A oficina tem uma carga horária de 24 (vinte) horas – três horas por semanas num total de 08 (oito) aulas.
Os filmes, da relação abaixo, serão exibidos em aula, e reservada uma hora (ou mais a depender do tempo de duração de cada um) para a exposição teórica e discussão da obra cinematográfica a ser apresentada sempre em vinculação explícita ao conteúdo programático.
Com apenas oito aulas (de três horas, cada uma), a escolha dos filmes ficou restrita àqueles que se afinam com o conteúdo programático de cada dia. Assim, ficaram fora do programa realizadores da maior importância, a exemplo de Ingmar Bergman, Charles Chaplin, Federico Fellini, Akira Kurosawa, entre tantos outros. A não inclusão deles não implica que os escolhidos sejam maiores ou superiores. Apenas uma questão de aplicação, como já disse, em relação ao conteúdo de cada aula. A dificuldade na seleção, a ver o tempo exíguo da oficina, leva obrigatoriamente à omissão de alguns grandes cineastas.
E assim como certos autores excepcionais ficaram de fora, não foi possível encaixar, dentro sempre dos conteúdos, o cinema brasileiro, que tem grandes e importantes obras, como Terra em transe e Deus e o diabo na terra do sol, ambas de Glauber Rocha, Vidas secas, de Nelson Pereira dos Santos, O bandido da luz vermelha, de Rogério Sganzerla, entre outras tantas.
Objetiva a oficina dar uma introdução ao cinema, como o seu nome já diz. O caráter é de introdução, portanto, introdução a uma linguagem, introdução a uma estética.
AULA 1 (10.03.)
A linguagem cinematográfica como produtora de sentidos. O elo semântico e o elo sintático. O cinema como linguagem e como estética. Narrativa e fábula no discurso cinematográfico. O nascimento do cinema e o processo de constituição de sua linguagem. A transformação do mundo em discurso a se servir do próprio mundo.
Filme base: O PASSAGEIRO: PROFISSÃO REPÓRTER (Professione reporter, Itália/França/Espanha, 1974), de Michelangelo Antonioni.
AULA 2 (17.03.)
Linguagem. Técnica. Estética. Os movimentos de câmera e a montagem como produtoras da significação. A mise-en-scène. Hitchcock como inventor de fórmulas e a simbiose forma/conteúdo. As estruturas da narrativa.
Filme base: UM CORPO QUE CAI (Vertigo, Estados Unidos, 1957), de Alfred Hitchcock.
AULA 3 (24.03.)
A transição da estética da arte muda para o cinema falado. A plástica das imagens e os recursos da montagem. A estética da arte muda. Montagem narrativa e montagem ideológica. Eisenstein como renovador da estética cinematográfica. A singularidade de seus filmes no contexto histórico.
Filme base: O ENCOURAÇADO POTEMKIN (Brenonosets Potiokim, União Soviética, 1925), de Sergei Eisenstein.
AULA 4 (31.03.)
Orson Welles e o ponto de partida da linguagem do cinema contemporâneo. O específico fílmico. O cinema e as outras artes. O romance filmado como uma utopia. As linguagens e suas singularidades. O problema da transfer.
Filme base: CIDADÃO KANE (Citizen Kane, Estados Unidos, 1941), de Orson Welles.
AULA 5 (07.04.)
A representação do real. Os modos de representação da realidade no cinema: realismo, idealismo, expressionismo, surrealismo. Ponto de vista e estrutura. Documentário e ficção. As vertentes do realismo. O expressionismo além de sua fonte inspiradora.
Filme base: AURORA (Sunrise, 1928), de Friedrich Wilhelm Murnau
AULA 6 (14.04.)
Cinema de gênero e cinema de autor. A consolidação de Hollywood através do studio system e do star system. Os grandes gêneros. A autoria possível dentro do sistema. Significação poética do western.
Filme base: OS BRUTOS TAMBÉM AMAM (Shane, Estados Unidos, 1953), de George Stevens.
AULA 7 (28.04.)
Importância do neo-realismo italiano. A Nouvelle Vague. A política dos autores. A revista Cahiers du Cinema e o aparecimento de uma nova crítica. A desdramatização e a antinarrativa de Rossellini, Antonioni e Godard. A angústia do homem contemporâneo.
Filme base: O DESPREZO (Le mépris, França, 1963), de Jean-Luc Godard
AULA 8 (05.05.)
A transformação na psicologia da percepção. O descondicionamento do espectador em função da fábula proposto por David Lynch. O cinema compreendido como estrutura audiovisual. Por que um filme tem que contar sempre uma história? Novas propostas para uma percepção mais sensitiva do qual racional e lógica.
Filme base: A CIDADE DOS SONHOS (Dr. Mulholland/ Mulholland drive, 2001), de David Lynch
Um filme é para sempre, de Ruy Castro (ed. Companhia das Letras)
A Linguagem Cinematográfica, de Marcel Martin (ed. Brasiliense)
Conhecer o Cinema, de Antonio Costa (ed. Globo)O Cinema, de André Bazin (ed. Brasiliense)O Cinema como Arte, de Rudolf Arnheim (ed. Aster - Lisboa)A Experiência do Cinema, org. Ismail Xavier (ed. Graal)O Gênio do Sistema, Thomas Schatz (ed. Companhia das Letras)Hitchcock/Truffaut, de François Truffaut (ed. Companhia das Letras)Cinema – O Mundo em Movimento, de Inácio Araujo (ed. Scipione)Dicionário Teórico e Crítico de Cinema, Jacques Aumont e Michel Marie (ed. Papirus)As Teorias dos Cineastas, de Jacques Aumont (Papirus
Um Filme É um Filme, de José Lino Grunewald (ed. Companhia das Letras)
O Prazer dos Olhos, de François Truffaut (Jorge Zahar ed.)
Um Filme por Dia, de Antonio Moniz Viana (ed. Companhia das Letras)