David Lean, realizador inglês, é visto com certa reserva pela crítica por causa, talvez, dos acentos melodramáticos em suas obras. O ingrediente melodramático, quando usado com parcimônia e inteligência, é, no entanto, o sal da terra para muitos filmes. Hitchcock gostava de dizer que um filme sem um pouco de melodrama fica insípido. E tem razão. O que não se deve confundir é melodrama com dramalhão. Diretor de grandes sucessos, sempre superproduções, Dr. Jivago, Lawrence da Arábia, A ponte do rio Kwai, entre outros, David Lean se notabilizou ainda nos anos 40 com Desencanto, e um filme notável que tem como cenário a bela Veneza, pano de fundo para o romance entre Rossano Brazzi e Katherine Hepburn em Quando floresce o amor (Summertime). O vídeo que posto aqui é de A filha de Ryan (Ryan's daughter, 1970), obra menos conhecida e talvez a mais esquecida do cineasta. A ação se desenrola na Irlanda em 1916. A esposa (Sarah Miles) de um professor (Robert Mitchum) pacato de uma aldeia preconceituosa se apaixona por um oficial britânico. Roteiro de Robert Bolt baseado muito livremente em Madame Bovary, de Gustave Flaubert. Fotografia deslumbrante de Freddie Young e música de Maurice Jarre. Ainda no elenco, os notáveis Trevor Howard, John Mills, Cristopher Jones, Leo McCarey.Exibido em 70mm com 195 minutos de projeção.
Um comentário:
Vi esse filme faz tempo, mas não me esqueço do visual deslumbrante e da atuação de John Mills.
O Falcão Maltês
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