O ator baiano Gildásio Leite em A doce flauta da liberdade, de George Neri |
Recebi de Gildásio Leite, veterano ator baiano de teatro e cinema, que já trabalhou inclusive em produções nacionais (Tenda dos milagres, Central do Brasil, entre outras), o material que vai abaixo transcrito sobre o mais recente filme baiano já em fase de finalização: A doce flauta da liberdade, de George Neri, filmado em Ituaçu (cidade localizada na região de Vitória da Conquista a 150 km de distância), Abro as devidas aspas e parabenizo a equipe pelo trabalho feito em tempo recorde.
A doce flauta da liberdade é o mais novo filme genuinamente baiano
Em algum momento dos
anos 70, numa pequena cidade do interior, os moradores têm como única
alternativa de entretenimento o cinema local. Os filmes ali exibidos são
previamente mutilados, por ordem de alguns cidadãos mais conservadores: eles
pedem ao exibidor que recorte das películas as cenas consideradas mais
“ousadas”. Nem todos, no entanto, estão sintonizados com esse conservadorismo e
preferem a onda liberalizante típica daquele contexto histórico e social.
É a partir desses
embates que se inicia uma trama com toques de surrealismo e, em alguns
momentos, humor. Em linhas gerais, é esse o ponto de partida de A doce
flauta de Liberdade, longa-metragem dirigido por George Neri. “É,
sobretudo, um elogio ao cinema. O ponto central é o embate entre a censura e a
liberdade”, sintetizou Alberto Marlon, um dos responsáveis pela adaptação do
roteiro.
A produção do filme
foi viabilizada por meio da seleção pelo edital nº 12/2012, da Fundação
Cultural do Estado da Bahia (Funceb). As filmagens duraram cerca de um mês em
Ituaçu, a 150 quilômetros de Vitória da Conquista. “A comunidade nos aceitou
muito bem, e a cidade se encaixou como uma luva para o filme”, observou o
produtor executivo Dió Araújo. Atualmente, a obra está em fase de edição e
montagem, enquanto a equipe continua em busca de recursos para arcar com os
custos adicionais.
O elenco é completamente formado por atores de Vitória da Conquista e
região – à exceção do cantor e compositor pernambucano Otto, que fez uma
participação especial. Há atores jovens e outros mais experientes, como é o
caso de Gildásio e Sônia Leite. Assim que o filme estiver finalizado (a equipe
espera tê-lo pronto ainda este ano), deverá ser exibido em mostras e festivais
pelo país, além de canais públicos, como a TV Brasil.
Novo paradigma – As pretensões da equipe não param por aí. Para se ter uma ideia, está
prevista a inclusão de legendas em inglês, francês e espanhol. “Não podemos
deixar uma obra como essa na prateleira. Estamos fazendo esse filme para que
ele tenha uma dimensão muito grande. Nossa intenção é ganhar o mundo através de
um cinema mais artístico”, explicou Araújo.
Para Alberto Marlon, A
doce flauta de Liberdade pode atuar como um incentivo para outras pessoas
que também queiram dar vazão ao desejo de fazer cinema na região de Vitória da
Conquista – que, por sinal, é a terra natal do cineasta Glauber Rocha. “Como a
cidade é um celeiro de cultura e possui todas as vertentes de arte, essa
iniciativa de produzir cinema é muito interessante, pois serve como um
paradigma para novas produções”, afirmou.
Para mais informações sobre o filme, clique no link
abaixo:
Gildásio Leite, o Calango da Véa Galdina
Filho de Janoca, neto de Tecla, filho de Zé
Gonçalves, neto de Inocêncio, pai de Pauline, Paulo Tiago, Gabriele e João
Gabriel, garoto precoce e dono de uma extraordinária inteligência, Gildásio
Leite integra aquele grupo seleto e raro de intelectuais que conseguiram dar o
salto nas gerações, que teve a habilidade para reinterpretar os movimentos
sociais, políticos e culturais, incluir-se nesses movimentos pela porta da
frente, e que, especialmente, não perdeu o brilho nem a mais sofisticada arma
do ser humano contra as opressões cotidianas: a capacidade de sonhar.
