Vou ver logo que possa Crimes de autor (Roman de gare), de Claude Lelouch, realizador de minha admiração e severamente criticado, desprezado pela crítica. Convidado por Leon Cakoff, foi homenageado na última mostra internacional de São Paulo merecidamente. Cakoff marcou um tento e se mostrou um organizador aberto a todas as tendências. O convite feito a Lelouch mostra que o promotor de tão importante festival é pessoa que se caracteriza pelo livre pensar, a acolher todos os pensamentos e todas as estéticas, os modos de ser cinematograficamente. Apesar de tachado de sentimental, Um homem, uma mulher (Un homme et une femme), de 1966, teve seus méritos reconhecidos pelo júri do Festival de Cannes, que lhe deu a Palma de Ouro, a disputar com monstros sagrados dos efervescentes anos 60. A regência lelouchiana estabeleceu uma nova maneira de lidar com os atores, deixando-os à vontade dentro de um naturalismo impressionante. E poucos são os diretores que sabem utilizar a partitura musical com a maestria de Claude Lelouch. Ainda pretendo fazer, aqui mesmo, neste blog, uma revisão de sua filmografia, pois a partir de Un homme et une femme vi quase todos os seus filmes, exceção dos últimos que não foram lançados comercialmente. Mas como ficar indiferente ante a beleza cinematográfica de Um homem como poucos (Le voyou, 1970), com Charles Denner e Jean-Louis Trintgnant? Ilya des jours et de lunes, por exemplo, de 1990, com Annie Girardot, é uma beleza para ser sucinto e sintético. A magistral sátira política de A aventura é uma aventura (L'aventure c'est l'aventure, 1972), com Jacques Brel e Lino Ventura. Mas deixemos para falar de seus filmes em outra ocasião.
O site oficial de Lelouch: http://www.lesfilms13.com
4 comentários:
“Um homem, uma mulher”, é um dos melhores filmes acerca do amor na história do cinema. A obra de Lelouch pode ter seus altos e baixos, mas deixou esta marca presente.
Mas não nos esqueçamos que um ano depois ele estava filmado “Viver por viver”, outro filme que me agrada deveras.
Mas, engraçado, falaste em “Uma aventura é uma aventura”, e não sei porque me lembrei dos “Aventureiros”. Deve ser pela concidência de Lino Ventura no filme de Robert Enrico, cuja apresentação de letreiros com duas músicas contrárias considero uma das maiores de todos os tempos (uma senhora direção de arte). Isto, sem contar com a lindissima canadense Johanna Shimkus (que fim levou?) como Laetitiae.
De Lelouch só assisti o afamado "Um Homem, Uma Mulher". De resto, sua carreira é bem desprezada pelos críticos, tanto que já faz algum tempo que recebi de presente uma cópia de "Retratos da Vida" e até hoje não tive vontade de assistir por causa da fama de novelão que o filme carrega. Mas mais cedo ou mais tarde tirarei minhas próprias conclusões assistindo-o, ao mesmo tempo em que ficamos aguardando a futura revisão da filmografia de Lelouch aqui no Blog. Abraços.
Também aguardo a revisão. Engraçado, Lelouch é tão massacrado que até no Emule seus filmes são difíceis de achar.
Jonga, que comentou aqui, está tão certo. Conheço poucos filmes que falem de amor como "Um homem, uma mulher". Tá no topo de meus favoritos.
De Lelouch, foi o único que assisti. Vou procurar ver mais e volto para comentar!
PS: Esqueci de dizer no outro post, parabéns pela coluna no Terra!!
:)
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