O cineasta baiano Tuna Espinheira (aqui ao lado do artista plástico Leonel Mattos) nunca foi jangadeiro, mas devia ter sido, pois um navegante consumado. Mas, se não o foi, é, porém, um navegante das imagens em movimento pelas quais se expressa. Consumado documentarista (tem mais de uma dezena de curtas), quando se decidiu pelo longa, fê-lo ficcional, embora com um empenho documentário evidente (no sentido de documentar um problema social), que foi Cascalho (que já está devidamente gravado em DVD para distribuição). O único curta de ficção que fez, em 1982, O cisne também morre, que ele pensava perdido, de repente o encontrou em cópia 16mm (tenho curiosidade em revê-lo porque trabalho como ator no papel de um agente de funerária que, para passar o tempo, ao lado dos ataúdes, bebe formol).
O motivo deste post, no entanto, é anunciar aos quatro ventos que o derradeiro opus de Tuna Espinheira, Leonel Mattos a vinte e quatro quadros por segundo, está na mostra competitiva de curtas do VI Seminário Internacional de Cinema e Audiovisual que ora acontece na cidade no majestoso Teatro Castro Alves. A sua exibição se dará quinta, dia 29, às 20 horas e 30 minutos, nesta casa de espetáculos. Vale ressaltar que Leonel Mattos a vinte e quatro quadros por segundo, elogiado por Sílvio Tendler, somente foi possível porque ganhou o Edital do Minc (Ministério da Cultura), e, pronto, recebeu, na Jornada Baiana passada, o Troféu Diomedes Gramacho na categoria de melhor produção baiana, e o Premio Especial do Júri do Festival de Cinema Digital de Jericoacoara.
A ver, portanto, obrigatoriamente.
Um comentário:
A premiação de tais festivais (e por que não a seleção?!) está mesmo falida... O cinema baiano está fadado ao fracasso. O problema da distribuição não são os EUA. Os curralinhos de cá ensinam desde cedo, aos novos, que não adianta tentar. Tem que pertencer ao rebanho do rei.
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