A Bahia cinematográfica conseguiu, com a entrada do Terceiro Milênio, sair do jejum longametragista, a partir mesmo de Três Histórias da Bahia, um filme de episódios dirigidos por Sérgio Machado, Edyala Iglesias, e José Araripe Jr. O que viabilizou, no entanto, os longas foi, sem dúvida, a cultura do patrocínio estatal através dos editais promovidos todo ano pelo Governo do Estado, que premiam, além de um roteiro de longa com pouco mais de um milhão de reais, curtas e vídeos. O primeiro premiado, Eu me lembro, de Edgard Navarro, está, há quatro anos em processo de finalização, mas, ao que tudo indica, sai mesmo no final do ano. Já Cascalho, de Tuna Espinheira, conseguiu ser levado a termo, mas está esperando por Godot, a distribuição e exibição. Recentemente, Pau Brasil, de Fernando Belens, obteve o reconhecimento da última comissão julgadora e vai virar filme de longa metragem. Mas há ainda outros longas que se finalizaram, a exemplo de Esses moços, de José Araripe Jr, A cidade das mulheres, de Lázaro Faria (premiado recentemente na Jornada Internacional), O jardim das delícias (creio estar confuso com o nome), de Pola Ribeiro, que ganhou concurso da Petrobrás. E Cidade Baixa, de Sérgio Machado, está sendo apresentado no Festival do Rio, ainda que o capital não seja genuinamente baiano. Falou-se que André Luis Oliveira (Meteorango Kid, o herói intergalático) passou um tempo em Itaparica a filmar a adaptação cinematográfica de Viva o povo brasileiro, de João Ubaldo Ribeiro. O nó górdio para que os filmes se viabilizem está no tripé produção-distribuição-exibição. Nesse particular, o mais bem sucedido de todos, em termos de circulação, foi Samba Riachão, de Jorge Alfredo, que conseguiu alguma circulação e está sendo apresentado no Canal Brasil no programa É tudo verdade, apresentado por Amir Labaki. Vale ressaltar que O superoutro, de Navarro, está, também, nesse canal do cinema brasileiro, acessível apenas, no entanto, para quem é assinante da Net ou da Sky.
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