Seguidores

29 fevereiro 2008

Polvo coloca a crítica da web em cena







Um dos melhores sites de cinema que conheço é o Filmes Polvo, que, ao completar um ano, remodelou a sua página na internet a lhe oferecer um visual completamente novo e, mais importante, colocando-o no mesmo nível das outras revistas eletrônicas de cinema do espaço virtual, a exemplo da Contracampo, sempre uma referência, e a da Cinética. Mais: o aniversário está a ser comemorado com uma mostra em Belo Horizonte, que vai até domingo, cujo cardápio oferece, além do tradicional polvo ao vinagre virtual, exibição de filmes e um seminário pioneiro onde se está a discutir a importância das revistas eletrônicas de cinema que apareceram na web. Há uns quatro anos atrás, Carlos Reichenbach, o indefectível Comodoro, homem erudito (talvez quem possua a maior bagagem filmográfica no território brasileiro), autor de obras consagradas como Filme Demência, Anjos do arrabalde, Liliam M, entre outras, promoveu um concurso para a eleição dos melhores sites cinematográficos que existiam na internet. Tive a honra de ser convidado para fazer parte do júri, mas, infelizmente, não pude comparecer à entrega dos prêmios. A mostra de Beagá é uma iniciativa pioneira e de importância indiscutível. O crítico Marcelo Miranda, cujo ensaio sobre Tropa de elite, constituiu-se no melhor exemplo de lucidez e coerência sobre o premiado filme de José Padilha ganhador do cobiçado Urso de Ouro no Festival de Berlim, é um dos organizados do evento belorizontino e um dos principais colaboladores do Polvo.


Teve início ontem, quinta-feira (28), a I Mostra Filmes Polvo de Cinema e Crítica, no Palácio das Artes, em Belo Horizonte. O filme Crítico, de Kleber Mendonça Filho, abriu oficialmente o evento, que exibe longas, curtas e documentários e promove debates até domingo (2), no Cine Humberto Mauro.Realização da revista eletrônica Filmes Polvo e o Café com Letras, o evento tem como foco principal a discussão sobre o papel da crítica de cinema, além de comemorar o primeiro ano de existência da revista eletrônica.Confira a programação Fazem parte da programação curtas e longas-metragens de cineastas que atuam (ou já atuaram) na área crítica do cinema. Toda a programação é aberta ao público gratuitamente. Para endossar a Mostra, haverá também a formação de três mesas redondas, com o objetivo de abrir discussões sobre as obras, o tema do evento e a relevância da reflexão no cinema atual. Uma das três áreas de debate vai ser composta por editores dos principais sites de cinema do país, e as outras duas serão preenchidas por cineastas, críticos e estudiosos de cinema de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Pernambuco.

Mas creio dever citar toda a equipe do Filmes Polvo. O editor é Rafael Ciccarini. E o Conselho Editorial está assim constituído: Gabriel Martins, Leonardo Amaral, Mariana Souto, Úrsula Rösele. E como redatores: João Toledo, Leonardo Cunha, Marcelo Miranda, e Nísio Teixeira. Ia já me esquecendo de colocar, aqui, o link para que vocês, leitores deste blog, tenham a oportunidade de visitar (e a visita se faz obrigatória para quem gosta de cinema) o site:
www.filmespolvo.com.br
As três imagens mostram um polvo, as legendas do excelente quadro de cotações do site Filmes Polvo, e Marcelo Miranda, uma das grandes revelações da crítica cinematográfica da internet, embora também trabalhe no jornalismo impresso. Na oportunidade em que se realiza um seminário sobre as revistas eletrônicas, não se pode deixar de registrar que elas deram novo vigor à crítica cinematográfica, principalmente quando os jornais apequenaram os textos, condicionando aquele que quer fazer uma crítica a se espremer, como um polvo em restaurante de Belém do Pará, em resenhista, ainda que tenha talento para o comentário de cinema. Pode se dividir a chamada crítica de cinema nos seguintes patamares: o ensaio, uma relação sem eruditice com o leitor, e que requer conhecimento, mas sem a camisa-de-força acadêmica, a crítica em si, o comentário e a resenha. Mas todos que escrevem sobre a chamada sétima arte, infelizmente, gostam de ser críticos de cinema de tal maneira que a expressão se vulgarizou. Críticos pensam ser todos, assim como todos os brasileiros se acham técnicos de futebol. Marcelo Miranda, porém, é um crítico na expressão da palavra já a se preparar para o vôo ensaístico. É esperar para ver.

Um comentário:

Jonga Olivieri disse...

Excelente site. Marquei nos meus favoritos porque vale a pena.