Em uma deliciosíssima entrevista ao Blog do Fábio
Sena – à qual deram auxílio luxuoso com suas inteligências os jornalistas Paulo
Nunes e Luis Fernandes, Gildásio Leite dá uma aula de otimismo, de humanidade,
de elegância com as palavras, mas principalmente, faz emergir conteúdos
reveladores, conteúdos somente possíveis na cabeça de quem mergulhou fundo na
história de sua época – e, no caso de Gildásio Leite, a época é esta
contemporânea também –, da qual ele não se aparta. Dono de uma prodigiosa
memória e singular inspiração para tratar dos temas mais delicados de forma
sempre simpática, Gildásio Leite assegura, entre outras coisas, que seu legado
para Vitória da Conquista foi a sua inteira devoção ao teatro como instrumento
libertador.
Foi em clima descontraído e saboreando uma daquelas
cervejas somente encontráveis no Bar de Paulinho que Gildásio Leite conversou
conosco. Trata-se de parte de uma memória cuja leitura vai agradar a gregos e
troianos.
Segue:
Gildásio e Zé Ninguém: os arquétipos da modernidade
- Gildásio Leite… cineasta, né?
- É…
- Cineasta!
- É… na verdade, eu sou ator e documentarista.
- Pronto: cineasta, ator e documentarista.
- Cineasta é um nome que… eu não assino. Embora
tenha escrito vários roteiros de longa metragem, não realizei nenhum longa-
metragem como diretor. Só tenho realizado curtas metragens, então eu não sou
cineasta, eu sou ator teatral e cinematográfico. Eu não posso ser cineasta por
eu ser ator de cinema.
- Ok. Você venceu. Quer começar falando pra gente
sobre Zé Ninguém?
- O Zé Ninguém?
- Sim. De Reich.
- De Reich? Hummm… (faz cara de espantado…)
- Por quê? Você não acredita mais em Zé
Ninguém?
- Eu acredito. Inclusive eu adaptei até pro teatro
o Zé Ninguém, pra ser encenado aqui em Conquista, e foi um projeto que não foi
adiante porque eu tive dificuldade de elenco, de ator pra fazer o personagem,
mas isso eu admiro, acho interessante. Tem um filme, um longa- metragem, que é
“Quando Nada Acontece”, que é exatamente dentro do arquétipo do Zé Ninguém, um
cara que luta a vida inteira para atingir o ápice, que a sociedade gosta de ver
o eleito, vitorioso, e ele não consegue, ele não é nada. O filme chama “Quando
Nada Acontece”. E por isso o pessoal da Salvador, onde eu tenho mais acesso,
muito acesso, né, eu convivi muito tempo em Salvador fazendo teatro, fazendo cinema,
eles acham que o filme é uma autobiografia minha, e não é (risos…), mas é
interessante.
"A única dificuldade que eu tenho é de abordar
uma linguística que a juventude articula hoje, através do facebook, da
internet"
- Você ficou surpreso com essa de perguntar sobre o
Zé Ninguém, não é?
- Fiquei, fiquei bastante surpreso.
- Me diz uma coisa: você consegue se adequar a
essas novas gerações? Você consegue… digamos… você acha que ficou no tempo e no
espaço ou que conseguiu se adaptar a essa realidade nova, à contemporaneidade?
- Olha, no momento, na atualidade, a única
dificuldade que eu tenho é de abordar uma linguística que a juventude articula
hoje, através do facebook, da internet, porque eu não tenho o hábito de
manipular, e eu não manipulo essa linguagem, mas eu entendo/compreendo. Agora,
linguisticamente, dentro do contexto atual, eu não me distancio da molecada, da
juventude. Meus filhos são todos jovens, eles desenvolvem uma prática de
percepção do contexto em que vivem, e eu compreendo com facilidade, e tenho
feito muito teatro voltado para a juventude, não só nos anos sessenta como hoje,
toda a minha prática de teatro tem sido voltada para a educação dos jovens, e
não eu não tenho dificuldade de entendê-los e compreendê-los, até dentro das
possibilidades… porque tem coisas que…
- Você consegue enxergar de qualquer forma uma
diferença entre a sua juventude, entre o pensamento de sua juventude, entre a
ação da juventude do seu tempo e a juventude de hoje? Que tipo de comparação
você faria?
