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05 outubro 2010

Disso e daquilo

Frank Sinatra e Shirley MacLaine em Deus sabe quanto amei (Some came running, 1958), de Vincent Minnelli.
  1. Deus sabe quanto amei, apesar do título, dado aqui no Brasil, é uma obra-prima do grande estilista Vincent Minnelli. A sua sequência final, quando da confusão no parque de diversão, é um primor de mise-en-scène e da utilização com eficiência dramática do espaço do Cinemascope. Há filmes, neste formato que não podem ser exibidos em tela cheia (full screen), a exemplo deste e de muitos outros, mas o Telecine Cult apresentou A queda do império romano (1964), de Anthony Mann, totalmente desfigurado, porque um filme pensado em Cinemascope e exibido na abominável tela cheia. Um crime, sim, um crime praticado contra a integridade da referida obra cinematográfica, um dos últimos épicos da grande fase de Hollywood. O próprio Mann já tinha feito El Cid, que é grandioso. E, nesta fase, tivemos obras do quilate de um Spartacus, de Stanley Kubrik, Ben-Hur, de William Wyler, Os dez mandamentos, de Cecil B. DeMille etc.
  2. Um livro que saiu agora e que recomendo sem hestiação: Uma viagem pessoal pelo cinema americano, de Martin Scorsese e Michael Henry Wilson, editado pela CosacNaify. Uma verdadeira aula de cinema. A edição é muito boa, com uma fartura de ilustrações de filmes preciosos. E tradução perfeita de José Geraldo Couto. Lê-lo é uma oportunidade de compreender o que foi um dia o cinema americano do grande segredo, como costuma de chamá-lo François Truffaut. 
  3. Tony Curtis, que faleceu recentemente, não foi apenas um comediante, mas também tem pontos significativos como ator dramático, a exemplo, entre outros, de Acorrentados (The desafiant one), de Stanley Kramer, Spartacus (no papel de Antoninus), de Stanley Kubrick, A embriagues do sucesso, e, principalmente em O estrangulador de Boston, de Richard Fleischer. Seu papel em O último magnata (The last tycoon), de Elia Kazan, também é muito bom. Este filme foi o canto de cisne de Kazan, importante cineasta do cinema americano

2 comentários:

Jonga Olivieri disse...

O livro citado deve ser excelente. Quanto a Tony Curtis, concordo, nunca foi um canastrão. Na verdade a crítica confundia todo sujeito "bonitinho" um canastrão...
Excelente sua mat´ria de terça feira no Terra Magazine.

André Setaro disse...

Obrigado, Jonga!