemas cariocas. Por falar nisso, minha memória despertou lembranças. Foi no Capri que vi 'Bonnie & Clyde', quando do seu lançamento no Brasil. E no Bruni Flamento vi, entre outros 'Os 300 de Esparta' e 'Hatari!'. No Bruni Botafogo, 'Detetive mixuruca', de Frank Tashlin, com Jerry Lewis. Lembro-me que vi 'El Cid' no Paissandú. Ia muito também a um 'poeira' chamado Politheama, que ficava no Largo do Machado.
Caros,
Estava realizando uma pesquisa sobre este Cnema e encontrei esse post com admiradores do mesmo.
Primeiramente, gostaria de me somar a vocês, na qualidade de profundo admirador da região e dos antigos cinemas.
Além disso, tambem gostaria de me somar a vocês na revolta pelo abandono de todo esse patrimônio histórico. É realmente revoltante!
No entanto, o fato é que minha dor é ainda maior. Sou proprietário dessa relíquia história e estamos travando uma luta desde 2003 pela aprovação junto a Prefeitura de um projeto para revitalização de todo o Cinema e dos andares superiores também. De lá para cá, esse episódio da invasão dos Sem Teto foi somente uma amostra das dores de cabeça que tivemos... Vocês não tem idéia da dificuldade que existe para aprovação de projetos no Rio. É simplesmente uma vergonha! Temos que nos rebaixar e pedir pelo amor de D´s para um encontro com os responsáveis para a aprovação de pojetos na região, e depois de muito esforço, nada acontece!
Depois de muitos investimentos (enormes, diga-se de passagem), ainda temos que ser violentados com a invasão do espaço por um bando de arruaçeiros, que alegam que isto é prédio abandonado... Abandonado por quem? Por mim, não !!! Estou numa luta que só me traz desgosto há sete anos, por que num maldito dia fui cair no erro de investir nessa "maravilhosa cultura nacional" de um País tão "maravilhoso" quanto...
"Cultura nacional"? Vende-se !
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Ate a vista
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