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29 dezembro 2007

A sensibilidade ganha a parada



Entre os filmes brasileiros, um dos que mais me sensibilizaram nos últimos tempos foi O ano em que meus pais saíram de férias, de Cao Hamburguer, mas, oh! dúvida cruel, penso que este filme foi lançado já no apagar das luzes de 2006. Em todo caso, elejo-o aqui como o maior de 2007, pois não o pude contemplar na época do lançamento e somente o vi pela primeira vez em DVD. Poderia, inclusive, colocar entre os melhores do ano, que, para mim, foram 4, e, com O ano em que meus pais saíram de férias seriam 5.
A revista eletrônica Contracampo oferece em janeiro uma relação bastante ampla dos filmes lançados para que se possa, a partir dela, escolher os dez melhores. Creio que a lista é sempre publicada em janeiro, mas de qualquer forma e de qualquer maneira, eis, aqui, o seu endereço eletrônico: http:www.contracampo.com.br
Em O ano em que maus pais saíram de férias, um garoto é, de repente, em 1970, com o auge da ditadura militar sob o chicote de Emílio Médici, anos de chumbo, e ano da grande Copa que deu ao Brasil o tricampeonato de futebol no México, levado para morar com seu avô (uma das últimas aparições de Paulo Autran) porque seus pais precisam sair de férias (na verdade foram presos pelos agentes da ditadura por causa de suas militâncias políticas). Filme de alta sensibilidade no colhimento da sensações desse garoto a enfrentar uma nova vida e uma nova situação.
Soledade, de João Moreira Salles, creio já ter falado aqui, é um ótimo documentário que, a pretexto de focalizar as idiossincrasias do antigo mordomo do pai do diretor, o banqueiro Walter Moreira Salles, realiza uma reflexão sobre o próprio ato de criar um documentário. E O baixio das bestas, vale pela visceralidade de Cláudio Assis e sua representação conceitual, a considerar que na sua descida ao inferno das criaturas desesperadas da Zona da Mata pernanbucana existe um rigoroso trabalho de câmera que se faz, por assim dizer, quase conceitual.
E Tropa de elite, de José Padilha, provocou um estardalhaço tão grande que veio a ofuscar os outros filmes brasileiros.

Um comentário:

Anônimo disse...

eu adicionaria à lista o longa "O Cheiro do Ralo" de Heitor Dhalia. Considero-o como um dos melhores do ano, juntamente com "O Baixio das Bestas" e "Tropa de Elite", mas ainda prefiro "O Cheiro do Ralo" em relação aos outros dois citados por mim...

te desejo tambem um feliz ano novo do seu leitor assiduo aqui do blog. Dificilmente comento, mas estou sempre lendo tanto o blog quanto a sua coluna no Terra Magazine. Abraços!