Obra crepuscular de George Cukor, Viagens com minha tia (Travels with my aunt, 1972), baseado em Hilarious novel, de Graham Greene, apesar de seu alto nível de sofisticação, passou batido quando do seu lançamento na primeira metade dos anos 70. Tive a felicidade de vê-lo na tela do cinema, quando, na semana de sua estreia, cheguei a assisti-lo por três vezes. Lembro que quase sai de cartaz no meio da semana por absoluta falta de público, mas, para minha fortuna, chegou aos 7 dias habituais de exibição (colunista de um jornal, alertei para a sua importância e para o crime de retirá-lo do cartaz). Mas, desde então, nunca mais o vi nem na televisão em cópia dublada nem em VHS ou DVD e, nem mesmo, nos canais telecines.
Cukor é um grande diretor de atores, principalmente de mulheres. Foi um dos diretores de E o vento levou (Gone with the wind, 1939), mas o poderoso produtor David Selznick o demitiu a pedido de Clark Gable, que ficou com ciúmes da atenção extremada que dava a Vivien Leigh. Em Travels with my aunt, um depressivo homem Alec McCowen (o inspetor de polícia do delicioso Frenesi, de Hitch) vem a conhecer sua tia (Maggie Smith - Oscar por A primavera de uma solteirona, de Ronald Neame, que morreu há poucos dias aos 99 anos) com a qual dá uma volta ao mundo, encontrando, pelo caminho, as mais esdrúxulas aventuras.
Talvez seja fácil baixá-lo na internet. Vale a pena. Mas aviso: é em cinemascope.
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