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16 junho 2009

Imagens históricas


A foto superior mostra Marlon Brando a fumar - num tempo em que não havia, ainda, a psicose antitabagista, decorrente de uma obsessão politicamente correta que está a ameaçar a liberdade do homem, e, na de baixo, Rock Hudson, Cary Grant, Brando e Gregory Peck. Atores que fizeram o imaginário de uma geração de cinéfilos que frequentou as salas exibidoras nos anos 50 e 60. Quando jovem, via em Rock Hudson a imagem perfeita do homem viril - e, vejam só, queria ser como ele. Qual não foi a minha surpresa ao vim a saber, décadas depois, que era uma bicha (com todo o respeito por elas) das mais escandalosas. Realizava verdadeiras orgias em sua casa, fantasiado de grego, e, nas horas vagas, seu hobby preferido era fazer tricô para dar de presente aos namorados (o que está dito consta de sua biografia publicada em torno de 1985). Quando esteve no Rio, Assis Chateaubriand, persuadido pela Universal, montou uma farsa para aparecer em O Cruzeiro, com Rock a ser flagrado numa praia deserta com uma mulher belíssima, porque, naquela época, seus fãs não poderiam saber de sua condição de homossexual. Nada contra. Apenas constato fatos.

4 comentários:

Jonga Olivieri disse...

Marlon (quase irreconhecível) na segunda foto. Na primeira é o proprio. Aliás, bem lembrado, numa época em que o merchandising do fumo atuava livremente estimulando as pessoas a fumarem. Era "bonitinho" pegar um cigarro...
Já Rock Hudson, realmente enganou muita gente. Também me lembro de ter ficado chocado quando soube de sua homossexualidade, e, principalmente das orgias que promovia em sua mansão hollywoodiana. Naqueles tempos isto tudo era muito "dentro do armário".
Mas, falavam até de Cary Grant. Li uma vez sobre uma calcinha na sua bagagem. Ou será que era pura fofoca das Louela Parsons da vida?

André Setaro disse...

Pois é, caro Jonga, as aparências enganam, como gostava de mostrar, em desenhos, o genial Carlos Estevão, na falecida "O Cruzeiro", como você bem se referiu em comentário ao post do "Amigo da Onça". Para não ser crucificado, devo ressaltar que não estou a fofocar sobre a 'bichice' de Rock Hudson, mas refletindo a respeito das aparências que enganam. Como escrevi, quando jovem, admirava a virilidade de Hudson, ainda que a crítica o chamasse de canastrão. Queria ser como ele, esta, a verdade verdadeira no sentido kantiano. Mas, bem entendido, não tinha nenhuma atração. O que havia era a admiração pelo macho que parecia ser. Mas, anos depois, a constatação de que, realmente, Carlos Estevão tinha toda razão: as aparências não deixam de enganar. Hudson, a bem de sua memória - e se, no Céu ou Inferno, estiver 'desmunhecando', tudo bem! - tem alguns desempenhos memoráveis, em particular em 'O segundo rosto' ('Seconds, 1968), de John Frankenheimer.

Li que Burt Lancaster também derramava água 'fora da bacia'.

Ler Dostoievky para compreender a condição humana.

Marcelo Miranda disse...

Amigos, o Cary Grant também era gay. O caso mais notório foi um romance de uma vida inteira (intercalado por várias interrupções, é verdade) com o Howard Hughes, aviador e produtor de Hollywood (cuja vida foi mote pro O AVIADOR do Scorsese, que, no entanto, omitiu a bissexualidade de Hughes). Numa biografia do Hughes que li, fica explícito que ele e Cary Grant foram intensamente apaixonados, mas como um era pilantra (Hughes) e o outro mantinha aparências (Grant), não houve estabilidade. Não à toa, sempre rio dobrado na cena de Grant em LEVADA DA BRECA que ele, vestido com roupa de Katherine Hepburn, "justifica" à tia dela que "virou gay de repente". Muito bom...

André Setaro disse...

Cary Grant gay? Onde estão meus sais aromáticos?