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14 maio 2008

"Saneamento básico" é filme encantador

Difícil se ver, no cinema brasileiro contemporâneo, um filme simples, fluente, imaginativo, despretensioso, a exemplo de Saneamento básico, o filme, de Jorge Furtado. Diretor consagrado por um curta na década passada, que espantou pelo engenho e arte, pela fragmentação com a utilização sábia de materiais de procedências diversas (cartazes, letras, imagens, animação...), A ilha das flores é exemplo de cinema de invenção - ao contrário de certas experimentações que se querem inventivas e não passam de um atestado de confusão mental e dementia precox.
Não tinha vista Saneamento básico, o filme quando do seu lançamento em meados do ano passado. Peguei-o para ver, ontem, em DVD e, ainda que conhecendo os trabalhos anteriores de Jorge Furtado, Saneamento... surpreende. É uma celebração ao cinema e seu processo criador. Na foto ao lado, a exuberante Camilla Pitanga, Breno Garcia e Jorge Furtado num ensaio durante as filmagens desse filme cativante e pouco reconhecido.
Furtado tem pleno domínio formal da narrativa. Mas, sobre ser um cineasta de fluência admirável, é extremamente humano na observação do comportamento de seus personagens. É o estabelecimento da vida que se vê durante o transcorrer de Saneamento básico, o filme. Da vida e do seu processo de lhe acrescentar, com graça, a ficção

4 comentários:

Jonga Olivieri disse...

Este filme, que retrata o drama (e a criatividade) dos moradores de Linha Cristal e também tem em seu elenco Fernanda Torres, Wagner Moura e outros atores de peso.
Jorge Furtado que já nos havia proporcionado dois longas: "Houve uma vez dois verões" (2002) e "O homem que copiava" (2003) volta com esta produção a afirmar o seu talento e grandes possibilidades futuras.

Rafael Carvalho disse...

Jorge Furtado tem um estilo muito peculiar no seu fazer cinema: ao mesmo tempo em que suas histórias são inteligentes e até certo ponto complexas, ele sabe dialogar muito bem com o grande público, quase um diretor popular. Esse Saneamento Básico me fez cair o queixo pelo frescor de narrativa poucas vezes visto no nosso cinema. E ainda me fez rir à beça. Mais um cineasta brasileiro abençoado. E Ilha das Flores é definitivamente um obra-prima.

Breno Fernandes disse...

O que eu acho incrível no cinema de Jorge Furtado é a capacidade de trabalhar a nossa cultura sem precisar se valer da nossa miséria, dos nossos problemas sociais, que muitos cineastas estão transformando em Mitologia -- eis Tropa de Elite aí.

"O homem que copiava", inclusive, é muito bem falado aqui na Europa.

Pitada de Letras disse...

Criatividade !!!
É só o que eu posso dizer deste filme simples, leve e gostoso de se assistir do começo ao fim.
Para quem quer dar muita risada e relaxar está ai uma dica !!!
Superação na criatividade ...
Vale a pena.