O cineasta baiano Tuna Espinheira no Acervo da Lage conversa com Dinho |
"É sabido que os primeiros passos sempre foram necessários para a caminhada, de qualquer espécie, incluindo aí as léguas tiranas. Então resolvi considerar, como o primeiro chute, nossa visita ao Acervo da Lage (vide fotos em anexo), um oásis criado por José Eduardo Ferreira. Em co-produção com a empresa produtora, Larty Mark, do produtor Tanal Moura Estamos captando recursos para esta Utopia Cinematográfica.
Como o cinema jamais teve vocação para a clandestinidade, estou botando na tela do seu blog, partilhando os olhres públicos sobre este nosso projeto. Como toda produção independende, com carencia de parcerias.
Já saíram algumas notícias no FaceBook, em decorrencia, recebi algumas mensagens solicitando mais esclarecimentos do assunto a ser documentado. Não tendo ainda um roteiro devidamente desenhado, posso, tão somente, alinhavar uma poucas linhas. Será um filme perscrutando/registrando o invisível. E que, o Subúrbio Ferroviário (onde fica os Novos Alagados), embora pertencente a Cidade Mãe-Salvador, existe mais é invisivel. Este é o nosso principal desafio: interagir com este pedaço sempre desfocado no retrato do município.
Por enquanto é o que tenho a dizer, acrescentado que, O Professor e Escritor José Eduardo Ferreira, nascido e criado lá, será personagem, guia e co-autor do roteiro. Para complemento vai aí algumas fotos e, principalmente a cópia da aprentação do seu livro: Novos Alagados, urdida e assinada por Antonio Candido.
Que transcrevo abaixo as sábias palavras de um mestre como Antonio Cândido:
Que transcrevo abaixo as sábias palavras de um mestre como Antonio Cândido:
Apresentação
Já faz alguns
anos que venho acompanhando com interesse e emoção a atividade de José Eduardo
Ferreira Santos, educador que encarna o aspecto mais nobre e difícil da prática
pedagógica: a formação de meninos, meninas e adolescentes de ambos os sexos que
vivem em condições adversas, como a penúria econômica e o risco de
marginalização social, ao ritmo de um cotidiano de brutalidades.
Graças ao seu
ânimo solidário, José Eduardo concebe o ato educacional como estimulo para
conquista da liberdade pelo próprio educando, na moldura de uma visão ao mesmo
tempo realista e utópica das possibilidades abertas pela convivência, mesmo que
seja no universo negativo da privação. Por isso, rejeita as formulações
consagradas e as concepções de elite, voltadas geralmente para uniformizar e
dissolver o indivíduo nas expectativas mais conformistas da classe e do grupo.
Identificado às necessidades profundas das comunidades marginalizadas, ele
procura associar a aquisição dos saberes ao aproveitamento do que se poderia
denominar “culturas vividas”, que correspondem ao modo de ser das
coletividades. Daí a utilização de práticas lúdicas e festivas do povo, bem
como das tradições africanas como fatores educacionais, à luz de uma concepção
integrativa.
A pedagogia de
José Eduardo e seus companheiros é, por isso, essencialmente humanizadora, ao
conceber a socialização, ao conceber a socialização, não como enquadramento e
conformismo, mas como conquista pelo educando da autonomia de pensamento e
opção. É admirável no seu trabalho o contraste entre a luta pela realização de
cada um e o peso opressivo do meio, que atua em sentido contrário, devido a
fatores que desumanizam, como a pobreza e a violência.
Educadores do
porte de José Eduardo e seus companheiros mostram que é possível uma pedagogia
capaz de realizar a verdadeira “promoção humana”, fazendo desabrochar a
liberdade individual em harmonia com os valores positivos da coletividade.
Antonio Cândido
Um comentário:
Tuna é de fato um empreendedor que não se rende aos obstáculos...
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