
2) Lembro-me que, no lançamento deste Bergman, o cinema ficou lotado para estupefação do próprio exibidor. Mas, durante o transcorrer da sessão, muita gente se levantou e foi embora. O título de Quando duas mulheres pecam atraiu aqueles ansiosos pelo sexo e, constatando a sua inexistência, saíram, em boa hora, da sala de projeção. Também a época ainda conservava uma certa restrição à exploração da temática sexual. Há o caso de O Túmulo do sol (Taiyo no hakaba, 1960), de Nagissa Oshima, que Walter da Silveira o exibiu numa sessão da meia-noite. Por ser neste horário, os soteropolitanos vieram a pensar que se tratasse de filme de muita putaria. Filas quilométricas já se estabeleciam diante do cinema (foi no antigo e saudoso Guarany) desde as 11 da noite. Ao começar a sessão, o cinema tinha gente saindo pelo ladrão. O filme, uma obra-prima do cinema nipônico, é poético e não trata de sexo. Iniciada a sessão, a platéia, furiosa, começou a gritar e, já no meio, a cortar as poltronas.
O prejuízo foi enorme. O exibidor desistiu de continuar com as sessões de meia-noite. Que seriam programadas pelo Clube de Cinema da Bahia.
2 comentários:
É mesmo difícil, difissílimo, apontar o melhor dos filmes citados no 'post' acima.
Mas "Pierrot les fous", talvez pela maturidade do autor/realizador reflete o peso doa anos em sua aprendizagem rumo ao futuro... Daí portanto, tantos 'flashs' de uma memória pré estabelecida no amanhã!
A historinha do filme exibido por Walter da Silveira é fenomenal (um perâmbulo baiano)!
Por acaso tem visto Lauritônio? Estou em falta com ele, apesar de que a vida lhe deve mais ainda...
Lauritônio está com dengue. Ofereci-lhe uma transferência para o Hospital Aliança, mas prefere ficar na sua 'casa'. É muito teimoso, um 'pierrot, le fou' sem a presença de Godard.
Postar um comentário