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05 abril 2010

Pré-Jornada em compromisso com o universo indígena



Antes da Jornada Internacional de Cinema da Bahia, que acontece há mais de 30 anos todo mês de setembro, há, também, uma Pré Jornada e, no ano em curso, há uma homenagem aos nossos indígenas com uma mostra de filmes curiosos e importantes (pelo menos do ponto de vista etnográfico) e uma exposição preciosa de Guido Boggiani, fotógrafo italiano do século retrasado. Trata-se de uma programação do Clube de Cinema da Bahia.

As programações da Pré Jornada contam com apoio da: Petrobras, Secretaria de Cultura do Governo do Estado da Bahia, Fundação Cultural do Estado da Bahia – DIMAS e Fundação Pedro Calmon, Fundo Nacional de Cultura, CHESF, AECID, Instituto Camões, Consulado Geral de Portugal na Bahia, Banco do Nordeste, Goethe Institut de Salvador.
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Exposição Fotográfica: Guido Boggiani y el Chaco
Uma Aventura Del Siglo XIX ( 1861-1901)
Exposição fotográfica do trabalho pioneiro do pintor e fotógrafo italiano Guido Boggiani (1861-1901). Nome de destaque na pintura naturalista na Itália, o artista interrompeu sua carreira e rumou em 1887 para a América do Sul, passando a pesquisar, sistematicamente, a vida e cultura dos índios do Gran Chaco, região fronteiriça entre Brasil, Argentina e Paraguai. A obra de Guido Boggiani foi salva pelo explorador botânico e etnógrafo tcheco Alberto Vojtech Fric (1882-1944) que conseguiu recuperar as 415 fotos após o episódio de seu desaparecimento. Com medo de terem seus espíritos aprisionados nas fotos, os Chamacocos assassinaram o “bruxo”, denotando que o pioneirismo de Guido Boggiani custou-lhe a vida.
Esta exposição abriu a XXXII Jornada Internacional de Cinema da Bahia, em edição de destaque aos POVOS INDÍGENAS DA AMÉRICA DO SUL, em 2005. Hoje reeditada, reafirma o compromisso da Jornada Internacional de Cinema da Bahia com o universo indígena voltando-se para temáticas de relevância, a exemplo do descumprimento de direitos assegurados pela Constituição Federal aos povos indígenas e o descaso com que são tratados. A falta de compromisso das autoridades com as populações indígenas e a seqüencia de fatos graves que apontam para a extinção de importantes tribos, vítimas de massacres na luta desigual com madeireiros, garimpeiros e gananciosas disputas por terras. A questão indígena, pela gravidade deve estar presente na pauta das discussões de todos os seguimentos que lutam por um mundo mais justo e de iguais condições para todos.

ONDE:
Biblioteca Pública do Estado da Bahia. Rua General Labatut, 27. Barris. Salvador-Bahia. Funcionamento: Seg a Sex das 8h às 22h. Sáb das 8 h às 12h. 09 a 15 de abril de 2010.:Palestra de Abertura sobre Guido Boggiani proferida por Bohumila Sampaio de Araújo. Auditório da Biblioteca, 15:00.

Mostra Povos Indígenas do Brasil, Sala Walter da Silveira, 09 a 15 de abril de 2010, 16h30min. Programação especial de sessões de filmes dedicados à luta dos Povos Indígenas do Brasil, seguidos de debate no dia 15 de abril. Participarão do debate convidados que trabalham com a temática indígena.

MOSTRA POVOS INDÍGENAS DO BRASIL.
SALA WALTER DA SILVEIRA. 09 a 15 de abril de 2010.

Introdução
Todo dia é dia de Índio, ou pelo menos deveria ser, afinal é ele o legítimo dono de todas as Terras do Brasil e das Américas. Contudo, tudo isto não passa de utopia, pois a realidade é bem outra...
Historicamente, desde que espanhois e portugueses desembarcaram nas costas do Novo Mundo, a cordial acolhida dos nativos tem sido retribuída ao longo de mais de 500 anos com o genocídio praticado pelo intruso, dito civilizado.
De qualquer modo, aproveitamos este mês de abril para darmos início a programação Pré –Jornada 2010, que este ano terá como tema central, a luta pela salvação do nosso planeta. Afinal, ninguém melhor do que o índio representa a natureza, que através de uma conscientização pela imagem cinematográfica, esperamos contribuir para salvá-la.
A programação de abertura da Pré-Jornada Internacional de Cinema da Bahia acontecerá na Biblioteca Pública do Estado e na Sala Walter da Silveira, de 09 a 15 de abril, compreendendo uma exposição, palestras e mostra de filmes. Após as sessões Maria Hilda Paraíso, Hirton Fernandes, Yakuy Tupinambá e Franklin Oliveira Jr. participarão do debate. Confira.
Programação:
09.04
Imbé Gikegü Cheiro de Pequi. (2006, 36’, Brasil) (Acervo da Jornada de Cinema da Bahia)

