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07 fevereiro 2006

O amigo gaúcho de Reichenbach

Não conheci nem nunca li os textos de Luiz César Cozzatti, dublê de psiquiatra e crítico cinematográfico, que faleceu semana passada (4 de fevereiro), deixando abalados seus amigos e admiradores. Faço aqui o registro para também lamentar a morte do crítico, que, a julgar por opiniões abalizadas, como a do cineasta Carlos Reichenbach e de Inácio Araújo, entre outros, era um profundo conhecedor da arte do filme. Pontificava em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, e, por isso, nunca tive acesso às suas publicações mas, tenho certeza, se vier a conhecê-las, passarei a admirá-las. Luiz César Cozzatti era também membro permanente da comissão de seleção do Festival de Gramado. Há também a assinalar, na morte do crítico, que o brasileiro somente toma conhecimento das críticas cinematográficas publicadas no eixo Rio-São Paulo. A internet, nesse particular, tem prestado um bom serviço na divulgação de certos talentos. Transcrevo abaixo o lamento de Reichenbach pelo desaparecimento de Cozzatti, seu amigo gaúcho:

"Confesso que o impacto gerado pelo e-mail de Marcus Mello, me deixou inerte por vários minutos. Pensei imediatamente em escrever um post para o REDUTO a respeito da minha admiração pelo notável crítico gaúcho, cuja cultura cinematográfica me surpreendeu tanto quando nos conhecemos, lá pelos idos dos nos 70. Lembro de ter falado muito ao amigo Jairo Ferreira a respeito de Cozzatti e quando Ferreira leu os textos críticos dele, imediatamente incluiu em seu livro CINEMA DE INVENÇÃO. Assim como nosso outro grande amigo, o Dr. Luiz Ribas, Cozzatti era um "psiquiatra louco por cinema", daqueles raros garimpeiros de autênticas pepitas cinematográficas. Ficamos amigos, não só por ele gostar irrestritamente de AMOR, PALAVRA PROSTITUTA e FILME DEMÊNCIA, mas - e sobretudo - por uma "descoberta" mútua: SCANNERS, de Cronemberg, numa época em que o cineasta canadense era uma incógnita.Cozzati vai ficar na minha memória como daqueles raros "irmãos de universo" que cultivamos para sempre por comprenderem o mesmo dialeto da cinefilia."

Mais sobre Cozzetti no site de Carlos Reichenbach:
http://redutodocomodoro.zip.net/

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