| Da esquerda para a direita: o cineasta baiano Tuna Espinheira, o historiador Luis Henrique Dias Tavares e Nide  Nobre (representante da Secretaria de Educação da Bahia e que assessora as filmagens). Clique na foto para vê-la ampliada. Tuna Espinheira, um dos mais profícuos documentaristas baianos, com uma filmografia que conta quase duas dezenas de títulos (a ficção, incursionou-a em apenas dois filmes: Cascalho - o primeiro longa, e O cisne também morre), está agora realizando um documentário sobre o grande educador baiano que foi Anísio Teixeira. Pela riqueza do material que está colhendo (depoimentos, filmagens in loco...), o filme talvez possa resultar num longa metragem. Tem tido a colaboração do historiador (e contista celebrado) Luis Henrique Dias Tavares. Transcrevo abaixo, tirado da Wikipédia, algumas informações importantes sobre o bravo educador, que morreu misteriosamente, caindo num poço de elevador, quando dos anos de chumbo da ditadura militar. Anísio Spínola  Teixeira (Caetité, 12 de  julho de 1900 — Rio de  Janeiro, 11 de  marçode 1971) foi um jurista,  intelectual, educador e escritor brasileiro.  Personagem central na história da educação no Brasil, nas décadas de 1920 e 1930, difundiu os  pressupostos do movimento da Escola  Nova, que tinha como princípio a ênfase no desenvolvimento do intelecto  e na capacidade de julgamento, em detrimento da memorização. Reformou o sistema  educacional da Bahia e do Rio de Janeiro, exercendo vários cargos  executivos. Foi um dos mais destacados signatários doManifesto  dos Pioneiros da Escola Nova (ver sua íntegra em [1]), em defesa doensino  público, gratuito, laico e obrigatório, divulgado em 1932. Fundou a Universidade  do Distrito Federal, em 1935, depois  transformada em Faculdade Nacional  de Filosofiada Universidade do  Brasil. Biografia de um educador
Formação e início da vida públicaSeu pai, o médico Deocleciano Pires  Teixeira, foi chefe político do município de Caetité, casara-se  com três irmãs, sucessivamente, sendo sua mãe a terceira delas. A família Spínola, secular na região, tinha já  vários expoentes na vida social e política nacional - a exemplo de Aristides Spínola e Joaquim  Spínola, que foi presidente do Tribunal de Justiça da Bahia, e fundador  daRevista dos Tribunais. Em sua cidade natal  iniciou os estudos no Colégio São  Luís Gonzaga, de jesuítas, continuando depois sua  formação basilar em Salvador, em 1914, no Colégio Antônio Vieira, também desta  Ordem Religiosa. Sob a influência desta  instituição, cogitou tornar-se um jesuíta - sonho veementemente combatido por  seu pai, que projetara uma carreira política para o filho. Ainda aos dezessete anos  teve sua inteligência reconhecida por Teodoro Sampaio, que o  convida para proferir uma palestra no Instituto Histórico e Geográfico da  Bahia. Formando-se em 1922 na Faculdade de Direito da Universidade do  Rio de Janeiro (atualFaculdade  de Direito da UFRJ), dois anos depois foi nomeado pelo Governador Góes  Calmon Inspetor Geral de Ensino da Bahia - cargo equivalente hoje ao de  Secretário da Educação. O educador na BahiaA fim de melhor  desempenhar esta função viaja, em 1925, para a Europa,  onde observa o sistema educacional de diversos países - implementando em seguida  várias reformas no ensino do estado. Anísio consegue ampliar o  sistema educacional, privilegiando a formação de professores. Em sua terra  natal, Caetité, reinaugura a Escola Normal, fechada em 1901 por Severino Vieira. Em 1927 vai aos Estados Unidos, onde  trava conhecimento com as ideias do filósofo e pedagogoJohn  Dewey, que muito vão influenciar seu pensamento. No ano seguinte demite-se  do cargo pelo fato do novo governador não concordar com suas ideias sobre  mudanças no ensino. Volta aos Estados Unidos  (1928), onde faz  pós-graduação. De volta ao Brasil traduz, pela primeira vez em português, dois  trabalhos de Dewey. No Rio de JaneiroMuda-se para o Rio de  Janeiro, ocupando a Diretoria da Instrução Pública do Distrito Federal, em 1931, em cujo mandato  institui a integração da "Rede Municipal de Educação", do fundamental à  universidade. Diversas melhorias e mudanças foram feitas, mas a que maior  polêmica gerou foi a criação da Universidade  do Distrito Federal, em 1935. Em 1932 participa do Manifesto dos Pioneiros da  Educação Nova, tendo publicado neste período duas obras sobre educação que,  junto a suas realizações, deram-lhe projeção nacional. Política, realização e perseguiçãoDurante a última fase  do Estado Novo, Anísio  afasta-se da vida pública. Dedica-se, então, à mineração - atividade de alguns  parentes. Aproxima-se mais do amigo Monteiro Lobato e publica Educação para a Democracia, além de  realizar diversas traduções. Na década  de 1940 