Cidadão Kane (Citizen Kane, 1941), de Orson Welles
Não é minha lista definitiva,
porque, para isso, precisaria pesquisar. Mas uma relação de filmes que
considero os melhores que já foram feitos elaborada com a ajuda da memória, e
procurando evitar a repetição de diretores. De Hitchcock, por exemplo, poderia
incluir mais dois ou três filmes, e, principalmente, Psicose (Psycho, 1960),
mas dei preferência a Um corpo que cai (Vertigo, 1957),
ainda que com certa relutância. Feita e digitada, lembrei-me de Akira Kurosawa
cujo Viver
(Ikiru,
1953)´, que considero seu melhor trabalho, é uma obra mais que prima. Veio-me
também à memória Contos da lua vaga (Ugetsu Monogatari, 1953), de Kenji
Mizoguchi, que admiro profundamente. Daí a imperfeição da lista, embora as
obras citadas correspondam às minhas preferências. O problema é a limitação de
20 títulos, que, para um cinéfilo compulsivo, traz alguma aflição na hora da
escolha para a inclusão. Como um montador de filmes que, tendo filmado 3 horas,
vê-se obrigado a reduzí-lo para 90 minutos. Dos 20 listados, há um que poderia
ficar como o vigéssimo-primeiro, mas preferi dar este mesmo número. Trata-se de
O
otário (The patsy, 1964), de Jerry Lewis, uma obra-prima não
devidamente (ainda?) verificada pelos exegetas da arte do filme. Em alguns
casos, preferi, como no de Billy Wilder, colocar um filme seu mais esquecido, a
exemplo de Avanti!, embora admire muito quase toda a sua filmografia (Se
meu apartamento falasse, Quanto mais quente melhor, Pacto de sangue, Crepúsculo
dos deuses/Sunset Boulevard, entre outros). Do cinema brasileiro, Deus e o diabo na terra do sol, obra que traumatizou toda uma
geração de cineasta, é um filme de grande impacto, que me causou estupefação
quando o vi nos já distantes anos 60, mas que continuo sempre a rever. Não
somente é o melhor filme brasileiro de todos os tempos como pode ser incluído
entre as maiores obras da história do cinema.
Uma vez pediram a sisudo crítico
paulista Rubem Biáfora a sua relação dos 20 maiores filmes de todos os tempos
para a revista Filme/Cultura. Ele respondeu: por que não 50, 80, 100? Mas ainda
sobre a lista, devo dizer que no caso de Eisenstein, que todos apontam Outubro
e O
encouraçado Potemkin como as suas manifestações exponenciais, dei
preferência a Ivan, o terrível, filme-ópera de grande impacto, que acredito ser
a sua obra mais que perfeita.
Toda lista é pessoal e subjetiva.
1.) CIDADÃO KANE (Citizen
Kane, 1941), de Orson Welles
2.) OITO E MEIO
(Otto
e mezzo, 1963), de Federico Fellini
3.) UM
CORPO QUE CAI (Vertigo, 1957), de Alfred Hitchcock
4.) RASTROS DE ÓDIO
(The
seachers, 1956), de John Ford
5,) ROCCO E SEUS
IRMÃOS (Rocco i suoi fratelli, 1960), de Luchino Visconti
6.) A
CRUZ DOS ANOS (Make way for tomorrow, 1937), de Leo
McCarey
7.) OS
GUARDA-CHUVAS DO AMOR (Les parapluies de Cherbourg, 1964),
de Jacques Demy
8.) OS MELHORES ANOS DE NOSSAS VIDAS (The
best years of our lives, 1946), de William Wyler
9.) LUZES DA CIDADE (City lights, 1930), de Charles
Chaplin
10) ACOSSADO
(A
bout de souffle, 1959), de Jean-Luc Godard
11) ONDE
COMEÇA O INFERNO (Rio Bravo, 1959), de Howard Hawks
12) O
ANO PASSADO EM MARIENBAD (L'année derrière en Marienbad,
1962), de Alain Resnais
13) O
MARTÍRIO DE JOANA D'ARC (La passion de Jeanne D'Arc, 1928),
de Carl Thodor Dreyer
14) AURORA
(Sunrise,
1927), de Friedrich Wilhelm Murnau
15) MORANGOS
SILVESTRES (Smultronstallet, 1957), de Ingmar Bergman
16) AVANTI!
(Amantes
à italiana, 1973), de Billy Wilder
17) IVAN,
O TERRÍVEL (Ivan Grosnii, 1939/1942), de Eisenstein
18) DEUS E O DIABO
NA TERRA DO SOL, de Glauber Rocha
19) AS ESTRANHAS
COISAS DE PARIS (Elena et les hommes, 1956), de Jean
Renoir
20) A RODA DA
FORTUNA (The band wagon, 1953), de Vincente Minnelli
20) O OTÁRIO
(The
patsy, 1964), de Jerry Lewis
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