A imagem de um momento sublime (todos os momentos dos filmes de Ozu são sublimes) de Era uma vez em Tóquio (Tokyo Monogatari, 1953), que ficou conhecido, no Brasil, também pelo título de Histórias de Tóquio. Há, na cidade de Salvador, talvez o maior acontecimento do ano em termos cinematográficos: a retrospectiva, desde ontem na Sala Walter da Silveira, abençoada pelo Consulado do Japão, de Yasujiro Ozu. A programação completa, dou-a em post abaixo. É, ainda que expressão maltratada e lugar comum, mas que, aqui, se aplica à perfeição: imperdível.
Penso que um filme como Tokyo monogatari é para se assistir de joelhos apoiados em milhos como ato de adoração de um monumento do gênero humano. Creio, também, que um filme como Era uma vez em Tóquio deveria estar sempre em cartaz ou, melhor, programado ad infinitum num determinado cinema de cada cidade, de cada vila, de cada povoado - se, por acaso, existam, nestes, salas exibidoras.
Penso que Yasujiro Ozu é, mais do que um grande cineasta, um grande humanista, um grande pensador. Que acontecimento maior do que uma retrospectiva de alguns de seus filmes fundamentais poderia haver nesta velha soterópolis? A miséria cultural baiana de há muito foi lançada. Ozu é um momento de salvação, de olhar para outro mundo como se numa espécie ato de contrição.
Clique na foto que ela se amplia e possibilita uma melhor visão desse enquadramento de um mestre do cinema.
4 comentários:
Beleza Setaro, muita beleza mesmo. Estarei assistindo a mostra e como vc. diz, este é um momento de salvação imperdível.
Passei para desejar-lhe um bom final de 2007 e um bom ano de 2008.
Aproveito para LHE pedir que participe na blogagem colectiva que se está a realizar hoje, dia 17, em prol da menina Flávia
http://flaviavivendoemcoma.blogspot.com/
Setaro, que beleza que os baianos vão poder conferir essa mostra que vi anos atrás num Festival do Rio. Ozu era gênio e o livro "O anticinema de Yasujiro Ozu", lançado pela Cosac & Naif, ajuda bastante a entender porque.
Grande abraço e obrigado pelos elogios!
Janot
Ozu, um dos maiores realizadores nipônicos de todos os tempos, merece uma retrspectiva desta magnitude.
Diretor que reflete a cultura daquele país como poucos, teve características interessantes como só sonorizar os seus filmes a partir de 1936. Bem como sua tardia aceitação da cor como elemento de sua obra.
Bom proveito a todos aí em Salvador...
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