Muito mais do que ser um sistema de aferição do valor cinematográfico de um filme, o Oscar premia aquelas obras que ajudam à consolidação da indústria. É um grande espetáculo, sem dúvida, mas uma festa do cinema americano. Neste ano, porém, a surpreender incrédulos, vários filmes de excelente qualidade foram indicados e o grande vencedor da noite de ontem foi Onde os fracos não têm vez (No country for old men), de Joel e Ethan Coen, que ganhou também mais outras três estatuetas: a de melhor ator coadjuvante para o espanhol Javier Bardem (foto ao lado), a de roteiro adaptado, e a de diretor (no caso, dois, pois os fratelli Coen). Sangue negro, que é também muito bom, deu a Daniel Day-Lewis o cobiçado Oscar de melhor ator (e se não ganhasse seria grande injustiça).
O apresentador Jon Stewart, ainda que esforçado e simpático, deixou a desejar. Gostava de Billy Cristal. O grande momento da noite foi a entrega do Oscar honorário para Robert Boyle, desenhista de arte de obras-primas da história do cinema, a exemplo de Intriga internacional, Marnie, e Os pássaros, todos de Hitchcock, além de muitas outras. Perto de um século de existência (está com 98), compareceu à cerimônia e falou bem, firme e forte. Um grande homem e um grande artista.
3 comentários:
Tenho minhas sérias implicâncias com o Oscar. Por um lado pelos meus sentimentos não muito favoráveis à sociedade ianque e tudo o que ela representa. Por outro, porque realmente considero mais sérias as premiações européias.
A última vez que tive a oportunidade de assistir a entrega dos prêmios, ano passado em Cannes (Tele 5), pude ver a diferença. É outro departamento... menos cafona, menos exibicionista, mais grandioso pela seriedade do evento.
Mas gostei das premiação de Onde os fracos não têm vez (No country for old men), de Joel e Ethan Coen. Diretores com um passado e uma trajetória que eu admiro.
Julgo que Sangue Negro é melhor. Mas também não vou reclamar da vitória dos Irmãos Coen...
Não conhecia Robert Boyle e achei incrível a sua premiação. O homem é uma lenda viva do cinema, na indústria há 70 anos (!).
Postar um comentário