Espaço para a exibição de filmes que fogem ao esquema narrativo do tradicional cinemão, a Sala de Arte do Bahiano, que faz parte do Clube Bahiano de Tênis, está ameaçada de ser fechada. Com a decadência dos clubes sociais, o Bahiano, atolado em dívidas, resolveu fazer um contrato com a Perini (mercado de delicatessen) para que esta empresa possa utilizar a sua grande área. Como o cinema fica incrustado no clube, tudo indica que a Perini não pretende mantê-lo, o que está a suscitar na cidade imensa indignação. Domingo passado, dia 15 de janeiro, mais de duzentos pessoas foram abraçar a Sala de Arte do Bahiano. Ediane do Monte, artista plástica, expôs um trabalho de sua autoria, que apresenta um imenso pão (simbolizando a Perini) e, dentro dele, um cartaz de Pierrot, le fou, de Jean-Luc Godard. A artista declarou que procurou mostrar que pode haver uma conciliação entre a Perini e o cinema. A empresa de delicatessen pode vir a existir no clube sem, contudo, tomar o espaço do cinema que já se tornou um point dos cinéfilos soteropolitanos.