O grande homenageado de 2010 pela A.F.I. foi o realizador Mike Nichols, que, se não se encontra no panteão dos imortais do cinema americano, é um diretor muito considerado nos Estados Unidos e responsável por filmes inesquecíveis. Mas se fala, pelo menos por aqui, no Brasil, muito pouco dele. Vi a transmissão pelo canal MGM, e na festa da entrega do prêmio estavam presentes os maiorais do cinema estadunidense, que o aplaudiam entusiasticamente. Acontece que Nichols, além de ser um cineasta, é um diretor de teatro dos mais considerados em seu país, e talvez o melhor diretor de atores que vem depois da geração de Elia Kazan, Lee Strasberg etc. Suas peças, sempre em cartaz, fazem muito sucesso.
O primeiro filme que vi de Nichols (e foi realmente seu primeiro filme) foi uma obra de impacto, apesar do suporte teatral do texto pesado de Edward Albee: Quem tem medo de Virginia Woolf? (Who's Afraid of Virginia Woolf? 1966), com Richard Burton, Elizabeth Taylor, George Segal, Sandy Dennis, a dupla de casais que briga o filme inteiro. O roteiro é de ninguém menos do que Ernest Lehman (Intriga internacional...). No ano seguinte, A primeira noite de um homem (The graduate, 1967), um impulso novo no tratamento temático do cinema americano, que lança Dustin Hoffman.
Entre os melhores filmes de Mike Nichols (para mim, para mim), excetuando-se os dois citados: Ardil 22 (Catch 22, 1970), Ânsia de amar (Carnal knowledge, 1971), com Jack Nicholson, a belíssima Candice Bergen, a gostosíssima Ann-Margret, Arthur Garfunkel, Rita Moreno, onde Nichols discute o machismo americano e suas inépcias; Golpe do báu (The fortune, 1975), Silkwood (1983), com Meryl Streep, A difícil arte de amar (Heartburn, 1986), com Jack Nicholson e Meryl Streep (atriz preferida do diretor). A rigor, só não gostei da versão politicamente correta de A gaiola das loucas (The Birdcage, 1996). A de Edouard Molinaro, completamente despida de corretismo é que é bem engraçada e divertida, com Ugo Tognazzi e Michel Serrault.
Mas Mike Nichols é um cineasta a respeitar.
2 comentários:
Talvez para a minha geração de espectadores das salas de cinema, Mike Nichols não seja um nome nada desconhecido.
É provável que dos filmes citados, não tenha visto uns dois. E considero muito bons todos os que assisti.
Considero "Ardil 22" tão bom, que na época em que o assisti saí atrás do livro porque me aguçou a vontade de ler o original.
Setaro, adoro cinema, adorei o teu blog. Voltarei aqui. Abraços.
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