A versão internacional de Cinema Paradiso tem 123 minutos, mas a apresentada em Cannes pelo diretor Giuseppe Tornatore tinha 170, 47 a mais, portanto. Franco Cristaldi, produtor, que bancou o filme, achou demasiado e recomendou o corte para um tempo mais, por assim dizer, comercial. Cinema Paradiso (Nuevo Cinema Paradiso) no corte original de Tornatore, ainda que belo, sensível, envolvente, encontra-se diluído e, no seu último terço, se concentra no drama romântico, como se a crônica anterior, dos hábitos, dos costumes, do comportamento de um povoado, e, principalmente, da relação de Totó com Alfredo, o operador, fosse esquecida. O corte do produtor fez o cinema mais concentrado e mais denso. Tornatore, seu autor, como sói acontecer com os criadores, teve pena de reduzir o que filmou, embora, com tal atitude viesse a prejudicar o timing. Cristaldi, mais racionalista do que o intuitivo Tornatore, pensando mais na viabilidade e exequibilidade da obra cinematográfica, não fez cerimônia em introduzir a tesoura no material narrativo. Tornatore não viu outra alternativa que a concordância.Mas, há poucos anos, e com o DVD já estabelecido, resolveu colocar ao alcance de seus admiradores a sua versão de 170 minutos, a chamada versão do diretor. Nesta, o romance entre Jacques Perrin (Salvatore adulto) e Brigitte Fossey (Elena adulta, atriz que trabalhou no começa na década de 50 com René Clement em Brinquedo proibido/Jeux interdits), que praticamente não existia na versão internacional, domina a última parte de Nuovo Cinema Paradiso.Assombrosa, como disse no post abaixo, é a partitura do maestro Ennio Morricone, um grande músico, um artista fundamental para a vida, o cinema e a sensibilidade do homem.
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