Há filmes que, vistos na juventude, permanecem nos arcanos da memória. Um deles é Como matar sua esposa (How to murder your life, 1965), de Richard Quine, príncipe da elegância e da comédia sofisticada, com Jack Lemmon, Virna Lisi (veja seus olhos, sua beleza), Terry-Thomas. Lemmon é um desenhista de histórias em quadrinhos que vive, literalmente, as aventuras descritas. Mora num apartamento luxuoso numa Nova York bucólica dos anos 60 com seu criado inglês, interpretado pelo hilariante Terry-Thomas, quando, de repente, numa festa de amigos, vê sair de um bolo gigantesco a belíssima Virna Lisi. Claro que, de imediato, apaixona-se por ela. A partir daí, para dar veracidade a sua obsessão de viver as histórias que desenha, de viver a sua realidade, uma realidade, agora, de paixão, bola a morte dela. Revi, para meu assombro, How to murder your life há alguns anos - após muitas décadas - no Telecine Classic (quando não era ainda Cult, mas muito melhor e respeitador, o canal, dos formatos originais). Quine é um realizador meio esquecido, ninguém fala mais dele. Mas o fato é que é um cineasta que guardo para sempre nas minhas lembranças de cinéfilo, principalmente numa época em que me formava cinematograficamente. Dele, entre outros, Quando Paris alucina (com William Holden e Audrey Hepburn dotado de singular espírito metalinguístico, Aconteceu num apartamento (The notoriuns landlady, 1962), com Lemmon e Kim Novak, O nono mandamento (Strangers when we meet, 1960), com Kirk Douglas e Novak, filme de rara beleza em sua mise-en-scène, Médica, bonita e solteira (Sex and the single girl, 1964), com Tony Curtis, Natalie Wood, Henry Fonda.
2 comentários:
Como matar sua esposa é muito bom!
Um viva à beleza de Virna Lisi...
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