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12 março 2013

André Setaro e o negativo da memória


Já publiquei este texto aqui, mas republico-o novamente. É de autoria do grande jornalista  Cláudio Leal que me deu a honra de traçar o meu claudicante perfil.
Claudio Leal
"Eisenstein me perdoe". André Setaro dedilha um cigarro do bolso da camisa. "Não aguento mais rever o Encouraçado Potemkin. Quando aparece aquele marinheiro gritando com a mão na boca, eu já fico a favor dos oficiais". Risos enevoados no parapeito da Faculdade de Comunicação (Ufba), em Salvador. "Apresento aos alunos: é uma obra-prima. E venho fumar aqui fora". Barba de trotskista exilado, expressão rubra, a ironia apontada para dentro, Setaro profana o clássico soviético como quem esconde a devoção de quatro décadas a uma cachoeira de imagens.
Os recortes de velhos artigos, empilhados em seu apartamento durante os anos de batucadas diárias na máquina Olivetti, se condensam nos três volumes de"Escritos sobre cinema - trilogia de um tempo crítico" (Azougue/Edufba). Esse patrimônio de coragem intelectual e de erudição ainda se sustenta numa dignidade rara nos ofidiários do jornalismo. Contra as vilezas provincianas, Setaro formou quatro gerações de leitores em sua coluna na Tribuna da Bahia, onde analisou os clássicos, as obras-primas nascentes, as pencas de lançamentos de Hollywood e, porque não é pecado, o corpo de Brigitte Bardot.
Fundador do Clube de Cinema, em 1950, o advogado e ensaísta Walter da Silveira iniciou a formação de uma cultura cinematográfica na Bahia, irradiada pelas sessões do Cine Guarany, às quais fazia romaria o jovem Glauber Rocha. A partir da década de 1970, Setaro passou a cumprir essa missão, desta vez como solitário herdeiro da "responsabilidade humana e social" da crítica, defendida por Walter da Silveira. Ele superou o mestre no conhecimento da linguagem cinematográfica, da estética, da montagem, do "específico filmíco": a sintaxe que move o cinema e o autonomiza diante de outras artes, a manipulação humana capaz de tornar Lillian Gish (a atriz dos filmes de D.W. Griffith) em algo mais que o regador dos irmãos Lumière.
De André Bazin, o extraordinário crítico do Écran Français e dos Cahiers du Cinéma, Setaro extraiu o rigor da análise e a certeza de que "todos os filmes nascem livres e iguais". Bazin é um herói para os que amam o cinema, não somente por ter desbravado uma linguagem à procura de reconhecimento, mas também por salvar François Truffaut do desamparo de um reformatório. Num paralelo menos dramático, André Setaro salvou a nós outros, desgarrados do centro do Brasil, de uma ignorância monumental da história do cinema, nos tempos pré-download.
Dizia Truffaut, em 1955, que nenhum "enfant de France" sonharia em ser crítico de cinema quando crescesse (ele trataria de assassinar a própria frase). Em sentido contrário, os textos e a personalidade de Setaro estimulavam os alunos a ambicionar a ginástica da crítica. O resultado tanto podia ser um amontoado de pedantismos quanto o início de um interesse sincero pelo estudo do cinema. Setaro sabe identificar os dois tipos de alunos. Não concebe um espectador sem escolhas afetivas, impulsos, paixões. E assim exerce o jornalismo: devoto do papel, da tinta pregada nos dedos. Há quatro anos, infartado, ele convocou uma ambulância. A pontada mais violenta nasceria nos minutos seguintes, ao lembrar-se que seu artigo sairia publicado, naquele sábado, no caderno cultural de "A Tarde". Sob o risco de morte fulminante, desceu à banca de revista, pagou o jornal e subiu a ladeira para esperar o médico.
