O velho Tuna Espinheira, que nunca dormiu de touca, mas muito pelo contrário, faz, agora, pesquisa exaustiva para um documentário sobre o grande educador Anísio Teixeira. Após a maratona hercúlea, que foi dar ao público seu longa Cascalho, uma via-crucis, como é comum entre os cineastas baianos que se aventuram no cinema, Tuna já realizou Leonel Mattos a vinte quatro por segundo, filmou a exumação dos restos mortais de Mariguella, e apronta, com fé e esperança, o documentário sobre o mais nobre dos educadores brasileiros. Nobre no sentido de caráter, de probidade e de consciência e solidariedade em relação ao outro. "A liberdade é o conhecimento da necessidade!, já disse Luis Carlos Prestes. Mas as palavras abaixo são de Tunático, e as minhas se bastam por aqui à guisa de apresentação.
"Existe o conhecido descuido, ou incúria, no assunto memória baiana, como um todo, mas quando nos referimos à imagem em movimento, a lástima é muito maior. Nos arquivos públicos é deplorável o estado de desgastes destes preciosos documentos da nossa história.
Os registros cinematográficos na Bahia começaram cedo, mas, por conta do inefável, aconteceu o episódio trágico do incêndio nos laboratórios do indômito fotografo/cinegrafista, Diomedes Gramacho, destruindo grande parte do seu acervo. O que sobrou, Diomedes afogou nos domínios de Iemanjá.
Mais tarde, Alexandre Robatto, nos idos dos anos quarenta, realizaria uma série de filmagens/ documentários, de valor inestimável. Não se pode perder de vista que, o acervo em questão, está a merecer um trabalho rigoroso de recuperação dos desgastes nos negativos.
Os jornais da tela capturavam alguns materiais dignos de serem guardados, providencias estas que nunca ocorreram. Por outro lado, o advento da TV, trouxe o tele-jornal, diário, filmava-se em 16 mm, revelava-se, mas a TV podia veicular o material a partir do próprio negativo, não se copiava e o material dançava. Com a chegada do vídeo, como esta mídia permitia apagar o já gravado e fazer outras gravações em cima, (triste economia das TVs), nada se guardava de algumas cenas de natureza histórica.
Fiz um filme: Major Cosme de Farias – O Último Deus Da Mitologia Baiana, em 1971, este ano está completando 40 anos. É impressionante o número de pedidos que me chega, no sentido de permitir o uso das suas imagens.
No momento estou empenhado no projeto de um filme/documentário, de longa metragem, intitulado: Mestre Anísio Teixeira - ou a Educação pela Democracia. Inscrevi este projeto no Fundo de Cultura do Estado. Mas preciso da cumplicidade de todos que tiverem documentos relativos a este personagem maior, que, no dizer de Florestan Fernandes: “Foi o nosso primeiro e último filósofo da Educação”. Construtor do Centro Popular de Educação Carneiro Ribeiro – Escola Parque. Este texto foi urdido a guisa de um SOS, não se façam de rogado, nem se avexem, entrem em contato!"
Tuna Espinheira
e-mail: tunaespinheira@terra.com.br
2 comentários:
Rapaz, tenho muita vontade de ver CASCALHO... Mudando de assunto, ontem vi O PIOR filme de minha vida: A MADONA DE CEDRO, de Carlos Coimbra. Conhece, Setaro? Que desperdício de cenário, atores e argumento...
O Falcão Maltês
Muito boa a iniciativa de mostrar quem foi o Educador Anísio Teixeira. Hoje o INEP, grande obra de Anísio que recebe o seu nome, corre sério risco de manchar o nome deste educador por causa dos desmando de políticos travestidos de educadores que ocupam esta importante instituição. Temos que mostrar quem é o verdadeiro Anísio e como era contrário ao que hoje fazem no INEP. Peço desculpas por usar este espaço como protesto sobre o que fazem com a educação neste país atualmente, mas tenho certeza que o Nobre Anísio, onde estiver, aprovaria, pois sempre lutou por uma educação universal no Brasil. Parabéns pela iniciativa e aguardo ansioso pelo lançamento do filme.
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