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17 julho 2007

Deu no "Estadão"



Sob o título de 'Bate-boca em encontro na Bahia', saiu na edição de hoje, dia 17 de julho, terça, de O Estado de S.Paulo, no seu caderno 2, uma matéria assinada pelo jornalista Tiago Décimo sobre o bafafá entre este bloguista e o cineasta Edgard Navarro no seminário da semana passada. Leiam o texto:

"Exibições de filmes premiados brasileiros e europeus, palestras sobre técnicas de elaboração de roteiros, encontro de produtores e distribuidores, que reuniu 50 empresas de sete países. O 3º Seminário Internacional de Cinema levou à capital baiana, entre os dias 9 e 14, um pouco de diversão a um público carente de cinema de arte e de discussões sobre temas relacionados à grande tela.

Mas o destaque do encontro não foi um lançamento de livro - como o do ator Paulo César Pereio, a biografia Por Que se Mete, Porra? -, nem presenças estreladas ou ausências sentidas (como o do mais importante convidado internacional do evento, o cineasta e escritor paquistanês Tariq Ali, que alegou problemas de saúde). O que mais atraiu atenção foi o bate-boca no debate Cinema Baiano: ontem e hoje, protagonizado pelo cineasta baiano Edgard Navarro (de Eu me Lembro, vencedor do Festival de Brasília em 2005) e pelo professor e crítico de cinema André Setaro. O motivo: um artigo assinado, no qual Setaro chamou de 'mendigos da boa vontade' os cineastas do Estado, por eles dependerem de editais públicos para realizar suas produções.

'Escrevi aquilo para provocar discussão. Vocês não entenderam a piada', defendeu-se o professor. Não adiantou. Foi hostilizado pelos diretores e apoiado pela platéia. As vaias foram para Navarro, que afirmou que Setaro não era 'digno de estar na mesa'. Diante da reprovação de parte da platéia, o cineasta dirigiu palavrões aos que vaiavam. Depois, andando pelo palco, passou a ironizar cada fala de Setaro, com mímicas.

Para o realizador do evento, o cineasta Walter Lima Jr., até a discussão acalorada foi positiva. 'Seminários como este têm de incentivar a discussão e a busca de caminhos.' Ele destaca, também, as palestras dos cineastas Fernando Trueba, espanhol, e Mimmo Calopresti, italiano, como alguns dos pontos altos do evento e promete avanços para as próximas edições do seminário. 'Temos a idéia de integrar uma mostra competitiva ao evento, talvez já a partir do próximo ano.' "

4 comentários:

André Setaro disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
André Setaro disse...

Se o pessoal do cinema baiano se encontra às turras com este escrevinhador, ele recebe, por outro lado, manifestações de solidariedade de realizadores soteropolitanos (nem todos, afinal, são 'navarristas', outros se dizem, até, 'setaristas'), que não concordaram com a agressão estúpida do autor de 'Eu me lembro', e, principalmente, de paulistanos como Matheus Trunk, editor da excelente Revista Zingu (vejam no lado esquerdo deste o link para acessá-la com a maior rapidez possível) e de um blog dedicado ao cinema paulista (http://cineterceiromundo.zip.net/index.html).

A instauração do 'pensamento único' não se deu, apenas, com o 'neoliberalismo' de FHC (que doou boa parte do patrimonio brasileiro na sua egolatria e desmedida fome de poder, ainda que energúmeno e mistificador, mas por isso mesmo), como se está a ver. Com a entrada do PT no poder, e que desfez as esperanças de transformação da sociedade brasileira (votei, desgraçadamente, em Lula, por várias vezes, menos nesta última, que anulei), está-se a perceber que a liberdade de expressão não é um dos pilares do pensamento petista. Muito pelo contrário! Aqui em Salvador, por exemplo, o 1 de maio, dia apropriado às manifestações dos trabalhadores, foi palco de homenagens e festas ao recém instaurado governo de Jaques Wagner. Mas com o advento do PT, e a derrubada de vinte anos de carlismo, não se vê, por enquanto até agora, nenhuma mudança nas péssimas condições de vida dos baianos. A greve dos professores é um exemplo gritante. Crê-se que o processo de degradação continua crescente e ainda não se pode por um freio à degenerescência do corpo social. Mas que se espere para ver!, pois a esperança é a última que morrer. E, como dizia Millor Fernandes: "Livre pensar é só pensar". Ou ainda, para me definir, e pedindo emprestado ao grande pensador e humorista. Quero ser 'livre como um táxi'.

André Setaro disse...

E aí está: a tragédia que se abateu ontem, com o avião da TAM, transcende o simples fato em si para ter uma significação maior: a da falência do estado brasileiro. Quem comanda este país?

André Setaro disse...
Este comentário foi removido pelo autor.