O relicário de paixões se enrosca no passado. Morte de Marlon Brando, em 2004. Passo uma semana à espera de sua coluna, e apenas silêncio. Telefonema: "Setaro, quando sai o necrológio?". Brota uma voz macia: "Não consegui. Vou lhe dizer a verdade: ainda não me recuperei". No hospital, outra vez infartado, ele aguarda uma cirurgia. Por desgraça astrológica, Antonioni e Bergman morrem no mesmo dia: 30 de julho de 2007. Peço aos amigos para preservarem-no da tragédia. Entro no quarto, Setaro levanta a mão direita, inconsolável: "Bergman e Antonioni morreram!". Um espírito de porco lhe dera a notícia por telefone.
"Godardiano" educado pelas leituras "antigodardianas" do crítico do Correio da Manhã, Antonio Moniz Vianna, Setaro sustenta o anúncio da morte do cinema. Melhor dizer: um certo tipo de cinema. Nenhuma de suas teses provoca mais irritação do que esta de enterrar o cinematógrafo. Se provocado, ele desdobra com a morte do humanismo, como fez numa conversa:
- O cinema que morreu, na verdade, é o dos grandes inventores de fórmulas. Cristalizada a linguagem cinematográfica em meados dos anos 60, a sintaxe se tornou estilo de cada realizador, sem contar, evidentemente, os artesãos que apenas ilustram um roteiro. A formação pelo cinema, a educação sentimental pelo cinema e a educação pelo cinema acabaram. Neste sentido, o de formador de público, o cinema está morto e enterrado.
Sem distanciar-se da imprensa, André Setaro carregou o cinema aos bares de Salvador, no aprendizado de Jeniffer Jones e cerveja, de Luis Buñuel e cigarro, os "recuerdos" precedidos de uma sentença: "Concordo com Buñuel: o homem é a sua memória". Nas mesas, a arte estava inseparável dos fracassos da vida que poderia ter sido, e foi. Homem de obsessões machadianas, Setaro é essencialmente memorialístico. A crítica não ocorre em sua vida como um acidente, mas uma reflexão do seu desprezo ao tempo. Na forma silenciosa com que observa as pessoas, o desejo de retê-las para sempre.
A imposição da lembrança como prazer e dor, que o aproxima da obra de Alain Resnais, empurrou-o uma tarde à sua Marienbad, a casa da infância no bairro de Nazaré: reviveu o corredor imenso, as correntes e o cheiro do ar condicionado do Cine Guarany, o jambo da antiga Faculdade de Filosofia, a banca de Seu Paranhos, as árvores, a Igreja do Sagrado Coração de Jesus, a figura do Padre Lemos. A casa resistia, apesar das esquadrias de alumínio. Inspirado pelo escritor Pedro Nava, descreveu uma outra vez cada detalhe do antigo Cinema Pax, na Baixa dos Sapateiros. "Escritos sobre cinema" recompõe André Setaro no exercício da crítica e da memória. O que prevalece é a trajetória de um olhar, o mesmo que insiste em retornar aos corredores da infância, ainda inviolado pelo primeiro filme de Catherine Deneuve.