foi Conselheiro da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a  Educação, a Ciência e a Cultura). Voltando o país ao regime  democrático, em 1946, Anísio é convidado por Octávio  Mangabeira - socialista, fundador  da UDN,  também exilado e então eleito para o Governo da Bahia - para ser o Secretário de  Educação e Saúde. Dentre outras realizações, constrói naLiberdade - o mais populoso e pobre bairro da capital  baiana - o "Centro Educacional Carneiro Ribeiro", mais conhecido por Escola Parque, lugar para  educação em tempo integral e que serviria de modelo para os futuros CIACs e  CIEPs. Nos anos 50, dirigiu o Instituto Nacional de Estudos  Pedagógicos, ou INEP,  órgão do Governo Federal, que desde o governo de Fernando Henrique Cardoso se  chama Instituto Nacional de Estudos  e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (ver seu site em [2]). Foi também o criador e primeiro dirigente da Campanha  Nacional de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (atual CAPES), criada em 11 de julho de  1951, pelo Decreto nº 29.741, pelo presidente Getúlio Vargas, e que Anísio  dirigiu até o golpe de 1964. A CAPES subordinava-se diretamente ao Presidente da  República mas, depois de 1964, passou a integrar o organograma do Ministério da  Educação (ver [3]). De todo modo, com a ditadura militar, Anísio deixou a sua  direção. Foi um dos idealizadores  do projeto da Universidade de  Brasília (UnB), inaugurada em 1961,  da qual veio a ser reitor em 1963, para ser afastado  após o golpe militar de  1964. Uma morte misteriosaDiversas circunstâncias  obscuras cercam a morte de Anísio Teixeira. Dois meses antes da sua, ele  escreveu: "Por mais que busquemos aceitar a morte, ela nos chega sempre como  algo de imprevisto e terrível, talvez devido seu caráter definitivo: a vida é  permanente transição, interrompida por estes sobressaltos bruscos de morte".  (numa carta a Fernando de Azevedo) Por intercessão do  amigo Hermes  Lima, Anísio candidata-se a uma vaga da Academia.  Inicia, assim, a série de visitas protocolares aos Imortais. Depois da última visita,  ao lexicógrafo Aurélio  Buarque de Holanda Ferreira, Anísio desaparece. Preocupada, sua família  investiga o paradeiro, sendo informada pelos militares de que ele se encontrava  detido. Uma longa procura por  informações tem início - repetindo um drama vivido por centenas de famílias  brasileiras durante a ditadura militar. Mas, ao  contrário das desencontradas informações e pistas falsas, seu corpo é finalmente  encontrado. Anísio estava no fosso do  elevador do prédio do imortal Aurélio, na Praia de Botafogo, no  Rio. Dois dias haviam se passado de seu desaparecimento. Não havia sinais de  queda, nem hematomas que a comprovassem. A versão oficial foi de "acidente". Calava-se, para um Brasil  mergulhado em sombras, uma voz em defesa da educação - portador da "subversiva"  ideia de um país melhor. Era o dia 14 de  março de 1971. O legado
 Pensamento de AnísioAlgumas de suas ideias,  expressas nos vários livros e artigos, revelam sua constante preocupação com uma  educação livre de privilégios, cada vez mais valorizada. 
 Depoimentos sobre o educadorComo exórdio da  importância de Anísio para a intelectualidade brasileira, o trecho  da seguinte carta a ele dirigida, escrita por Monteiro Lobato, reflete como suas  ideias podem animar os que verdadeiramente acreditam no Brasil: 
 Aqui seguem-se algumas  das opiniões acerca deste importante educador: 
 
 BibliografiaDentre as sua obras,  destacam-se: 
 HomenagensDepois de muito tempo  relegado ao esquecimento, com o fim da ditadura militar, a memória de Anísio  Teixeira foi, aos poucos, sendo resgatada. Sem dúvida, o maior passo neste  processo, deu-se com o lançamento, em 1 de  outubro de 1993, da cédula de  mil Cruzeiros Reais, lembrando  o grande educador, que ficou em vigor até julho de 1994, quando foi  substituída pelo Real. O ano de seu centenário  de nascimento, 2000, foi marcado por  diversas homenagens. Muitas entidades educacionais ou, mais especificamente,  pedagógicas, realizaram eventos em comemoração. Inúmeras instituições de  ensino no país levam seu nome, em especial o Instituto  de Educação Anísio Teixeira, na sua terra natal. A cadeira número 3  da Academia  Caetiteense de Letras, em sua cidade natal, traz como patrono o grande  educador. | 
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27 setembro 2010
Tuna faz documentário sobre Anísio Teixeira
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Um comentário:
Anísio Teixera foi um exemplo para nós. é triste ver a continuidade que o governo dá para a educação pública na Bahia. principalmente em desrespeito aos professores.
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