Não mais existe um diretor do nível, da competência, da qualidade, da finesse, de um George Cukor. Realizador de extraordinária habilidade, sabia, como ninguém, dirigir atrizes e destilar, nos seus diálogos, fina ironia, um sense of humour particular. Se inexistem diretores, hoje, como Cukor, há filmes, por outro lado, que apesar de excelentes, que caíram na vala do esquecimento. Lançados, passaram em brancas nuvens e é como se não existissem. É o caso do agradabilíssimo Viagens com minha tia (Travels with my aunt, 1972), de Cukor, com Maggie Smith (atriz inglesa feia e fleugmática que ganhou o Oscar por sua performance em A primavera de uma solteirona), Alec McCowan (que neste mesmo ano faria,, com Hitchcock, Frenesi/Frenzy, na pele do inspetor cuja esposa é especialista em arte culinária e inferniza, com seus quitutes, a vida e o estômago do personagem), Robert Stephens (cast altamente britânico, como se vê), Lou Gossett, entre outros. Baseado em Graham Greene (também parece não existir mais um escritor tão agradável como Greene e obras de um humor dilacerante como Nosso homem em Havana), Viagens com minha tia foi roteirizado por Jay Presson Allen (que assinou o roteiro do filme doente, e esplêndido, de Hitchcock, Marnie) e Hugh Weeler.
Durante o funeral de sua mãe, o funcionário de banco Henry Pulling (Alec McCowan) encontra sua tia Augusta (Maggie Smith), uma elegante e excêntrica senhora com quem nunca teve muito relacionamento. Mas a simpatia da mulher conquista Henry, que será guiado pela tia numa grande aventura cujo objetivo (dela) é o resgate de um grande amor do pretérito.
Há, pelo menos, pelo menos, dois filmes crepusculares de Cukor que nunca foram exibidos no Brasil (a não ser pela televisão): Amor entre ruínas (Love among the ruins, 1975), com Katherine Hepburn e Laurence Olivier, que, dizem aqueles que o viram, é obra de grande intensidade dramática, e, também com Katherine, O milho está verde (The corn is green, 1979). É chegada a hora, com a facilidade do DVD, de que distribuidoras procurem lançar no mercado brasileiro estas duas preciosidades.
Um comentário:
O Milho Está Verde tem em DVD. Nunca vi, apesar de tê-lo visto nas prateleiras da VideoHobby.
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