- Ah, sim, é muito difícil hoje compreender esse
comportamento da juventude, porque nós vivemos no terceiro milênio, em que
todas as conquistas desejadas nos anos sessenta, na minha adolescência, foram
alcançadas. Mas é muito difícil hoje a juventude desenvolver um discurso
dialético, analítico, dentro do contexto, porque eles não têm o referencial que
nós tivemos. O nosso referencial nessa época era Sartre, Bertold (Brecht), o
socialista, a gente… nós líamos, eu li Marx com 17 anos… e hoje o pessoal não
tem… não sei se eles desenvolvem esse discurso nos cursos que fazem na
universidade, no terceiro grau.
- Nessa época quem era marxista tinha lido Marx
mesmo, né?
- Tinha lido Marx… é… Chegamos a Marx, Hegel, então
a gente trabalhava com a filosofia, né… de alcance, perceptivo; analítico;
crítico. E é o que domina até hoje. Quem escreve hoje, quem faz jornalismo
hoje, se não tiver esse referencial ele não sabe o que tá dizendo. Não sabe o
que diz.
"Eu fui militante lá em Salvador e acompanhei
os anos amargos da ditadura, as brigas da ditadura, 67, 68, 69"
- Bom, Gildásio, já que estamos falando de juventude, de mudança de tempo, de
períodos históricos, você que viveu um período intenso da política partidária
no Brasil, você acha que hoje é possível definir o que é esquerda e o que é
direita?
- Rapaz… eu fui militante político na Bahia, fui
aqui em Conquista como adolescente, quando se criou a UBES aqui eu era moleque,
adolescente, era mais novo do que esse Oswaldo aí que foi o primeiro presidente
– Oswaldinho Ribeiro, estava com ele agora. Eu era moleque, menino, mas já
tínhamos a preocupação de sabermos o que que era o contexto político, social da
época. Agora, em Salvador, quando eu fui pra Salvador pra fazer universidade,
então eu fui militante lá em Salvador e acompanhei os anos amargos da ditadura,
as brigas da ditadura, 67, 68, 69, não só na Bahia como no mundo, porque a
gente se articulava com a problemática toda não só na América como na Europa, e
no sul do país, Rio e São Paulo. Então toda, essa militância eu conheci, eu
convivi com “eles”, e hoje eu me decepciono quando eu vejo o líder do PT no
Congresso, que chama Carregosa, defender a base aliada do governo como ele
defende, defender o (Carlos) Lupi!… Pô, não tem sentido; então não dá pra
entender, pra eu compreender o que é isso.
- Você teve uma vida marcada pela arte, pela
produção artística, pela produção cultural. Como você se situa nessa história
cultural de Vitória da Conquista, qual é a contribuição que Gildásio Leite deu
à Vitória da Conquista?
- Trabalhando com jovens, só. Os grandes
espetáculos que eu idealizei, que eu quis fazer em Conquista não foi possível
fazer porque não tem incentivo, não tem como realizar. Eu realizei alguns em
Salvador, não todos, né, mas em Conquista eu realizei pouco. Mas trabalhei
muito com jovem, com moleque, com adolescente e para o adolescente. Então, essa
é a grande contribuição. Tem amigos meus aqui formados em Engenharia, em
Medicina, em Direito que viram teatro na sua adolescência me assistindo, e eu
representando. Então isso é uma coisa que me deixa muito envaidecido, porque eu
não sabia que isso ia acontecer.
Luis Fernandes quer saber sobre cinema
- (Luis Fernandes) Gildásio Leite é mais teatro ou
mais cinema?
- Hoje eu sou audioartevisual! Hoje eu sou visual,
artevisual, eu congrego nas três linguagens, né, mas a minha prática é teatral.
