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20 fevereiro 2009

Entrevista com Carlos Manga: primeira parte

A entrevista, vale ressaltar, foi feita por Inimá Simões para o programa Sintonia da TV Câmera. A chanchada, quando de seu apogeu, anos 50, ainda que já a se fizesse na década de 40, era detestada pela crítica quase por unanimidade. Moniz Vianna, por exemplo, cujo falecimento se deu há pouco, era um crítico impiedoso com as despretensiosas comédias oriundas dos estúdios da Atlântida e dirigidas por abnegados diretores como Watson Macedo, José Carlos Burle, Carlos Manga, entre outros menos notáveis. A chanchada, para a intelligentzia crítica era um sub-filme, algo tosco, sem nenhum valor. O tempo se encarregou de colocar a chanchada em seu devido lugar. Atualmente a chanchada é objeto de dissertações e teses acadêmicas. Sérgio Augusto escreveu, em 1993, um estudo excelente publicado com o título de Este mundo é um pandeiro: a chanchada de Getúlio a JK (Companhia das Letras). Escrevi um texto sobre os tempos das chanchadas que deve sair na minha coluna do Terra Magazine terça que vem. Por enquanto, assistam à excelente entrevista de Manga.

3 comentários:

Jonga Olivieri disse...

Chanchada hoje é "cult"...
Coisa mais incompreensível se dita nos anos 60, quando o gênero era execrado pela 'inteligentisia' tupiniquim!
O fato é que aqueles filmes foram um fenômeno de bilheteria porque falava com o povo. Mas, mais importante ainda, um retrato da sociedade brasileira de então, suas particularidades e peculiaridades.
Carlos Manga, que conheci, e com o qual trabalhei em alguns comerciais que tive a honra de terem sido dirigidos por ele pode ser considerado em nossos dias um doa grandes realizadores do cinema nacional de todos os tempos.
Lavem a alma em "penitência" todos aqueles que um dia negaram este posicionamento...

André Setaro disse...

E digo mais: se o cinema brasileiro tive mais artesãos como Carlos Manga teria conquistado mais de seu mercado. A 'mania' autoral afastou o público. Lembro-me aqui de um excelente artesão, que a crítica não levou na devida consideração: Alberto Pieralisi. E também J.B. Tanko, que antes dos filmes dirigidos para os Trapalhões, tem coisas interessantes, a exemplo de 'Um ramo para Luísa', com Paulo Porto e Sonia Dutra.

Anônimo disse...

Grande professor Setaro,
Assisti a toda entrevista do Manga. Muito legal. O melhor filme dele é uma obra-prima chamada O MARGINAL, um dos melhores filmes policiais brasileiros. Sou grande admirador do Tanko e do Pieralisi, dois grandes diretores nacionais. Espero que um dia eles ganhem maior reconhecimento.
Matheus Trunk
www.violaosardinhaepao.blogspot.com