Texto de Tuna Espinheira – Cineasta – tuna.dandrea@gmail.com
Era uma vez, nos anos de chumbo... dois
personagens indômitos, Jorge Coutinho e Leonides Bayer, dariam início, no dia 1º
de novembro de
1971, véspera de finados, com o tempo ameaçando um dilúvio, uma das mais
importantes manifestações de resistência cultural, com o foco principal na
música de raiz. O convidado especial para a abertura era Antenor de Oliveira,
popularmente conhecido como Cartola. Tinham de pegá-lo no Morro da Mangueira,
seu habitat. Dona Zica já tinha pronto um panelão de xinxim de galinha. Foi ela
quem demoveu Cartola que não acreditava na existência de publico naquela
chuvarada. Para surpresa e alívio o teatro Opinião ficou super lotado, vendeu-se
todo o xinxim e bebeu-se as batidas, providenciadas por Afonsinho (ele mesmo, o
ídolo do futebol, autor da Lei do Passe Livre). Uma noite memorável. Ficaria em
cartaz, em pleno sucesso, por mais de 12 anos.
Todas as feras da velha guarda passariam pelo espaço sagrado do Teatro Opinião. Cartola, Nelson Cavaquinho, Clementina de Jesus, Ciro Monteiro, Dona Ivone Lara, Elizete, a Divina e dezenas de outros mais novos, Paulinho da Viola, Milton Nascimento, Clara Nunes, uma lista muita extensa. A plateia delirava, no coração de Copacabana, a mais autêntica música popular, dialogava com o público, cada vez mais ecumênico.
Todas as feras da velha guarda passariam pelo espaço sagrado do Teatro Opinião. Cartola, Nelson Cavaquinho, Clementina de Jesus, Ciro Monteiro, Dona Ivone Lara, Elizete, a Divina e dezenas de outros mais novos, Paulinho da Viola, Milton Nascimento, Clara Nunes, uma lista muita extensa. A plateia delirava, no coração de Copacabana, a mais autêntica música popular, dialogava com o público, cada vez mais ecumênico.
O livro, Noitada de Samba – Foco de Resistência, com texto de Márcia Guimarães, narrando a saga destes espetáculos que marcaram época com seu caráter aguerrido de resistência de uma cultura de raiz, então com baixíssima visibilidade. Além de contar a alegria das apresentações, o calor humano, registra fatos acontecidos nestes anos sombrios, em pleno regime de exceção. Livro com sabor de uma narração épica, afinal, Jorge Coutinho & Leonides Bayer, sem dúvidas, são uma espécie de heróis.
O filme documentário, dirigido por Cély Leal, baseado no livro acima comentado, está em lançamento na Sala de Arte-Cine Vivo. Programa imperdível
Um comentário:
Vou até procurar este livro. O filmete/trailer é gostoso de ver... E curtinho!
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