10 março 2013

A propósito de Salvador Dalí e Luis Buñuel




Do Professor Jorge Vital Moreira (Professor Universitário -Ph.d- em Wisconsin) especialmente para o Setaro's Blog:

Tenho um amigo mexicano, que é artista plástico mas decidiu estudar Psicanálise. Recentemente me escreveu umas linhas para dialogar sobre o pintor espanhol surrealista Salvador Dali e a Psicanálise. Vou dar a este caro amigo um nome fictício, vou chamar-lhe de Orozco, para preservar-lhe a privacidade.

Quando estudei no México, Orozco era um jovem pintor que vivia impressionado com o comportamento e as pinturas de Salvador Dalí. Orozco também admirava os filmes do cineasta surrealista espanhol, Luis Buñuel, que vivia exilado no México, onde faleceu em 29 de julho de 1983. 

Uma semana depois da morte de Buñuel, a Universidad Nacional Autónoma de México (UNAM),  onde eu estudava, decidiu homenagear, nesse momento, o cineasta, realizando uma amostra dos seus filmes. No final de cada exibição, um destacado crítico de cinema, fazia uma conferência aula sobre o filme da noite. Meu amigo e eu decidimos ver todos os filmes e assistir às aulas sobre os filmes da mostra. Durante este período, assistimos, pela primeira vez,  os filmes Un Perro Andaluz e La Edad de Oro, os dois primeiros que Luis Buñuel realizou. Neles contou com a ajuda do amigo Salvador Dalí.

Enquanto isso, Orozco e eu decidimos ler e discutir qualquer material que conseguíssemos sobre Buñuel, Dalí e a amizade entre os dois . Naquele tempo remoto, também desejávamos saber o que fosse possível sobre o movimento artístico espanhol de vanguarda e líamos os livros do poeta e dramaturgo, Federico García Lorca (grande amigo dos dois artistas) que foi assassinado pelas forças militares de Francisco Franco que tornou-se o ditador da Espanha. Como era de se esperar, estávamos deslumbrados por conhecer as pinturas de Dalí, os filmes de Luís Buñuel, a poesia  de Garcia Lorca e a arte de Pablo Picasso.  Durante esse período, íamos ao Museu de Antropologia para ver, ao lado dos quadros de Diego Rivera e Frida Kahlo, os quadros de Dalí e a exposição dos trabalhos da coleção particular de Pablo Picasso, intitulada “Os Picassos de Picasso”.  Dos filmes de Buñuel, o que mais nos impressionou, foi o que se intitulava El (O Alucinado).

El é o filme de Luis Buñuel que, de acordo ao conferencista da noite,  melhor refletia o domínio do diretor de todos os registros do melodrama. O roteiro, baseado no romance com o mesmo título da escritora espanhola exilada, Mercedes Pinto, se enfocava na história de Francisco Galván (Arturo de Córdoba) um jovem solteiro, devoto do catolicismo, de alto nível social e ainda virgem. Na Semana Santa, durante a cerimônia do lava-pés na igreja, o olhar de Francisco passeia pelos devotos até parar subitamente nos pés de Glória (Delia Garcés). A partir desse momento ele começa a se apaixonar por ela, procurando conquistá-la por todos os meios,  mesmo que ela já seja namorada de seu amigo, o engenheiro, Raul (Luis Beristáin). A paixão de Francisco que parece nascer dos ciúmes, não para de crescer e a crescente loucura paranoica de Francisco condicionará todo o seu comportamento subsequente.

Buñuel disse sobre o filme El: "quizá es la película dónde más he puesto yo, hay algo de mí en el protagonista", e expressou que era seu filme favorito. No México, se comentava que Buñuel era um homem muito ciumento. A mesma coisa disse a sua esposa, Jeanne Rucar, na sua biografia Memorias de una mujer sin piano.
O filme El continua sendo uma das primeiras obras primas da filmografia de Buñuel. O filme, pouco conhecido no Brasil, é muito conhecido e falado na França, na Argentina e outros países. O filme ficou ainda mais conhecido devido a que o famoso e celebrado Jacques Lacan, o psicanalista francês, amigo de Buñuel, exibia o filme para seus alunos como um exemplo claro de paranoia.

Neste filme, Buñuel mostra as gritantes alienações criadas nos indivíduos pela cultura ocidental e cristã dominante, tais como a religião, o patriarcalismo, o autoritarismo, o machismo, o feitichismo e o culto à propriedade privada. Cenas das igrejas, dos campanários, dos confessionários, dos ritos católicos são constantes e funcionais em todo o desenvolvimento do filme e a crença fascista na superioridade de Deus se destaca quando Francisco compara os seres humanos com os vermes e diz: "Eu gostaria de ser Deus para esmagá-los". Francisco, o personagem de Buñuel, me lembrava o personagem Porfírio Diaz do filme Terra em Transe de Glauber Rocha, um grande admirador da obra cinematográfica de Luis Buñuel.

