A falta que Chico Anysio nos faz, principalmente nestes tempos politicamente corretos onde imperam a apatia e a falta de humor. Era livre pensador, desligado das patrulhas, seguidor daquela frase lapidar de Millor Fernandes: "Livre pensar é só pensar". Falava o que lhe viesse à cabeça. Os mais de 200 personagens construídos por ele o fazem merecedor de inclusão no "Guiness Book". Vítima de enfisema pulmonar (o cigarro sempre foi um coadjuvante pronto e fiel e morreu por causa dele, mas aos 80 anos, embora passando por sofrimento grande em cativeiro hospitalar). Chico Anysio foi, 'avant la lettre', um homem multimídia: além de comediante, pintor, escritor, e, muitos esquecem disso, excelente compositor. Segundo disse Arthur Xexeo ontem, em O Globo, a história da televisão brasileira está dividida em 'antes' e 'depois' do Chico Anysio Show. Sempre fui seu grande admirador e, nos últimos tempos, revia com rigor as reprises de seus programas no 'Canal Viva' da Sky/Net. Com a decadência da sociedade brasileira, e a compulsão renovatória, Chico Anysio veio sendo ultrapassado pela Tv Pirata e pela Casseta, mas que, na verdade, vinham a satisfazer um público mais amplo que surgia e, também, mais inculto, mais politicamente correto, mais sem graça.
Esteja onde estiver, um abraço saudoso de seu admirador,
2 comentários:
É por aí Setaro. Ontem fiquei gracejosamente triste por sua ida.
Deixou uma lacuna no espeaculo da vida...
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