Eu comecei aqui fazendo teatro porque idealizava, sonhava em fazer cinema! Nós,
moleques, aqui, adolescentes, a gente idealizava fazer cinema porque a gente
assistia muito os filmes aqui no Cine Glória, no Cine Conquista, no Cine
Poeira, e a gente saía da sala imitando os personagens, querendo ser Durango
Kid, entende?, desenvolvendo o discurso do personagem. Eu nem sabia qual era o
arquétipo de um personagem, mas a gente saia imitando os personagens dos
bang-bang, dos filmes clássicos que a gente assistia. E a prática para se
chegar a isso, pra se chegar ao cinema tinha que ser a representação, o teatro.
Saber o que que é representar um personagem. Então eu fui procurar uma escola
de teatro. Eu fiz teatro aqui, na adolescência, e depois eu fui me formar. Eu
me formei, eu sou ator e sou diretor teatral graduado pela UFBA, certo. Não
tenho orgulho disso, não, mas eu fiz isso (irônico…). Mas consegui entrar,
fazer o cinema, que eu queria. Logo que chego em Salvador eu fiz meu primeiro
filme. O primeiro filme que eu fiz foi um filme italiano, da Fama Filmes, sobre
o cangaço, um filme com Thomás Milliam. Esse filme passou aqui em Conquista,
eles anunciavam, que Raimundo exibia no Cine Glória “com artista conquistense”
(rsrsrsrs). Era um Bang Bang Nordestry, com Tomas Milian, era a Rebelião dos
Brutos*, não pôde ser registrado no Brasil como “O Cangaceiro” então ficou o
título “Rebelião dos Brutos”. E é um filme extraordinário de interessante. E eu
tenho a cópia em italiano, não tenho ela dublada – dublada não foi, foi telecinada
com legenda. Eu não tenho essa cópia, tá no Museu de Imagens de São Paulo. Mas
em italiano eu tenho a cópia, é interessante, é o primeiro filme que eu fiz. E
fiz outros filmes na Bahia, filmes baianos e filmes do Rio e São Paulo. Então
eu consegui realizar alguns filmes como ator, entendeu, na minha verve deve ter
15 ou 16… 16! 16 filmes longa metragem. E curta metragem eu fiz uma série,
dirigi alguns e trabalhei com outros como participação de equipe, mais de
trinta! É… ‘tá tudo arquivado e guardado esse material, entendeu?
- (Luis Fernandes) Você pretende, quem sabe… lançar
um livro contando a história do teatro de Conquista, sua vida em teatro, sua
vida em cinema, o cinema em Conquista?
"E a minha avó sempre me codenominava de
'Calango da Véa Galdina'"
- Eu comecei até a escrever como foi que surgiu o
teatro na nossa geração, mas me perdi, era uma revista, Mas é interessante
contar a arte em Conquista, não só dessa época, desse período da minha
adolescência, que é 1960, como a de hoje. Hoje se desenvolve uma arte mais
concreta, mais objetiva, mais racional. Nosso tempo também era uma arte muito
subjetiva, mas a gente sabia o que queria, é uma arte mais limitada, mas hoje
com o domínio dos “acessos” da comunicação, então… o teatro de Conquista não tá
mal, agora falta incentivo pra que ele possa produzir um bom resultado.
- Gildásio, você consegue fazer uma análise também
subjetiva do que foi que lhe conduziu à arte, ao teatro, ao cinema. Você tem
alguma reminiscência de quando foi que você deu o estalo pra isso?
