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16 janeiro 2008

Entre umas, outras



Com o site http://www.hitchcockwiki.com/hitchcock/wiki/1000_Frames_of_Hitchcock, creio que se pode dar aulas de cinema com o computador ligado e acessado nele. Uma vez, um professor de alta competência disse que a internet não passava de um "shopping center". Se o indivíduo passa todo o seu dia a navegar é tempo, realmente, perdido, porque a navegação precisa estar orientada em busca de determinada investigação ou propósito. Há pesquisadores que se enriquecem a navegar na web, e outras pessoas que se brutalizam cada vez mais com o tempo perdido diante do computador. Percebo que o Orkut virou mania entre a juventude, além do MSN, é claro. Conheço criaturas que passam o dia inteiro on line no MSN, o que penso se tratar já de uma doença, de uma compulsão. Mas não estou aqui para opinar sobre aqueles que usam a internet. Se querem ficar grudados no MSN que fiquem. A demência, quem a escolhe, é cada um de nós.
Sim, mas com o site http://www.hitchcockwiki.com/hitchcock/wiki/1000_Frames_of_Hitchcock se pode realmente dar aulas sobre cinema, a possibilitar, inclusive, a investigação da planificação e dos blocos seqüênciais nos quais se inseram as cenas (e, nestas, o plano, como unidade). O tom da fotografia, por exemplo. É a página da web que considero a mais completa pelo menos entre as que eu conheço. E não sou grande conhecedor do espaço virtual. Blogueiro mais por impertinência, e colunista cinematográfico pelas forças das circunstâncias. Estas determinam o percurso na trajetória existencial de cada pessoa. Fiz-me advogado, mas, logo, pensei em ser jornalista - na minha época queria trabalhar no "Jornal do Brasil". Depois, sem um propósito definito fui a entrar em outras searas. Como disse Sérgio Augusto, hoje, com a crise imensa do cinema contemporâneo e a decadência do jornalismo cultural, se jovem, ele, grande crítico de cultura, não trabalharia mais em jornal. Iria fazer outra coisa mais bela e útil. Também concordo. A programação cinematográfica era efervescente, o cinema estava, nos anos 60, sendo descoberto a cada filme de Bergman, a cada filme de Antonioni, a cada filme de Godard. Atualmente o cinema está sendo apenas reciclado, ou, no máximo, estilizado. Os grandes filmes já foram feitos, disse, uma vez, a comer uma azeitona, Peter Bogdanovich, que, por estar junto a Orson Welles, viu, neste, um balançar afirmativo de cabeça.
To Catch a Thief (1955), que se chamou nestas plagas, Ladrão de casaca, não é um dos monumentos ou uma das catedrais licença, Romero, por favor) de Hitch, mas o fato de ser um filme menor, como gosta de dizer Inácio Araújo, isso não significa que é menos importante na constelação desse gênio. Neste momento, que ilustro, final, Cary Grant abraça e beija a bela Grace Kelly. Hitch nunca se perdoou ter inventado viajar para filmar Ladrão de casaca no exterior, porque, com isso, perdeu sua grande atriz e sua grande fixação: Grace Kelly, que se apaixonou por um príncipe encantado como num conto de fadas. A foto foi extraída do site precioso que, aqui, neste post, chego a colocar seu link por duas vezes.

Um comentário:

Jonga Olivieri disse...

Internet... isso que estou a usar no momento é o fruto de cada cabeça, cada uma usa de acordo com suas necessidades e finalidades.
Orkut (ééééca!) é uma das piores coisas que apareceram nela. Mas... têm piores!
Cinema... aquilo que foi a máxima expressão da arte no século XX, e que, infelizmente adentra os tempos "pós-modernos" envolto numa crise sem precedentes, fruto de tantas mudanças que ainda estamos a assimilar.
Tudo é comunicação. Sem dúvida, a de massas está a atravessar este período crítico em que o sistema tenta individualizar as pessoas, isolando-as. No que a web tem um papel preponderante. No que as salas menores, os preços mais altos fazem com que o indivíduo se afaste da tão decantada sétima arte; que por si está a sofrer uma imensa e (ainda sem rumo) mudança.
Vamos ver no que vai dar. Só o tempo dirá.