Quero recomendar, para leitura não somente neste domingo mas em qualquer dia da semana, não um blog, mas um site: Nacocó, que se intitula hebdomadário onomatopéico. Não satisfeito com o que li, fui ao 'pai dos burros', o dicionário Aurélio, e não encontrei, nele, o vocábulo. Trata-se de um site criado e executado por alunos da Faculdade de Comunicação da UFBa. Os textos, variados e bons, falam de qualquer assunto destituído da sem-cerimônia característica dos jovens e dos mais afoitos, daqueles que procuram, para ser verdadeiros, não ter papas na língua. Entre as matérias a destacar, já que não posso falar, aqui, de todas, chamo a atenção para a copiosa e muito interessante entrevista com o professor universitário eantropólogo Renato da Silveira, que dá verdadeira lição de disciplina e seriedade na investigação científica, revelando, também, episódios interessantes de sua vida agitada como militante político. A cronista do Nacocó, Emanuella Sombra, fala de suas observações das coisas da vida: a mulher em torno de um garrafa de cerveja, a venda de abadás, quando não está a verificar os méritos e os desméritos de um filme (como faz com A rainha/The queen, de Stephen Frears). Por falar em cinema, hoje é dia da entrega dos Oscars, a grande festa de Hollywood, cujo marketing, gigantesco, tornou o espetáculo mundial. Peço licença ao Nacocó para dar dois dedos de prosa a respeito da estatueta baseada na genitália de um tio de Bette Davis, se não me engano (não é exatamente isso, mas peço aos entendidos no assunto que me corrijam). O Oscar não serve como aferição do valor de uma obra cinematográfica, mas é uma grande festa para consolidar cada vez mais a indústria cultural de Hollywood. Premia-se aqueles filmes que são interessantes para a indústria do cinema. Quantos filmes e quantos cineastas não foram alijados da competição na história da cobiçada estatueta? O melhor do Oscar são as homenagens especiais (como a feita a Robert Altman ano passado), uma ou outra retrospectiva, porque, de um modo geral, já não se fazem astros e estrelas como antigamente. A última grande estrela do cinema, segundo Larry King, foi Elizabeth Taylor. Voltemos ao Nacocó.
Editado por seis mãos, as de Vitor Pamplona, Emanuella Sombra e Diego Damasceno, o Nacocó é ilustrada por Vânia Medeiros e tem, entre seus colaboradores, Beth Ponte, Daniel Telles, Eliana Mara, Rodrigo Cerqueira, Saymon Nascimento, Yuri Ávila, Virgínia Sundown. Mandei um comentário sobre Cartas de Iwo Jima, mas não sei se já está no ar. A foto que ilustra a postagem foi resultado de uma pesquisa de imagens no Google, na qual coloquei o nome 'Nacocó', e apareceram várias, entre esta, que ilustra o post dominical.De qualquer forma, o link do acesso é o seguinte: