Comentarista de cinema desde 1974, com uma coluna diária em jornal soteropolitano, faço, há mais de 30 anos, todo fim de ano, a indefectível lista dos melhores. Neste período, via TODOS os filmes lançados em Salvador, mas, nos últimos anos, devo confessar, fiquei mais seletivo, mais preguiçoso, menos assíduo aos cinemas. Não sou mais um acompanhante de lançamentos, um cinéfilo constante e total. Talvez a desilusão com a mediocridade do cinema contemporâneo seja o motivo dessa minha opção pela seleção. Mas vejo, sim, os filmes marcantes, as obras que penso que possam merecer atenção. Assisto a muitos filmes em DVD, principalmente aqueles de minha predileção. Neste particular, podem me chamar de desatualizado, porque é verdade.
Como disse Sérgio Andrade, Medos privados em lugares públicos, de Alain Resnais, é uma reflexão amarga sobre a solidão e, creio, o filme mais importante do ano. Na foto, Sabine Azema e Pierre Arditi no grande filme do autor de Hiroshima, mon amour.
E leiam-me no Terra Magazine: http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI2174095-EI6791,00.html
2 comentários:
Interessantíssimo o seu blog, meu caro! Reflexões profundas e pertinentes! Gostei particularmente dos posts de introdução ao cinema. Com sua permissão, colocarei um link para seu blog no meu (também de cinema):
www.sombras-eletricas.blogspot.com
Abraços e bom final de ano!
Li o artigo “Metamorfose da Crítica” no portal Terra Magazine e, sinceramente, gostei da abordagem. Infelizmente, muitos se dizem críticos de cinema e, na maioria dos comentários, tentam desmerecer o trabalho de muitos profissionais. Eu não sou crítico de cinema, apenas um cinéfilo apaixonado. Falo dos filmes que eu gosto e, sobretudo, dos que me emocionam por alguma razão. Um filme muitas vezes não é citado como bom pela crítica, mas pode ser aquele que deixou marcas indeléveis em nossas memórias – exemplo de seu comentário sobre “O Céu Que Nos Protege” – que é um grande filme de Bertolucci e pouco referido pelos críticos. Considero você um crítico de primeira grandeza e suas análises estão no mesmo patamar dos grandes mestres que você citou. Quanto ao filme “Medo Privado em Lugares Públicos” de Alain Resnais, concordo com Sérgio Andrade - o melhor filme do ano. Realmente, uma abordagem profunda sobre a solidão que a cada dia cresce entre os seres. No filme há uma cena que ficou em minha mente, que é o grito do velho moribundo: Lionel! Quantos não estão gritando neste momento e o pior, abandonados a própria sorte. Hoje, vejo pessoas solitárias por onde ando, muitas buscam a companhia de um cachorro, mesmo com outros solitários vagando bem próximos. Falem! Somos humanos e precisamos interagir. Um forte abraço.
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