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04 maio 2008

A título de esclarecimento

Recebi um comentário de Sérgio Palma, filho de Palma Netto, o produtor de Sol sobre a lama. Ele postou em comentários mas, pela sua importância, como esclarecimento histórico, deixo-o, aqui, como post. E já estou a providenciar a correção do nome de seu pai com o acréscimo de mais um "t" no seu nome.
"Em relação ao cinema, posso confessar que todo o meu conhecimento se restringe ao prazer de apreciar um bom filme.Com apenas quatro anos, não fui espectador da epopéia que foi Sol Sobre a Lama, más presenciei, juntamente com meus irmãos, Palma Netto (com dois t, por favor) transbordar satisfação por ter realizado este filme.
É fato notório, que meu Pai ficou aborrecido com o filme A Grande Feira, de Roberto Pires e Rex Schindler, pois achava que “a coisa não tinha sido contada como foi”. O objetivo era, em suas palavras, “fazer um filme que daria uma resposta às inverdades de A Grande Feira.”
O Alex Viany, apaixonado na época por filmes japoneses, quis imprimir ao drama o mesmo estilo, o que contrariou profundamente Palma Netto. Em suas palavras, “o filme estava lento com tomadas longas e monótonas”.
Em entrevista concedida a Guido Guerra, reproduzida em seu livro A Noite dos Coronéis, diz Palma Netto: Esse filme tinha tudo para dar certo se eu não tivesse cometido a ingenuidade de contratar o Alex Viany para dirigi-lo. Eu o conhecia do congresso de escritores, tinha admiração por ele enquanto crítico, teórico de cinema. Ele sabia tudo de cinema na teoria, conhecia a história do cinema, sabia analisar um filme, só não sabia fazer cinema. Me esculhambou o filme.”
Manda quem pode, obedece quem tem juízo. Como diz o André Setaro, o Alex Viany era muito temperamental e não levava desaforo para casa. Quem conheceu e conviveu com meu Pai, sabe que ele podia ser muito mais temperamental, e desaforo para casa, que eu saiba, nunca levou. O resultado é do conhecimento de todos. Palma Netto judicialmente autorizado remontou o filme, o qual se encontra preservado na cinemateca de São Paulo.
No aniversario de quatro anos do projeto “Quartas Baianas” da sala Walter da Silveira, tivemos o prazer de rever o filme com a presença de Álvaro Queiroz e Gessy Gesse. Palma Netto compareceu espiritualmente, essa, acredito eu, ele não perderia.Quero deixar claro que não faço nenhum juízo de valor quanto ao trabalho do Alex Viany, até porque não conheço sua obra e nem tenho conhecimento cinematográfico para tal. Tive apenas a intenção de passar aos interessados no tema o que se passou na intimidade da cozinha de Palma Netto (com dois t, por favor).

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