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28 março 2008

A morte de um bravo



Nascido em 1914, morreu, nesta semana, Richard Widmark aos 94 anos. Um ator que formou platéias.
Widmark, no princípio, trabalhou em O beijo da morte (Kiss of death, 1947), onde fazia um homem louro temperamental, de maneira esquisita, em interpretação forte numa caracterização de grande impacto. O filme, dirigido por Henry Hathaway - cineasta que precisa ser reavalidado - e um thriller que deixou forte impressão. Logo depois, outra interpretação marcante ao lado de Gregory Peck no western Céu amarelo (Yellow sky, 1949).
Citar seus filmes notáveis é exaustivo. Mas vamos lembrar alguns, como A lança partida (Broken lance, 1954), Minha vontade é lei (Warlock), de Edward Dmytrick, Pânico nas ruas (Panic in the streets, 1950), de Elia Kazan, O ódio é cego (No way out, 1950), Punido pelo próprio sangue (Backlash, 1956), Almas desesperadas (Don't bother to knock, 1952), de Roy Ward Baker, com uma Marilyn Monroe principiante, Jardim do pecado (Garden of evil, 1954), outro western e com a competência de Henry Hathaway, O túnel do amor (The tunnel of love, 1958), de Gene Kelly, uma sophisticaded comedy dirigida pelo genial dançarino mas sem a classe de um Michael Gordon, Richard Quine, e com a namoradinha da América, Doris Day, Julgamento em Nuremberg (Judgment at Nuremberg, 1961), assinado por Stanley Kramer, e com o Homero do cinema, John Ford, Terra bruta (Two rode together, 1961) e Crepúsculo de uma raça (Cheyenne autumn, 1964).
Mais maduro, trabalhou em um thriller de inusitada importância no crepúsculo dos anos 60: Os Impiedosos (Madigan, 1968), de Don Siegel (o diretor do primeiro filme do inspetor Harry Callaghan interprtado por Clint Eastwood),ao lado de Henry Fonda, Assassinato no Oriente Expresso (Murder on the Orient Express, 1974), de Sidney Lumet, Coma, de Michael Crichton, etc
Há atores e atores. Aqueles característicos e aqueles que se transformam completamente no personagem. Paulo Autran, por exemplo, fizesse o papel que fizesse, víamos nele sempre Paulo Autran sem que com isso o diminuisse. Widmark era sempre Richard Widmark, mas com um poder de convencimento através de sua forte personalidade.
Fica aqui este pequeno registro.

4 comentários:

Jonga Olivieri disse...

Li a notícia no seu blog (em primeira mão), pois curiosamente não havia visto em nehum jornal na web.
Lembrei de muitos filmes que vi com ele. Vai-se mais um grande ator.

Jonga Olivieri disse...

Tem um filme com ele (direção de Don Siegel), "Só Matando"* (Death of a Gunfighter, 1969), que eu considero um puta dum western.
É a história do choque entre épocas e necessidades diferentes, do "progresso" e dos interesses que mudam com o passar dos tempos.
Numa cidade do oeste, um xerife (vivido por ele) havia imposto a "lei e a ordem" à base de tiros e muita matança. "So typical!"
Com a necessidade dos políticos em atrair novos investimentos eles pedem ao xerife que saia do cargo, coisa que ele não quer.
Para resumir: no final fazem uma emboscada e acabam com ele.

(*) Assisti com este título em português, mas parece (não tenho certeza) que há outro atualmente.

André Setaro disse...

Realmente é um westen muito bom. Don Siegel assina sob pseudônimo (que não me lembro agora). Creio que por causa de uma briga entre os produtores. Mas o filme tem o estilo de Siegel. É uma obra de certo impacto, uma western bem adulto que mostra, justamente, o conflito entre a velha ordem e outros tempos que chegam e não concordam com o 'status quo' por causa da ganância e, com isso, a descaraterização dos hábitos e costumes arraigados. O xerife (antigamente se escrevia scheriff) vivido por Richard Widmark é magistral e widmarkiano.

Anônimo disse...

Caro André,
Semana passada eu conversava com um amigo e, falando em atores ainda vivos, lembrei de Richard Widmark. Agora, só temos a lamentar a perda.
Minha simpatia por ele começou em Crepúsculo de Uma Raça (de John Ford), O Álamo (de John Wayne)e a Última Carroça (de Delmer Daves). Me decepcionei em A Lança Partida (de Edward Dmytryk). Infantilidade, a minha, Rsss...
F. César Barbosa