 Uma das mais brilhantes sequências de cenas do filme começa quando Francisco entra no quarto de Gloria com uma corda, uma agulha, linha e uma lâmina de barbear, com o objetivo de costurar a vagina de Gloria para verificar se ela lhe é fiel. O filme, como era se esperar, mostra no delírio de Francisco as marcas  do surrealismo e do inconsciente freudiano que Buñuel expressava com maestria.

Foi nesse clima que o amigo Orozco e eu decidimos ler as autobiografias de Luis Buñuel e de Salvador Dalí. Assim, por falta de tempo, dividimos o trabalho entre os dois: meu amigo, Orozco, leria a autobiografia de Dalí e eu leria a autobiografia de Luis Buñuel. No final da leitura, eu resumiria a autobiografia de Buñuel para Orozco, e ele resumiria a autobiografia de Dalí para mim.

Lembro-me que Orozco gostou da história de Buñuel que lhe resumi. Mas ficou particularmente impressionado quando sintetizei o relato de Buñuel sobre os acontecimentos ligados  à  seca e a procissão para o santo padroeiro da sua cidade. O principal objetivo da procissão era pedir ao santo para que fizesse chover sobre as plantações das famílias que foram arrasadas pela falta de água. Assim, o pai de Buñuel e os vizinhos passaram uma semana caminhando todos os dias, sob um sol escaldante, pelas ruas da cidade, com o pesado andor sobre os ombros, rezando e pedindo ao santo padroeiro por dias de chuva, mas a chuva não chegava.

Depois de uma semana sem chuva, o pai e os vizinhos,  contrariados,  saíram de casa e caminharam novamente com o santo nos ombros. Quando estavam atravessando a ponte de um pequeno riacho (um riachinho), eles começaram a cantar em voz alta "Uno, dos, tres y el tiempo se acabó" ("Um, dois, três, o tempo se acabou"). Em seguida, jogaram  o santo e andor nas águas do riacho, dando um fim ao sofrimento daquela peregrinação irracional.

Logo depois, meu amigo Orozco,  narrou-me um fato da história de vida da Dalí que me congelou a voz na garganta. Esta é a narrativa: o pai de Dalí: se opôs ao romance do jovem artista com Gala e condenou a sua relação com os artistas surrealistas daquele momento, considerando-os (como grande parte do público), como personagens que tendiam à degeneração moral. A tensão entre Dalí e o pai foi escalando, culminando no enfrentamento pessoal. Depois da publicação, na imprensa, da inscrição que Dalí colocou no desenho “Sagrado Coração de Jesus”, que estava sendo exibido em Paris, o pai já não suportou. O desenho  exibido, incluía uma inscrição que dizia:
"Às vezes, eu cuspo no retrato da minha mãe para me divertir."

Indignado, o pai exigiu-lhe uma retratação pública. Dalí recusou e foi violentamente jogado para fora de casa em dezembro de 1929. Na sequencia seu pai o deserdou e proibiu-o de voltar à Caiaques, na Espanha.

Posteriormente, Dalí contou como, durante esse episódio, deu para o pai um preservativo (uma camisa de Venus) contendo o próprio esperma com as seguintes palavras: "Tome! Agora não te devo nada."

Recentemente, como já mencionei, Orozco escreveu-me lembrando-me daqueles dias no México e fez algumas perguntas. Que opinião tem os estadunidenses de Dalí?  Jorge, se você fosse o psicanalista de Dalí, que hipótese teria para analisar o comportamento dele, a sua relação com a esposa Gala e com Luis Buñuel? Que diagnóstico você faria para começar um  processo de tratamento psicanalítico  do Dalí?

Ainda que não seja psicanalista, as interessantes perguntas do meu amigo, motivou-me a refletir sobre algumas das questões que conectavam o comportamento de Dalí com a psicanálise.

Como muitos sabem, Salvador Dalí foi sempre um personagem escandaloso e polêmico em todos os lugares por onde andou e trabalhou. Quando morou e trabalhou nos EUA, ele continuou sendo uma poderosa fonte de escândalos.

