Friedkin, em Viver e morrer em Los Angeles (To life and to die in L.A., 1985), tem um ritmo tão frenético que conduz o espectador a experimentar as emoçoes dos personagens, principalmente na exemplar seqüência da desesperada corrida de carros pela cidade (E justiça deve ser feita a Peter Yates em Bullit). Há, no entanto, nos filmes, dois tipos de recepção à ação que se desenrola na tela: a ativa e a passiva. Na primeira, caso de Friedkin, a ação se transforma em emoção estética pelo rigor da mise-en-scène, assim como em outros filmes dele, como Jade (a perseguição no bairro chinês) ou Operação França, entre outros. A recepção passiva é a que não oferece, nos seus momentos fortes de ação, um dínamo operacional de montagem, um timing qualificado, mas, ao contrário, deixa aos espectadores apenas a contemplação de uma determinada situação movimentada. Neste segundo caso, não existe um cinema em ação. E cinema em ação é o que se poderia dizer dos filmes de William Friedkin. Viver e morrer em Los Angeles é uma produção independente, filmada in loco, nos recantos mais marginais e mais desconhecidos de L.A.
Outro realizador notável, nesse que se poderia chamar de cinema em ação (e não cinema de ação, bem entendido), é Donald Siegel ou, simplesmente, Don Siegel. Considerado, ao lado de Sam Peckinpah, o decano da violência do cinema contemporâneo, Siegel é um cineasta que fareja a geografia da ação. Meu nome é Coogan (Coogan's bluff, 1968), com Clint Eastwood como o policial do Arizona que vai a Nova York buscar um prisioneiro a fim de extraditá-lo, custe o que custar, haja o que houver, cinzela a personalidade de Eastwood como o justiceiro durão que age acima da lei e que tem seu ponto mais alto em Perseguidor implacável (Dirty Harry, 1971). Para quem acompanha a subida dos créditos finais, como faço regularmente, apenas levantando-me da poltrona quando o último fotografa se esvai da tela, em Os implacáveis (Unforgiven, 1992), de Clint Eastwood, revisão da mitologia do western, obra maior em todos os sentidos, este realizador dedica o filme a Sergio Leone e Don Siegel, cineastas com os quais, disse em entrevista, aprendera a dirigir cinema.
Outro realizador notável, nesse que se poderia chamar de cinema em ação (e não cinema de ação, bem entendido), é Donald Siegel ou, simplesmente, Don Siegel. Considerado, ao lado de Sam Peckinpah, o decano da violência do cinema contemporâneo, Siegel é um cineasta que fareja a geografia da ação. Meu nome é Coogan (Coogan's bluff, 1968), com Clint Eastwood como o policial do Arizona que vai a Nova York buscar um prisioneiro a fim de extraditá-lo, custe o que custar, haja o que houver, cinzela a personalidade de Eastwood como o justiceiro durão que age acima da lei e que tem seu ponto mais alto em Perseguidor implacável (Dirty Harry, 1971). Para quem acompanha a subida dos créditos finais, como faço regularmente, apenas levantando-me da poltrona quando o último fotografa se esvai da tela, em Os implacáveis (Unforgiven, 1992), de Clint Eastwood, revisão da mitologia do western, obra maior em todos os sentidos, este realizador dedica o filme a Sergio Leone e Don Siegel, cineastas com os quais, disse em entrevista, aprendera a dirigir cinema.
2 comentários:
Caro Setaro, Friedkin é o cara. Que bom reentrar no teu blog e ver que tu está revisando esse puta cineasta que ainda tem energia de um guri de 20 anos. "Caçado" foi uma de suas melhores obras e o próximo, escrito por James Ellroy, promete um filme digno de competição com o novo De Palma. É, certamente, um dos grandes diretores vivos. Pena que existe essa mania de "matar os veteranos" e ninguém se preocupa em analisar seus filmes como filmes, mas sim como marcas de um cineasta que, supõe-se, já passou da idade de fazer grandes filmes. Quando Tarantino disse que "direção é um jogo para jovens", provavelmente falava da visão externa que a crítica, o público e o mercado têm, onde a obra medíocre de um estreante tem mais valor que a obra de um mestre, simplesmente por ser novidade.
Concordo plenamente, caro Davi.
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