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16 julho 2009

Feira de Santana presta tributo a Olney São Paulo

Recebo do jornalista e crítico de cinema Dimas Oliveira esta notícia bem alvissareira: Feira de Santana vai prestar um tributo a Olney São Paulo na passagem de seu aniversário. O cineasta, ainda que nascido em Riachão de Jacuípe, morou muito tempo em Feira, onde encontrou produção para o seu primeiro longa-metragem, O grito da terra, obra importante do Ciclo Baiano de Cinema, realizada em 1964 e que aqui em Salvador foi lançada no cine Excelsior, quando a vi pela primeira e única vez, a guardar na memória a sua belíssima fotografia em preto e branco, as imagens áridas do sertão e a partitura de Fernando Lona. O filme, ao que parece, desapareceu. Mas vou procurar melhor saber.
"Homenagem póstuma para manter viva na lembrança de Feira de Santana a obra do cineasta. Assim é que vai ser realizado Tributo a Olney São Paulo. Será na sexta-feira, 7 de agosto, às 20 horas, na Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL). A realização é da Prefeitura de Feira de Santana, através da Secretaria de Cultura, Esporte Lazer e da Fundação Cultural Municipal Egberto Tavares Costa, e da Fundação Senhor dos Passos, através do Núcleo de Preservação da Memória Feirense. A justificativa é marcar os 73 anos de idade que Olney completaria se estivesse vivo. Neste ano, foi completado o 31º ano de seu falecimento. "O propósito é que não se perca um ícone da memória da cidade e que sua obra seja discutida por especialistas", como diz o jornalista Dimas Oliveira, que está coordenando o evento. Para o coordenador, o objetivo é "manter viva na lembrança de Feira de Santana a obra de Olney São Paulo", também, "o fomento da cultura cinemato gráfica, através da pesquisa, do estudo, do intercâmbio, bem como da preservação da memória".No programa formatado, com a participação dos filhos Ilya São Paulo e Olney São Paulo Júnior, exposição de fotos, exibição de filmes do cineasta, painel com Regina Machado ("Trajetória Histórica do Cineasta"); José Umberto, Roque Araújo e Tuna Espinheira ("Importância de Olney São Paulo"); e André Setaro ("Olney em Visão Crítica").

5 comentários:

Vlademir disse...

Setaro, O Grito da Terra foi exibido no ano passado na mostra A Mulher do Bandido, que exibiu os filmes com Helena Ignez. Ainda não tive a oportunidade de assisti-lo, mas felizmente não está perdido. Abraços.

Romero Azevêdo disse...

Setaro, esse tributo é da maior importancia. A Bahia, e o Brasil por extensão, não pode esquecer o grande Olney que tive a oportunidade de conhecer nas memoráveis Jonadas lá no ICBA. Lembro também de uma sessão secreta( a ditadura ainda estava de vento em popa) de "Manhã Cinzenta". A jornalista Angêla José, também falecida, fez um belo trabalho sobre essa figura impar do cinema nacional.
Mais do que ao cineasta, esse tributo engrandece mais ainda a já grande Feira de Santana.

Dimas Oliveira disse...

Prezado Setaro, depois de ler sua coluna, postei nesta quinta-feira, no Blog Demais:

Lembrança de "Siegfried"

Em sua coluna na "Tribuna da Bahia", edição desta quinta-feira, 16, André Setaro comenta sobre o Cine Pax, em Salvador. Ele lembra sobre tragédia ocorrida num domingo durante uma matinê e que um dos filmes do programa era "Siegried", produção alemã dublada em português.
O professor de Cinema quer fazer uma pesquisa e saber entre outros detalhes sobre quando foi que ocorreu o fato, se em torno dos anos 1963, 1964.
Contribuindo para a pesquisa, em meu segundo caderno de filmes - o 210º assistido - está anotado, assistido em 1962, no Cine Madrid: "Siegfried: A Lenda do Ouro do Reno" ("Siegfried", em alemão, "La Leggenda dei Nibelunghi" em italiano, "The Dragon's Blood" em inglês). Só tinha anotado até então os nomes de Sebastian Fischer (Siegfried), Ilaria Occhini (Cremilde), Katharine Mayberg e Rolf Tasna - graças a este nome, consegui mais dados no IMDB.
O filme é de 1957, co-produção ítalo-germânica, com direção de Giacomo Gentilomo (dos filmes "Maciste Contra os Vampiros", 1961; "O Último Viking", 1961; "Breno, Inimigo de Roma", 1962; e "Maciste e a Rainha de Samar", 1964). No elenco, ainda tem Giulio Doninini, Germano Longo, Phillipe Hersent e Livio Lorenzon, coadjuvantes conhecidos dos filmes desse gênero.
No filme, o herói lendário alemão usa espada mágica para lutar contra um dragão. É baseado na ópera "Lenda dos Nibelungos", de Richard Wagner.

Jonga Olivieri disse...

É importante lembrar que Olney foi preso devido ao filme "Manhã Cinzenta" (1967), citado acima por Romero Azevêdo.
Neste, filmou ruas do centro do Rio durante um protesto que tornou-se um sangrento conflito resultando em mil presos, 57 feridos e três mortos.

eD jR disse...

Este tipo de notícia refresca nossas lembranças sobre a história do cinema baiano. Infelizmente, desconheço ações no sentido de promover um museu do cinema baiano. Como podemos construir um futuro sem olhar para nosso passado? Quando deixarão de olhar para seus umbigos?