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03 maio 2006

O DVD dá luz a Carl Theodor Dreyer

O advento do DVD, pelo menos para mim, foi uma coisa revolucionária. Ainda que no mercado faltem muitas obras importantes, o que se encontra disponível já dá para se ter uma pequena cinemateca. Por exemplo: se não existisse o disquinho onde poderíamos ver os filmes do dinamarquês Carl Theodor Dreyer?. Excetuando-se o seu famoso La passion de Jeanne D'Arc (1928), acredito que a Cinemateca Brasileira, de São Paulo, não possua em seu acervo obras fundamentais como A palavra (Ordet, 1955), Gertrud (1964), Vampyr, entre outros. Tendo-as, então seria o caso do amante do bom cinema, que não mora em SP, ter que viajar para vê-las e, mesmo assim, subordinado à programação da sala. Se não as tem, somente poderiam ser contempladas em Paris e Nova York. Mas o disquinho possibilita a apreciação de cinco obras de um realizador especialíssimo, como Carl Theodor Dreyer. E o resgate de todo o grande cinema do passado está sendo processado através do DVD. Se este não existisse, estaríamos condenados ao lixo da contemporaneidade e a nova geração ficaria sem saída para saber o que foi o cinema.

Assistindo a Ordet, percebi que Ingmar Bergman sofreu muita influência do dinamarquês. Simbiose do expressionismo alemão com o realismo nórdico, Ordet é uma obra-prima indiscutível, ainda que não se acredita em milagres. Os momentos de Ingrid a morrer, a agonia da espera de sua morte, lembra muito Harriet Anderson em Gritos e sussurros. O que impressiona muito é a cenografia, o branco que compõe o quarto da doente. Já Bergman, fazendo uma variação, coloca o vermelho. Mas Ordet não é para se considerar assim em poucas palavras.

Um comentário:

Sérgio Alpendre disse...

a cinemateca tem o vampyr, com legendas em francês