Dele já se disse que era o maior artesão do cinema brasileiro (como escreveu Carlos Reichenbach em seu Reduto do Comodoro). O fato é que menino de calças curtas vi, e fiquei impressionado, A morte comanda o cangaço, realizado em 1960, que talvez seja mesmo superior a O cangaceiro, de Lima Barreto. É verdade que precisaria revê-lo para confirmar a impressão de um garoto, mas o fato é que A morte comanda o cangaço, quando de seu lançamento há quase cinquenta anos, conquistou o público, levando muita gente a aplaudir a aventura patrocinada por Coimbra.
O cinemanovismo, dando preferência aos autores de filmes (e quantos autores chatos, pachorrentos!), desprezava os artesãos. Uma indústria que se queira cinematográfica necessita mais de artesãos competentes do que de autores aporrinhantes. Carlos Coimbra longe estava, portanto, dos ideais do pessoal que tinha como bandeira o Cinema Novo, que, se, por um lado, proporcionou a eclosão de talentos como a de um Glauber Rocha, por outro, esta a verdade, afastou o público dos cinemas e deu de aborrecer a muitos cinéfilos, que, obrigados pelas circunstâncias, e pela necessidade de se estar in, amargaram muitos filmes entediantes e vazios. Um filme de Coimbra, neste particular, não proporcionava nem chamava o sono, mas despertava as emoções do espectador. Este blog, na sua pequenez, presta, neste post, a sua homenagem a Carlos Coimbra.
Um comentário:
Homenagem à qual me incorporo, como leitor assíduo deste blog.
Porque o cinema é arte, mas, essencial e principalmente um fenômeno de massas, muito embora, com as salinhas de hoje, cada vez menores. He, he, he...
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