- Olha, eu sempre fui um menino precoce. Eu fui
criado por meus avós. Quando nasci, a minha mãe não pôde me alimentar porque
meu parto foi muito complicado, foi aqui na fazenda Volta Grande, do meu avô, a
três km de Conquista. Aí, a minha tia me levou pra casa do meu avô, para poder
me amparar. Então, daí eu não voltei mais pra casa de minha mãe, eu fiquei, fui
criado por minha tia e meus tios e meus avós. Eu conheci meu avô, minha avó. Eu
convivi com meu avô e minha avó e eu fui muito precoce, eu fui muito criado
solto mas compreendendo as limitações que estabeleciam pra gente, meu avô,
minha avó, meus tios. Mas era isto precoce, e aí eles me puseram o apelido de
“Calango da Véa Galdina”, porque eu era um cara cômico, era, era um dos cômicos
que facilitava a alegria na casa, nos eventos, acontecimentos, acharam eu
parecido com um cara que era quase um palhaço e isso não me saiu da memória,
né, e a minha avó sempre me codenominava de “Calango da Véa Galdina”, e logo
depois eu conheci o circo, aqui em Conquista, o meu tio me levava pro circo e
eu assistia todos os espetáculos do Circo Nerino e os dramas, eu moleque, 3
anos, 4 anos, eu descia com meus tios pra vir aqui fazer o cabelo na banca de
Estelina, aqui no Beco da Tesoura, Valdemar
Este sujeito simpático é o Waldemar a quem Gildásio
se refere
nesse tempo já era cabeleleiro. Veja só! Já tá de
cabelo branco, bicho (riso), já deve ter uns oitenta (mais risos…); então eu
assisti muito. Eu fiz muito espetáculo, eu vi muito espetáculo no Circo
Nerino*, grandes dramas da representação, e o palhaço Picolino, então isso foi
bacana pra minha compreensão, e logo depois eu entro para a Cruzada, no Salão
Paroquial, que já vinha do teatro do salão paroquial, já existia o grupo de
teatro salão paroquial; como eu era menino eu, na cruzada, dona Geraldina
desenvolvia uma prática de encenação de peças teatrais. Então, eu comecei
praticamente moleque no salão paroquial. Depois passamos a encenar pequenos textos
e, logo então, passamos a encenar textos… Saímos do teatro catequético, o
teatro do salão paroquial era muito catequético, mostrando as contradições dos
efeitos da religião do pecado, do bem e do mal, então nós passamos a fazer um
teatro para discutir o contexto social da realidade, e isso já no salão
paroquial. Isso com muita influência do Padre Benedito.
- É muita precocidade mesmo.
- É. A gente já tinha essa preocupação social, não
é, e ao mesmo tempo, na escola, a gente desenvolveu a militância política, o
surgimento do PCzão aqui, do PC, das lideranças políticas, essa influência toda
no início dos anos sessenta, no final dos anos cinquenta pra sessenta, então
houve muito essa influência e a gente participava. Então, o que é que íamos:
discutir a realidade brasileira. Então, passamos a ter essa preocupação de
fazer um teatro voltado…
- Você já era ator?
- Sim, eu já era ator, já tava trabalhando, mas
quando eu decidi mesmo ser ator, não fazer outra carreira acadêmica, então eu
já tava querendo decidir pra que caminho eu deveria seguir. Eu já tava com 14
anos, eu já tinha ultrapassado a adolescência. Eu já tinha saído da idade do
perigo, porque eu já era, né, 16 anos, com 17 anos eu já tava em Salvador, 18
anos eu já tava em Salvador, tentando vestibular, já tinha escolhido teatro.
- E o cinema? O Gildásio do cinema? Dos longas que
você acabou citando aí, dos curtas, tem algum filme que você fez que o deixou
bastante realizado?
- Tem… não… no começo, esses filmes foram
interessantes pra mim… esses foram muito interessantes, esse primeiro que eu
fiz com 22 anos de idade, você não me conhece no filme, você vê o filme e você
não me conhece, mas ‘cê sabe que sou eu, né, esse filme eu tava com 22 anos de
idade. Logo depois eu passei a…
- Você fez que papel nesse filme?
- Eu fiz um bandido que se torna cangaceiro; é
interessante esse filme até, é interessante esse filme. E é a narrativa –
inclusive, o roteiro é de Agnaldo Silva, ele praticamente começou a trabalhar
com dramaturgia na Itália, ele começou lá. E eles vieram filmar aqui no Brasil
um roteiro dele, que tem uma adaptação também dos italianos, do pessoal que
fazia bang-bang italiano, da Fama Filmes. Então, logo em seguida eu fiz um
filme com Nelson Pereira, que é da obra de Jorge Amado, Tenda dos Milagres, que
é um filme interessante, e que…
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