No entanto,  não parece justo que os estadunidenses critiquem o comportamento de Dalí "por ter casado com Gala e manter relações sexuais extra matrimoniais que são conhecidas pelo nome de “ménage à trois". Eu não pratico, nem desejo praticar "ménage à trois", mas julgar Salvador Dalí e suas obras, bem como a sua relação com a Gala, através da lente ideológica e moralista do Puritanismo da mídia estadunidense, me parece errado e uma posição ilegítima. Por quê?

Porque, entre outras razões, as histórias sobre o caráter e o comportamento de Dalí foram transformados em mitos modernos. As diferentes versões dessa história de luta e separação do pai são exemplos da mitologia do personagem de Dalí. Eu relatei aqui uma versão da história, mas  já escutei outras versões que também parecem tão plausíveis quanto a que contei.

Eu, acredito que não é no nível moral, mas sim no nível político ideológico, onde Dalí pode ser julgado de forma mais objetiva e legitima. Por quê? Porque os fatos são inconfundíveis: Dalí era simpático ao regime de Hitler e um defensor do ditador espanhol Francisco Franco cujas forças militares assassinaram seu amigo, o poeta Federico García Lorca.

Salvador Dalí, em Nova York, em 1942, denunciou seu ex-amigo, o cineasta surrealista Luis Buñuel como comunista e ateu, o que levou Buñuel a ser despedido de sua posição no Museu de Arte Moderna de Nova York e, posteriormente, seu nome foi incluído na lista negra da indústria cinematográfica americana.

Por causa das suas declarações e posições políticas a favor dos regimes autoritários fascistas, Dalí foi expulso do movimento surrealista por André Breton (poeta francês, o líder do movimento) com o apoio de artistas surrealistas, como o poeta francês Louis Aragon e muitos outros.

Mas aqui deveria voltar às questões do amigo Orozco e resumir as minhas considerações: se eu fosse o psicanalista de Dalí, uma das minhas hipóteses para trabalhar com ele seria analisar a mente inconsciente do pintor surrealista. Conforme a teoria psicanalítica freudiana, poderíamos afirmar que Dalí não concluiu “as etapas de seu desenvolvimento psíquico sexual”, satisfatoriamente.

Dalí parece, mesmo adulto, estar aprisionado na fase fálica (complexo de Édipo) e precisa tornar-se consciente desse lado inconsciente, para se libertar. Com o fim de justificar a minha hipótese, farei uma pequena lista de quatro situações que me parecem exemplares para sustentá-la, a seguir: Salvador Dalí passou a vida repetindo a primitiva situação triangular formada pela relação entre sua mãe, seu pai e ele próprio. Do ponto de vista da teoria psicanalítica, Dalí esteve sempre dividido entre seu amor pela mãe e o ódio pelo pai. Aqui estão os quatro exemplos que evidenciariam a neurose de Dalí:

1    A constante luta de Dalí contra o pai que resultou na expulsão do pintor da casa dos progenitores. 2) Quando Dalí conheceu e começou a ter um caso com Gala, ela era a esposa de seu amigo, o poeta francês, Paul Éluard. 3) O cineasta surrealista e seu amigo, Luis Buñuel, rompeu a amizade com Dalí, devido à presença de Gala entre eles. 4) Ao longo de sua vida, Dalí nunca se afastou da concorrência gerada pela rivalidade da relação triangular entre pai, mãe e filho, permitindo ser parte constante do "ménage à trois" entre ele, a esposa Gala e a coleção de amantes que Gala teve.

       Ainda que a época denominada pós moderna do capitalismo tardio, seja, de acordo ao crítico marxista Fredric Jameson, contra a história, contra a memória e contra o inconsciente freudiano, os humanos, na minha opinião, ainda contaria com a ajuda das pinturas de Dalí, de Picasso, dos filmes de Buñuel, Hitchcock, dos livros do psicanalista Slajov Zizek e do educador Paulo Freire para continuar apostando na luta marxista pela libertação dos oprimidos contra a  exploração e a dominação imposta pelo sistema capitalista.