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31 outubro 2007

Algumas palavras


O cinema popular brasileiro, realizado principalmente em São Paulo, sempre foi objeto de indiferença por parte da crítica dita especializada. Assim como a chanchada (hoje mais ou menos reverenciada e estudada com teses, inclusive, teses acadêmicas de doutorado), que recebeu, em sua época, um silêncio estrondoso dos comentaristas que se diziam cinematográficos, um desdém monumental (vejo hoje filmes como O homem do sputnick, de Carlos Manga, ou Absolutamente certo, de Anselmo Duarte, como obras que engolem, magnificamente, toda a produção nacional da última década, consideradas as honrosas exceções de praxe). Mas a internet e seus blogs estão a resgatar a memória desse cinema tão desprezado, a exemplo da Revista Zingu!, de Matheus Trunk, e, principalmente, o original (pela maneira de criticar o filme, de procurar escutá-lo na sua proposta, pela originalidade do enfoque e também até pelo ineditismo da empreitada) blog escrito por Andrea Ormond intitulado Estranho encontro, não por acaso o título de um dos filmes de Walter Hugo Khoury, cineasta da admiração da autora. Noite vazia, não canso de dizer, é um dos monumentos da filmografia brasileira, da história do cinema nacional, queiram ou não seus detratores, que serão esquecidos, mas não o filme e seu autor.
A foto é da atriz Andreia Bayard em Estranho encontro, de Walter Hugo Khoury.

3 comentários:

Jonga Olivieri disse...

Você falou de Walter Hugo Khoury, mas o engraçado é que eu não me lembrava deste filme dele (acho que o primeiro ou segundo em sua obra), e confundi com “Amor, estranho amor”, bem mais recente.
Mas quanto à questão da crítica. Têm setores dela bem elitistas. Principalmente quanto ao cinema nacional. Ficam aí a vangloriar filmes medíocres de Daniel Filho (eca!) só porque usa atores “globísticos”, têm bilheteria certa, e ignoram os esforços populares em fazer cinema.
Carlão e toda a escola da Boca do Lixo eram execrados pela grande crítica (essa elitizada), e como você bem lembrou, as chanachadas da Atlântida (hije cults) também o foram.

Anônimo disse...

Setaro, semelhante fenameno acontece com o cinema baiano atual. Nao duvido em uma decada teremos teses de doutorado sobre a safra de hoje, quem sabe com voce como orientador.

As Tertulías disse...

Um alo de viena! Finalmente encontrei um blog interessantíssimo... cinema (também muito importante no meu!).
Espero que voltemos à nos "visitar".
Ricardo