Sinopse: Ligando o passado ao presente, os realizadores kuikuro contam uma historia de perigos e prazeres, de sexo e traição, onde homens e mulheres, beija-flores e jacarés constroem um mundo comum. Realizadores: Takumã e Maricá Kuikuro
http://www.videonasaldeias.org.br/

10.04
Xicão Xucuru, 1999, 52’, PE/Brasil. (Acervo da Jornada de Cinema da Bahia)

Sinopse: Desde 1985 o cacique Xicão liderava a resistência do povo Xucuru, lutando pelo reconhecimento e demarcação de suas terras no município de Pesqueira. O trabalho desenvolvido por Xicão acompanhado pela comunidade teve como resultado o resgate do respeito às suas reinvidicações, a melhoria da qualidade de vida. Em maio de 1998, Xicão é assassinado por motivos fundiários, causando revolta no movimento indígena brasileiro. Direção: Nilton Pereira.

11.04
Yã Katu O Brasil dos Villas Boas. 2004, 63’, Brasil. (Acervo da Jornada de Cinema da Bahia)
Sinopse: Dezesseis anos depois de um exílio compulsório imposto pelo governo militar brasileiro dos anos 1960/1980, Orlando Villas Bôas retorna ao Parque Nacional do Xingu para um encontro emocionado com o seu passado e revela ao mundo a sociedade equilibrada, sensível e sofisticada da nação indígena. Na contramão da história, mostra-nos como as diferenças tribais podem resultar em convivência harmônica, culturalmente enriquecedora, e não em guerra. Direção: Nilson Villas Boas.

12.04
O último Kuarup Branco, 2007, 52’, Brasil. (Acervo da Jornada de Cinema da Bahia)
Sinopse: O filme é uma viagem de contato, imersa em um ambiente visual que evoca os estados alterados de consciência nos misteriosos rituais indígenas do Xingu. Neste trajeto, aparece a voz dos índios como protagonista e o espectador é conduzido às mensagens da velha índia Airé, da nação Ikpeng. Direção: Bhig Villas Boas.

13.04
Póstuma-Cretan, 1980, 13’, PR/Brasil. (Acervo da Jornada de Cinema da Bahia)
Sinopse: O filme mostra os acontecimentos na reserva indígena de Manguerinha, no Paraná, que levaram à morte o cacique Angelo Cretan. Direção: Ronaldo Duque

Uma Assembléia Ticuna, 2000, 20’, RJ/Brasil. (Acervo da Jornada de Cinema da Bahia)
Sinopse: O filme localiza uma reunião entre autoridades indígenas e, paralelamente, acompanha a maior expressão cultural desse povo: a festa da moça nova (ritual de iniciação feminino) realizada concomitantemente à reunião de lideranças. Direção: Bruno Pacheco de Oliveira.
Histórias de Avá- O povo invisível, 1998, 19’, RJ/Brasil.(Acervo da Jornada de Cinema da Bahia)
Sinopse: O filme conta a história da tribo de índios Avá-Canoeiro que está ameaçada de extinção e narra a tentativa de se fazer contato com grupos de Avá que se encontram ainda isolados a 500 km da capital do Brasil. Direção: Bernardo Palmeiro.
14.05
Rondon: Amor, Ordem e Progresso (2003, 87’, Brasil) ( Acervo da Jornada de Cinema da Bahia)
Sinopse: O documentário resgata a trajetória de vida do grande sertanista, contada em depoimentos de estudiosos e seguidores - como Darcy Ribeiro e os irmãos Villas Boas -, e ilustrada por imagens da época, traçando o perfil do homem que escreveu sua história junto com as demarcações de nossas fronteiras. Direção: Marco Altberg

15. 05
E14 Encontro das Culturas dos 14 Povos Indígenas da Bahia (2008, 54’, Ba/Brasil) (Secretaria de Cultura/Ba, Irdeb/Ba)

Sinopse: O E-14 teve como sede a Aldeia Tuxá, na cidade de Rodelas-Ba. Contou com a participação de aproximadamente 500 pessoas, dentre esses 266 representantes indígenas dos povos Atikum, Kaimbé, Kiriri, Kantaruré, Pankararé, Pankaru, Pataxó, Pataxó Hã-Hã-Hãe, Truká, Tumbalalá, Tupã, Tupinambá, Tuxá, Xucuru-Kariri, quatro representantes por aldeia: um pajé, um jovem, uma mulher e um gestor indígena interessado em elaboração de projetos culturais, que formaram grupos de trabalho com o objetivo de- além de integrarem-se num intercâmbio cultural- apontarem diretrizes à preservação, ao fortalecimento e ao desenvolvimento das culturas indígenas no Estado da Bahia. Realização: Secretaria de Cultura-Ba/ Irdeb-Ba.
Nesta sessão,os convidados que trabalham com a temática indígena, Maria Hilda Paraíso, Hirton Fernandes, Yakuy Tupinambá e Franklin Oliveira Jr. participarão do debate.

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