O artista plástico Ângelo Roberto, um casal de amigos, o velho Tuna Espinheira e Yarinha com o legendário cineasta Luiz Paulinho dos Santos (camisa e barba brancas, casaco azul claro), num encontro histórico durante a última Jornada Internacional de Cinema, que aconteceu em setembro. Paulinho, para quem não sabe, é autor de um curta pioneiro e célebre, da Bahia, Um dia na rampa, e quem concebe Barravento e o começa a dirigir, em 1959, na praia de Buraquinho, perto da de Itapoã, em Salvador, quando, de repente, é demitido pelos produtores, assumindo a direção Glauber Rocha, que reescreve o roteiro com José Telles de Magalhães e muda a concepção da obra cinematográfica. Filme sobre pescadores explorados pelo proprietário da rede, e a desmistificação de suas crenças por um ex-pescador que, de volta da cidade grande, tenta derrubar mitos arraigados para implantar e conscientizar os explorados à rebeldia. Glauber considera, neste filme, o candomblé como o ópio do povo enquanto a concepção de Paulino é de respeito à religião, embora proponha uma mudança mística, enquanto Glauber tenta provocar uma mudança social. O velho Tuna, sente-te pela foto, está contente com o registro do encontro. E mais contente ainda com o lançamento no Multiplex do já consagrado Cascalho, seu primeiro longa metragem.
Luiz Paulino dos Santos vive hoje em comunidade afastado da sociedade de consumo. Com a morte de Rui Polanah, alguém sugeriu que o apartamento deste, point de artistas, open house para todos os amigos, ficasse com Luiz Paulino. Mas este logo retrucou, conta-se, dizendo: "O que vou fazer num apartamento numa cidade grande?"
Clique na foto para vê-la em bom tamanho.
Um comentário:
A foto é simplesmente um barato...
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