Na formulação da enquete sobre os mitos sexuais do cinema, que se encontra prestes a se encerrar e tem em seu topo Marilyn Monroe, cometi um ato falho, imperdoável, ao esquecer de colocar entre as opções o nome de Carroll Baker. Devo confessar que a primeira atriz que despertou a minha libido como mulher foi indiscutivelmente Brigitte Bardot, mas Carroll Baker também, principalmente depois que a vi, ainda bem jovem, fêmea apaixonante, em Baby Doll (Boneca de carne, 1956), filme esquecido de Elia Kazan, baseado em Tennessee Williams, com ela, uma verdadeira, como diz o título em português, boneca de carne, Karl Malden, Eli Wallach. A aparição de Carroll Baker, neste filme avançado tematicamente para a época no tocante ao tratamento do sexo, provocou frisson inusitado.
Em seguida, ainda que vestida, veio Da terra nascem os homens (The big country, 1958), vigoroso western de William Wyler, mas antes de Baby Doll já tinha trabalhado em fitas televisivas e em Assim caminha a humanidade (Giant, 1956), de George Stevens. Para recordar Baker, e sem o propósito de colocar aqui todos os seus filmes, alguns momentos de sua divina presença: Harlow, a vênus platinada (Harlow, 1965), de Gordon Douglas, Os insaciáveis (The Carpetbaggers, 1964), de Edward Dmytryk, com Alan Ladd, baseado em best-seller de Harold Robbins, Crepúsculo de uma raça (Cheyenne Autumn, 1963), de John Ford, Sylvia (1966), de Gordon Douglas, Quando a vida é cruel (Something Wild, 1961), de Jack Garfein, A maior história de todos os tempos (The Greatest Story Ever Told, 1965), de George Stevens, no papel de Verônica. A partir de meados dos anos 60, ainda bela e extremamente sexy, partiu para a Europa e trabalhou em filmes pseudo-eróticos e alguns westerns-spaghettis, a exemplo de O doce corpo de Débora (Il Dolce corpo di Deborah, 1968), de Romolo Guerrireri, Captain Apache (1971), de ilustre desconhecido sob pseudônimo, filmes insignificantes. Mas em 1987 participou de Ironweed, de Hector Babenco, ao lado de Jack Nicholson e Meryl Streep.
Para o cinema, a importância de Marilyn Monroe como mito sexual foi, realmente, maior. Mas as minhas duas bonecas de carne são Brigitte Bardot e Carroll Baker. Fica registrado, então, o grande erro, que é corrigido em tempo hábil.
Carrollzinha tem apavorantes 77 anos.
Um comentário:
OUTRO FILME MARAVILHOSO DE CARROLL BAKER É O "MILAGRE".
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