A enquete sobre qual o melhor filme de Hitchcock levou mais de quinze dias em votação. No meio dela, Janela indiscreta (Rear window) passou à frente de Um corpo que cai (Vertigo) e se pensou fosse a obra vencedora, mas, nos últimos dias, houve um aumento nos votos para este último. Resultado: a janela empatou com a vertigem. Assim, ambos com 35 votantes (29%) cada um são os vencedores da pesquisa. James Stewart, nunca ocasião que veio ao Rio de Janeiro (1984), declarou à imprensa que Rear window é o seu preferido de Hitchcock. No total, 120 leitores do blog exerceram o direito de opinar, votando na enquete, o que agradeço. Janela indiscreta é uma verdadeira teoria do cinema, um filme sobre a representação do cinema, a tela que se dá ao olhar, e não se pode deixar de considerá-lo uma obra fundamental não apenas para a filmografia do mestre, mas para a história do cinema. Assim como Um corpo que cai, que numa enquete da Folha de S.Paulo, entre críticos de todo o mundo, para comemorar o centenário da sétima arte, tirou segundo lugar, ficando atrás apenas de Cidadão Kane, de Orson Welles.
Em terceiro lugar, Psicose (Psycho) com 15 votantes (12%), obra de impacto. E, em quarto, Intriga internacional, que considero, particularmente, um dos melhores filmes de Hitch. O quinto ficou com Pacto sinistro (Strangers on the train). Sombra de uma dúvida (Shadow of the doubt), que Hitchcock, em diversas entrevistas, disse ser o seu melhor filme, não recebeu boa votação (3, 2%). Será que os leitores deste blog não o conhecem?
5 comentários:
Eles merecem, eles merecem!
Disparadooo! Um empate. Dá segundo turno? Será que dá!?
A ideia de apenas uma única perspectiva para o olhar da câmera, logo, para o olhar do espectador, é simples, mas isso em Janela Indiscreta me causou como poucas vezes. Tal ideia não tornou o filme enfadonho, mas, ao contrário, foi instigante acompanhar o voyeurismo de Jeffries até o fim da exposição. Deve ter sido um desafio à criação realizar um filme, onde todos os pontos de vista da narrativa partiram de um único local e ainda exercitar o Cinema com movimentos de câmera no momento certo, para a direção certa, angulações, cortes, sempre com um timming impressionante, quase sedutor. Tudo para nos fazer mergulhar no filme e perdermos nosso tempo contemplando-o. Cara legal, esse gordinho do Hitchcock.
Mas Professor, senti falta de Festim Diabólico votado na enquete. Este não é um dos filmes mais festejados de Hitchcock, porém sou fã daquele experimentalismo consciente, dos diálogos, do trajeto da máquina de filmar (leia-se nossos olhos), das suas angulações, da atitude do diretor em expor o tempo dramático igual ao tempo real de rotação da fita, entre outros méritos, que me tiraram o fôlego em alguns momentos.
Filipe Dunham
Curioso, Setaro, rever trecho de OS PÁSSAROS e ter primeiro contato com cena de um Dario Argento que não conhecia - TERROR NA ÓPERA, acho -, no curso com Luiz Carlos Oliveira Jr., da Contracampo. Curioso mesmo ver a assimilação do pai pelo filho, e como o filho consegue se desvencilhar do pai - nem que seja levando (e não necessariamente elevando) um tipo de cinema a um extremo. Muito bom! Rever trecho de OS PÁSSAROS (filme que só vi uma vez) fez eu desconfiar, inclusive, que talvez seja meu Hitchcock favorito. Entre a janela e a vertigem, pego a janela.
Faz segundo turno não, fiquei tão feliz com o empate! Eu acho que é o mais justo com certeza!
até me empolguei com o reconhecimento de Janela Indiscreta e fiz um texto: http://cinemateusmoura.blogspot.com/2010/06/hitchcock-na-essencia-do-mundo.html
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