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11 maio 2007

"Kino Digital": nova revista de cinema na internet



Editada pelo Professor José Umbelino Pinheiro Brasil, está no ar uma nova revista digital de cinema, a "Kino Digital", produzida na Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia. Ainda no início, a revista virtual tem o propósito de pensar o cinema enquanto veículo de expressão artística e que espelha a sociedade na qual é realizado. Artigos diversos podem dar uma idéia dos conteúdos, como o de Fernando Conceição ("A propósito do fascismo") que analisa Concorrência desleal, de Ettore Scola, um dos poucos realizadores italianos respeitáveis que ainda se encontram em atividade (mortos os geniais Fellini, Visconti, Pasolini, entre tantos!). A bem de ver, os escritos do primeiro número dessa virtual publicação enfocam os filmes da relação elaborada pela UFBa para o vestibular passado. Neste particular, a universidade baiana é pioneira na tentativa de, ao lado das obras literárias, introduzir filmes para que o vestibulando possa ter um pouco mais de ilustração sobre a arte do filme (tenho um artigo sobre a relação cinema e vestibular, que foi publicado neste blog e numa revista, mas não vem ao caso agora). Assim, além de Fernando Conceição, há um ensaio do próprio punho de Umbelino sobre Deus e o diabo na terra do sol, de Glauber Rocha (objeto do estudo do editor da revista, pois vai se doutorar com uma tese sobre o cineasta baiano). Marcos Pierry, que mergulhou fundo na sua dissertação de mestrado sobre as idiossincrasias do superoitismo soteropolitano, marca aqui, na revista, sua presença com um estudo sobre Cidade de Deus, de Fernando Meireles. Jorge Nóvoa, pesquisador das relações entre o cinema e a história, comparece com um artigo sobre Tiros em Columbine, o documentário polêmico de Michael Moore. Antonio da Silva Câmara, sociólogo de formação, aprecia Memórias póstumas de Brás Cubas, de André Klotzel, a tentativa temerária de um realizador que ousou traduzir para as imagens em movimento uma obra-prima absoluta da literatura universal. Já Marise Berta enxerga o contemporâneo nas imagens aparentemente pretéritas de Baile perfumado, de Lírio Ferreira, um dos melhores filmes da chamada retomada do cinema brasileiro. E o antropólogo Cláudio Luiz Pereira se debruça sobre a transposição de Auto da Compadecia, de Guel Arraes, segundo o texto de Ariano Suassuna - na opinião do modesto bloguista de assina este 'post' um fracasso completo a versão feita para cinema, mas muito interessante a do mesmo Arraes veiculada pela tv, por causa dos cortes rápidos, e destruidores, para comprimir para a exibição no mercado o material feito para a telinha. Liam, de Stephen Frears, filme pouco visto, mas de realizador competente, é o escolhido do analista André França, dublê de psicólogo e crítico de cinema. Adriano A. Oliveira dispara sobre A.I. Inteligência Artificial, de Steven Spielberg, enquanto Adriana Oliveira vê, com olhos críticos e atentos, Central do Brasil, de Walter Salles.


Como se pode observar, uma turma da pesada. Mas o que importa mesmo é a visita ao site que fica neste endereço: http://www.kinodigital.ufba.br/
A foto que ilustra o 'post' é do prédio da Faculdade de Comunicação (Facom), que fica no 'campus' de Ondina.

2 comentários:

Jonga Olivieri disse...

Bela iniciativa. Já marquei nos meus favoritos...

Anônimo disse...

Pretenciosa e bem ruizinha, como tudo que sai da facom.